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Geórgia
Geografia
Ocupando uma área de 69 700 km2, a República da Geórgia situa-se na região montanhosa do Cáucaso, fazendo fronteira com a Rússia a norte, com a Arménia a sudeste, com o Azerbaijão a leste, com a Turquia a sul e com o mar Negro a oeste. A capital é Tbilisi, a maior cidade, com 1,4 milhões de habitantes.
O relevo da Geórgia é predominantemente montanhoso, destacando-se o Grande Cáucaso (no Norte), com uma altitude média de 4600 metros (o ponto mais alto da Geórgia é o monte Shkhara, com 5201 metros), que protege a Geórgia dos ventos frios do Norte; o Pequeno Cáucaso (Sul e Leste), com mais de 3000 metros de altitude média, sendo caracterizado também pela presença de altos planaltos, dos quais se destaca o planalto central conhecido por Kartalinian; e as terras baixas da costa do mar Negro (Oeste), que encerravam, primeiramente, extensas áreas pantanosas, progressivamente transformadas em áreas de cultivo através de grandes programas de drenagem.
Clima
O clima da Geórgia sofre a influência da proximidade do mar Negro, variando de oeste para leste, ou seja, enquanto que na Geórgia ocidental o clima é subtropical húmido, com grandes índices de pluviosidade anual e temperaturas elevadas, a Geórgia oriental possui um clima praticamente subtropical seco.
Economia
A Geórgia possui vastos recursos naturais, dos quais se destacam o petróleo, os minerais (o carvão, o manganésio e o mármore) e os inúmeros rios, que dão a este país um potencial hidroenergético enorme. O setor industrial é o principal motor da economia georgiana, desenvolvido graças à criação de dúzias de estações produtoras de combustível e energia. Várias outras indústrias contribuem para a forte industrialização do país, como as ligadas à atividade mineira, à produção de máquinas (locomotivas, veículos pesados e máquinas utilizadas na construção), ao processamento de produtos químicos e à produção de bens alimentares ou outros bens de consumo, como os têxteis ou o tabaco. Apesar de a terra arável disponível ser relativamente baixa, também a agricultura está bastante desenvolvida, ao que não será alheio o seu elevado grau de mecanização. O chá, os frutos citrinos, o açúcar de beterraba e o tabaco são os produtos agrícolas de maior rendimento e produção. Esta conjuntura económica positiva reflete-se nas boas condições de vida dos georgianos, que beneficiam de um sistema de segurança social que lhes proporciona assistência médica de boa qualidade e sem custos, características extensivas a outros apoios proporcionados pelo Estado.
Indicador ambiental: o valor das emissões de dióxido de carbono, per capita (toneladas métricas, 1999), é de 1,0.
População
Tinha, em 2006, uma população de 4 661 473 habitantes, a que corresponde uma densidade populacional de 66,96 hab./km2. A taxa de natalidade é de 10,41%o e a taxa de mortalidade é de 9,23%o. A esperança de vida é de 76,09 anos. O valor do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,746 e o valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) não foi atribuído (2001).
Este país não é etnicamente homogéneo, pois apenas 70% da população é georgiana (a maioria, de religião ortodoxa), registando-se a presença de minorias vindas da Arménia, Rússia e Azerbaijão.
Arte e Cultura
A cultura georgiana é bastante antiga, destacando-se a forte tradição literária, com exemplares datados do século V d. C. escritos na língua georgiana (da família linguística do Sul do Cáucaso - Kartvelian), o que constitui um dos dados justificativos para a existência do orgulho característico dos georgianos.
