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Francisco Gomes Teixeira
Grande matemático português e insigne professor universitário, nasceu em S. Cosmado, Armamar, a 28 de janeiro de 1851, e faleceu no Porto, a 8 de fevereiro de 1933. É uma das mais destacadas e proeminentes figuras da ciência em Portugal no século XX. Filho de Manuel Gomes Teixeira, desde cedo seus pais o orientaram para a carreira eclesiástica, apesar do seu ar franzino. Todavia, um parente seu, vendo no jovem Francisco dotes matemáticos, aconselhou os pais a apostarem naquele talento para os números. Hesitante entre o sacerdócio e a matemática, Francisco sujeitou-se ao capricho das sortes a que seu pai recorrera para definir o destino do filho dotado. Venceu a matemática, curso em que Francisco se inscreverá na Universidade de Coimbra, em 1869.
Aluno brilhante, concluiu o curso em 1874 com a classificação final de 20 valores (nunca antes conseguida e depois raramente igualada), iniciando desde logo um doutoramento (que versava a Integração das equações de derivados parciais de 2.a ordem), que concluiu com elevado mérito em 1875. Aos 24 anos foi convidado para a docência na Universidade de Coimbra, tal era o valor e o talento por todos reconhecido. Em 1878, dedicado também à astronomia, foi nomeado terceiro astrónomo de primeira classe no Observatório de Lisboa, na Tapada da Ajuda. A Análise Matemática era todavia a sua paixão, e a ela dedicou o resto da sua vida. Exonerado a seu pedido da carreira astronómica, em 1878, dedicou-se ao ensino e à investigação em Coimbra, em cuja Universidade atingiu, em 1880, o grau de professor catedrático de Cálculo Infinitesimal e Integral. Contava, então, 29 anos de idade.
Todavia, em 1883, a seu pedido, transferiu-se para a Academia Politécnica do Porto, onde tomou posse da cátedra de Geometria Descritiva em 1884. No ano seguinte, uma reestruturação do ensino superior conduziu Gomes Teixeira para a cadeira de Cálculo Diferencial e Integral. Acompanhou todas as inovações e avanços nas ciências matemáticas, publicando trabalhos vários, o que já fazia, diga-se, desde os 20 anos. Fundara, já em 1877, o Jornal de Ciências Matemáticas e Astronómicas, que dirigiu até 1932, depois continuado nos Anais da Faculdade de Ciências do Porto. Foi reitor da Universidade do Porto, sendo depois honorário em 1919.
Durante 45 anos exerceu funções docentes, pleno de capacidades e espantosa lucidez; mesmo aos 78 anos, quando foi forçado a abandonar a cátedra, em 1929. O Governo porém, em tributo pelo seu trabalho na Matemática, disciplina científica em que foi considerada a maior figura peninsular do seu tempo, visível nos mais de vinte trabalhos publicados e internacionalmente reconhecidos, manteve Gomes Teixeira como diretor do Instituto de Investigação Científica da História das Matemáticas Portuguesas. Foi também agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pelas Universidades de Madrid (Central), de Toulouse e de Santiago do Chile, recebendo também prémios do reputadíssimo Instituto de França e da Academia de Ciências de Madrid.
Foi deputado pelo Partido Regenerador entre 1879 e 1884, bem como sócio e membro de inúmeras academias científicas e culturais quer portuguesas quer internacionais. O governo de Hintze Ribeiro, em 1902, determinou que se iniciasse a publicação, a expensas do Estado, das obras dispersas de Gomes Teixeira (entre outras, Curso de Análise Infinitesimal. Cálculo Diferencial, de 1887-1892; Sobre o Desenvolvimento das Funções em Série, 1897; Tratado de las Curvas Especiales Notables Tanto Planas como Alabeadas, 1900; Obras sobre Matemática, 1904-1915; ...). Foi também notável conferencista, nomeadamente depois dos seus 75 anos, em Portugal e no estrangeiro. Dedicou-se também, na fase final da vida, a escritos de carácter místico e filosófico (S. Francisco de Assis, St.º António de Lisboa...). Não chegou a ver publicada, porém, a sua História das Matemáticas em Portugal, impressa depois da sua morte. Elogios não lhe faltaram, quer em vida quer depois da morte, perpetuando-se, na memória e na pedra das estátuas e bustos, na toponímia e em muitos outros lugares, a figura e personalidade de um dos mais notáveis, fecundos e verdadeiros homens da ciência em Portugal e no Mundo.
