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Fogo de Santelmo
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O Fogo de Santelmo é um fenómeno meteorológico que ocorre geralmente em ocasiões de forte trovoada e que se caracteriza por pequenas descargas elétricas (projeções e irradiações luminosas de cor azul-violeta) nas pontas metálicas dos mastros dos navios, em torres metálicas ou nas partes salientes dos aviões, devido à concentração do campo elétrico atmosférico nas ditas zonas. É muitas vezes acompanhado de um zumbido ou estampido.

A designação de Fogo deve-se ao facto de o mastro parecer arder. Como se trata de um fenómeno que surge com mais frequência no fim das tempestades, foi-lhe atribuído o nome do Santo protetor dos navegadores Santo Elmo –, pois os marinheiros associavam o aparecimento desta "chama" à melhoria das condições meteorológicas.

Em Os Lusíadas, durante a viagem a caminho da Índia, ultrapassado o Equador e quando se aproximavam da Baía de Santa Helena, na costa ocidental de África, surge o Fogo de Santelmo, descrito ao longo dos quatro versos iniciais da estância 18 do Canto V.

É de notar a insistência pleonástica do verbo "ver" ("vi", "visto"), reforçada pelo advérbio de modo "claramente" e pelo adjetivo "vivo", que, em conjunto, sugerem a luminosidade que irradia do fenómeno e, simultaneamente, vincam a veracidade do facto.

Trata-se de um episódio naturalista, em que Vasco da Gama, assumindo a qualidade de narrador homodiegético, afirma ser difícil explicar (ao Rei de Melinde) com realidade e com pormenor os fenómenos que sucedem no mar.

 

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Como referenciar
Porto Editora – Fogo de Santelmo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-18 17:21:35]. Disponível em