História
O povoamento da Geórgia remonta ao Paleolítico, época em que se iniciou o desenvolvimento de tribos dedicadas à pastorícia e à agricultura. A região viria a ser ocupada pelos Romanos no ano 65 a. C., libertando-se já no século IV, aquando da sua cristianização. No entanto, a Geórgia viu-se envolvida nos três séculos seguintes na guerra entre os impérios bizantino e persa e, no ano de 645, passou a ser dominada por califas árabes, que mais tarde fundaram um emirado na cidade de Tíflis (Tbilisi). A união das terras georgianas deu-se sob a dinastia Bagratids, da Arménia, entre o século VIII e o século XII, atingindo a sua época de ouro durante o reinado da rainha Tamar (1184-1213), sob o qual o império georgiano se formou com a inclusão do Azerbaijão e da Circássia. Este período de prosperidade terminou com o início das invasões mongóis em 1220, que passaram a dominar a Geórgia oriental. Já no século XV, após o reinado de Alexandre I (1412-43), a Geórgia foi dividida pelos filhos de Alexandre I em pequenos reinos cristãos, passando, a partir de então, a sofrer constantes invasões, e por vezes subjugações, por parte dos turcos e dos persas, isolando a Geórgia do Ocidente. Em 1783, a Geórgia e a Rússia assinaram um tratado em que é garantida a independência da Geórgia sob a proteção da Rússia, mas em 1795, perante a invasão persa, os russos abandonaram a Geórgia. O século XIX foi marcado pela sucessiva anexação dos reinos georgianos à Rússia (1801-1864), mas no final desse século o espírito nacionalista georgiano renasceu através de movimentos sociais denominados por Primeiro Grupo (o mais importante, liderado por Ilia Chavchavadze), Segundo Grupo (de inspiração liberal) e o Terceiro Grupo (de ideologia marxista e de que era membro Joseph Dzhugashvili, ou seja, Estaline). Após a Revolução de março de 1917, um período de indefinição política assolou a região e, consequentemente, a Geórgia, que primeiro foi governada desde Petrogrado (hoje São Petersburgo); depois, a 26 de maio de 1918, declarou a sua independência sob a proteção alemã; passou, nesse mesmo ano, para o controlo britânico; em 1920, os aliados reconheceram a independência da Geórgia; e em janeiro de 1921, sob a liderança de Estaline e Ordzhonikidze, o Exército Vermelho invadiu a Geórgia, tornando-a uma República Soviética. Como República membro da URSS, a Geórgia viveu sob um controlo apertado por parte do Kremlin, que reestruturou a economia georgiana pelos moldes soviéticos (coletivização da agricultura, numa primeira fase, e uma forte industrialização, após a Segunda Guerra Mundial), reprimindo, ao mesmo tempo, qualquer expressão nacionalista existente. No entanto, com as reformas políticas implementadas por Mikhail Gorbachev no fim da década de 80, inúmeros partidos políticos organizaram-se sob um único objetivo: obter a independência da Geórgia, o que foi conseguido a 9 de abril de 1991, sendo Zviad Gamsakhurdia eleito como primeiro presidente da República. Contudo, a sua política autoritária conduziu o país a uma guerra civil e Gamsakhurdia acabaria por ser deposto em janeiro de 1992 pelo Conselho Militar, órgão que entregou, em março desse ano, o controlo político a um Conselho de Estado liderado por Eduard Shevardnadze. Em julho, um novo conflito surgiu, quando a República Autónoma da Abcásia declarou a sua soberania, declaração esta não reconhecida pelo Governo de Tbilisi, e os conflitos entre os rebeldes e as forças governamentais tornaram-se então cada vez mais intensos. Em outubro de 1993, a Geórgia perdeu a jurisdição sobre a Abcásia, o que provocou nos partidos da oposição georgianos uma reação violenta contra o presidente Eduard Shevardnadze. Em abril de 1994, representantes da Geórgia, das Nações Unidas, da Abcásia e da Rússia assinaram um acordo de repatriamento dos georgianos na Abcásia, e, no mês seguinte, foi assinado um cessar-fogo formal. Em junho, o Parlamento russo aprovou o envio de uma força de paz para a Abcásia, ação posteriormente aprovada pelas Nações Unidas que, apesar de defenderam a manutenção da integridade territorial da Geórgia, recusaram participar naquela força. A aprovação de uma nova Constituição pelo Parlamento da Abcásia, que a define como uma república soberana e independente, provocou uma reação de desagrado por parte das entidades georgianas, que imediatamente começaram a organizar um exército de voluntários com o objetivo de reconquistar aquela república rebelde. Esta instabilidade foi extremamente prejudicial para a economia da Geórgia, pois, não só a produção industrial caiu em 42%, como a inflação subiu para os 36%, números que constituem os piores indicadores no seio da Comunidade de Estados Independentes, para a qual a Geórgia tinha entrado em outubro de 1993.
De acordo com a nova Constituição que define o estatuto de presidente da República, abolido após a queda de Zviad Gamsakhurdia em 1992, foi eleito presidente em novembro de 1995 e em 2000. Após a sua reeleição em 2000, o presidente anunciou a amnistia para os presos políticos. Durante esse ano, foram feitos alguns progressos nas relações ainda frágeis com a Rússia. A meados do ano, tropas russas que ainda se encontravam em territórios do país começaram a ser retiradas. Em outubro ficou também resolvida a disputa de território entre a Geórgia e o Azerbaijão. Os dois países acordaram em dividir o território alvo de discórdia em partes iguais. Esta medida foi bem aceite pelos restantes países fronteiriços.
Apesar das medidas tomadas em relação a algumas das questões externas terem sido bem-sucedidas, questões internas tinham tendência a piorar, como foi o caso das divergências étnicas e da crise de energia que levou a vários cortes pelo país. Já no final do ano de 2000, as divergências entre a Geórgia e a Rússia agravaram-se: Shevardnadze recusou ajuda à Rússia no conflito com a Chechénia e não acordou com a permanência de duas bases russas no país. No início do ano seguinte, alegando que a Geórgia dava abrigo a rebeldes tchetchenos, a Rússia cortou temporariamente o fornecimento de combustível àquele país.