Aluno brilhante, concluiu o curso em 1874 com a classificação final de 20 valores (nunca antes conseguida e depois raramente igualada), iniciando desde logo um doutoramento (que versava a Integração das equações de derivados parciais de 2.a ordem), que concluiu com elevado mérito em 1875. Aos 24 anos foi convidado para a docência na Universidade de Coimbra, tal era o valor e o talento por todos reconhecido. Em 1878, dedicado também à astronomia, foi nomeado terceiro astrónomo de primeira classe no Observatório de Lisboa, na Tapada da Ajuda. A Análise Matemática era todavia a sua paixão, e a ela dedicou o resto da sua vida. Exonerado a seu pedido da carreira astronómica, em 1878, dedicou-se ao ensino e à investigação em Coimbra, em cuja Universidade atingiu, em 1880, o grau de professor catedrático de Cálculo Infinitesimal e Integral. Contava, então, 29 anos de idade.
Todavia, em 1883, a seu pedido, transferiu-se para a Academia Politécnica do Porto, onde tomou posse da cátedra de Geometria Descritiva em 1884. No ano seguinte, uma reestruturação do ensino superior conduziu Gomes Teixeira para a cadeira de Cálculo Diferencial e Integral. Acompanhou todas as inovações e avanços nas ciências matemáticas, publicando trabalhos vários, o que já fazia, diga-se, desde os 20 anos. Fundara, já em 1877, o Jornal de Ciências Matemáticas e Astronómicas, que dirigiu até 1932, depois continuado nos Anais da Faculdade de Ciências do Porto. Foi reitor da Universidade do Porto, sendo depois honorário em 1919.
Durante 45 anos exerceu funções docentes, pleno de capacidades e espantosa lucidez; mesmo aos 78 anos, quando foi forçado a abandonar a cátedra, em 1929. O Governo porém, em tributo pelo seu trabalho na Matemática, disciplina científica em que foi considerada a maior figura peninsular do seu tempo, visível nos mais de vinte trabalhos publicados e internacionalmente reconhecidos, manteve Gomes Teixeira como diretor do Instituto de Investigação Científica da História das Matemáticas Portuguesas. Foi também agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pelas Universidades de Madrid (Central), de Toulouse e de Santiago do Chile, recebendo também prémios do reputadíssimo Instituto de França e da Academia de Ciências de Madrid.
Foi deputado pelo Partido Regenerador entre 1879 e 1884, bem como sócio e membro de inúmeras academias científicas e culturais quer portuguesas quer internacionais. O governo de Hintze Ribeiro, em 1902, determinou que se iniciasse a publicação, a expensas do Estado, das obras dispersas de Gomes Teixeira (entre outras, Curso de Análise Infinitesimal. Cálculo Diferencial, de 1887-1892; Sobre o Desenvolvimento das Funções em Série, 1897; Tratado de las Curvas Especiales Notables Tanto Planas como Alabeadas, 1900; Obras sobre Matemática, 1904-1915; ...). Foi também notável conferencista, nomeadamente depois dos seus 75 anos, em Portugal e no estrangeiro. Dedicou-se também, na fase final da vida, a escritos de carácter místico e filosófico (S. Francisco de Assis, St.º António de Lisboa...). Não chegou a ver publicada, porém, a sua História das Matemáticas em Portugal, impressa depois da sua morte. Elogios não lhe faltaram, quer em vida quer depois da morte, perpetuando-se, na memória e na pedra das estátuas e bustos, na toponímia e em muitos outros lugares, a figura e personalidade de um dos mais notáveis, fecundos e verdadeiros homens da ciência em Portugal e no Mundo.
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Como referenciar
Porto Editora – Francisco Gomes Teixeira na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-12 14:05:11]. Disponível em
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