Com o intuito de minorar os problemas económicos, Shevardnadze assinou um acordo com o Azerbaijão em que permitia a passagem de um oleoduto pelo país, para fazer a ligação entre o mar Cáspio e a Turquia. Em 2001 os desentendimentos com a Abcásia permaneciam sem resolução, mas o Conselho de Segurança das Nações Unidas não renovou o mandato e resolveu retirar as forças de manutenção da paz do território em finais de janeiro de 2002.
Em novembro de 2003 realizaram-se novas eleições presidenciais que deram a vitória a Shevardnadze. O resultado da votação foi severamente contestado e deu origem a um levantamento popular, que ficou conhecido por "Revolução das Rosas", liderado por Mikhail Saakachvili. Foi exigida a demissão de Shevardnadze, que acabou por se retirar. A 4 de janeiro de 2004 realizaram-se novas eleições presidenciais e Saakachvili foi eleito por maioria, tornando-se assim o novo presidente da Geórgia.
Ocupando uma área de 69 700 km2, a República da Geórgia situa-se na região montanhosa do Cáucaso, fazendo fronteira com a Rússia a norte, com a Arménia a sudeste, com o Azerbaijão a leste, com a Turquia a sul e com o mar Negro a oeste. A capital é Tbilisi, a maior cidade, com 1,4 milhões de habitantes.
O relevo da Geórgia é predominantemente montanhoso, destacando-se o Grande Cáucaso (no Norte), com uma altitude média de 4600 metros (o ponto mais alto da Geórgia é o monte Shkhara, com 5201 metros), que protege a Geórgia dos ventos frios do Norte; o Pequeno Cáucaso (Sul e Leste), com mais de 3000 metros de altitude média, sendo caracterizado também pela presença de altos planaltos, dos quais se destaca o planalto central conhecido por Kartalinian; e as terras baixas da costa do mar Negro (Oeste), que encerravam, primeiramente, extensas áreas pantanosas, progressivamente transformadas em áreas de cultivo através de grandes programas de drenagem.
Clima
O clima da Geórgia sofre a influência da proximidade do mar Negro, variando de oeste para leste, ou seja, enquanto que na Geórgia ocidental o clima é subtropical húmido, com grandes índices de pluviosidade anual e temperaturas elevadas, a Geórgia oriental possui um clima praticamente subtropical seco.
A Geórgia possui vastos recursos naturais, dos quais se destacam o petróleo, os minerais (o carvão, o manganésio e o mármore) e os inúmeros rios, que dão a este país um potencial hidroenergético enorme. O setor industrial é o principal motor da economia georgiana, desenvolvido graças à criação de dúzias de estações produtoras de combustível e energia. Várias outras indústrias contribuem para a forte industrialização do país, como as ligadas à atividade mineira, à produção de máquinas (locomotivas, veículos pesados e máquinas utilizadas na construção), ao processamento de produtos químicos e à produção de bens alimentares ou outros bens de consumo, como os têxteis ou o tabaco. Apesar de a terra arável disponível ser relativamente baixa, também a agricultura está bastante desenvolvida, ao que não será alheio o seu elevado grau de mecanização. O chá, os frutos citrinos, o açúcar de beterraba e o tabaco são os produtos agrícolas de maior rendimento e produção. Esta conjuntura económica positiva reflete-se nas boas condições de vida dos georgianos, que beneficiam de um sistema de segurança social que lhes proporciona assistência médica de boa qualidade e sem custos, características extensivas a outros apoios proporcionados pelo Estado.
Indicador ambiental: o valor das emissões de dióxido de carbono, per capita (toneladas métricas, 1999), é de 1,0.
População
Tinha, em 2006, uma população de 4 661 473 habitantes, a que corresponde uma densidade populacional de 66,96 hab./km2. A taxa de natalidade é de 10,41%o e a taxa de mortalidade é de 9,23%o. A esperança de vida é de 76,09 anos. O valor do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,746 e o valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) não foi atribuído (2001).
Este país não é etnicamente homogéneo, pois apenas 70% da população é georgiana (a maioria, de religião ortodoxa), registando-se a presença de minorias vindas da Arménia, Rússia e Azerbaijão.
Arte e Cultura
A cultura georgiana é bastante antiga, destacando-se a forte tradição literária, com exemplares datados do século V d. C. escritos na língua georgiana (da família linguística do Sul do Cáucaso - Kartvelian), o que constitui um dos dados justificativos para a existência do orgulho característico dos georgianos.
História
O povoamento da Geórgia remonta ao Paleolítico, época em que se iniciou o desenvolvimento de tribos dedicadas à pastorícia e à agricultura. A região viria a ser ocupada pelos Romanos no ano 65 a. C., libertando-se já no século IV, aquando da sua cristianização. No entanto, a Geórgia viu-se envolvida nos três séculos seguintes na guerra entre os impérios bizantino e persa e, no ano de 645, passou a ser dominada por califas árabes, que mais tarde fundaram um emirado na cidade de Tíflis (Tbilisi). A união das terras georgianas deu-se sob a dinastia Bagratids, da Arménia, entre o século VIII e o século XII, atingindo a sua época de ouro durante o reinado da rainha Tamar (1184-1213), sob o qual o império georgiano se formou com a inclusão do Azerbaijão e da Circássia. Este período de prosperidade terminou com o início das invasões mongóis em 1220, que passaram a dominar a Geórgia oriental. Já no século XV, após o reinado de Alexandre I (1412-43), a Geórgia foi dividida pelos filhos de Alexandre I em pequenos reinos cristãos, passando, a partir de então, a sofrer constantes invasões, e por vezes subjugações, por parte dos turcos e dos persas, isolando a Geórgia do Ocidente. Em 1783, a Geórgia e a Rússia assinaram um tratado em que é garantida a independência da Geórgia sob a proteção da Rússia, mas em 1795, perante a invasão persa, os russos abandonaram a Geórgia. O século XIX foi marcado pela sucessiva anexação dos reinos georgianos à Rússia (1801-1864), mas no final desse século o espírito nacionalista georgiano renasceu através de movimentos sociais denominados por Primeiro Grupo (o mais importante, liderado por Ilia Chavchavadze), Segundo Grupo (de inspiração liberal) e o Terceiro Grupo (de ideologia marxista e de que era membro Joseph Dzhugashvili, ou seja, Estaline). Após a Revolução de março de 1917, um período de indefinição política assolou a região e, consequentemente, a Geórgia, que primeiro foi governada desde Petrogrado (hoje São Petersburgo); depois, a 26 de maio de 1918, declarou a sua independência sob a proteção alemã; passou, nesse mesmo ano, para o controlo britânico; em 1920, os aliados reconheceram a independência da Geórgia; e em janeiro de 1921, sob a liderança de Estaline e Ordzhonikidze, o Exército Vermelho invadiu a Geórgia, tornando-a uma República Soviética. Como República membro da URSS, a Geórgia viveu sob um controlo apertado por parte do Kremlin, que reestruturou a economia georgiana pelos moldes soviéticos (coletivização da agricultura, numa primeira fase, e uma forte industrialização, após a Segunda Guerra Mundial), reprimindo, ao mesmo tempo, qualquer expressão nacionalista existente. No entanto, com as reformas políticas implementadas por Mikhail Gorbachev no fim da década de 80, inúmeros partidos políticos organizaram-se sob um único objetivo: obter a independência da Geórgia, o que foi conseguido a 9 de abril de 1991, sendo Zviad Gamsakhurdia eleito como primeiro presidente da República. Contudo, a sua política autoritária conduziu o país a uma guerra civil e Gamsakhurdia acabaria por ser deposto em janeiro de 1992 pelo Conselho Militar, órgão que entregou, em março desse ano, o controlo político a um Conselho de Estado liderado por Eduard Shevardnadze. Em julho, um novo conflito surgiu, quando a República Autónoma da Abcásia declarou a sua soberania, declaração esta não reconhecida pelo Governo de Tbilisi, e os conflitos entre os rebeldes e as forças governamentais tornaram-se então cada vez mais intensos. Em outubro de 1993, a Geórgia perdeu a jurisdição sobre a Abcásia, o que provocou nos partidos da oposição georgianos uma reação violenta contra o presidente Eduard Shevardnadze. Em abril de 1994, representantes da Geórgia, das Nações Unidas, da Abcásia e da Rússia assinaram um acordo de repatriamento dos georgianos na Abcásia, e, no mês seguinte, foi assinado um cessar-fogo formal. Em junho, o Parlamento russo aprovou o envio de uma força de paz para a Abcásia, ação posteriormente aprovada pelas Nações Unidas que, apesar de defenderam a manutenção da integridade territorial da Geórgia, recusaram participar naquela força. A aprovação de uma nova Constituição pelo Parlamento da Abcásia, que a define como uma república soberana e independente, provocou uma reação de desagrado por parte das entidades georgianas, que imediatamente começaram a organizar um exército de voluntários com o objetivo de reconquistar aquela república rebelde. Esta instabilidade foi extremamente prejudicial para a economia da Geórgia, pois, não só a produção industrial caiu em 42%, como a inflação subiu para os 36%, números que constituem os piores indicadores no seio da Comunidade de Estados Independentes, para a qual a Geórgia tinha entrado em outubro de 1993.
De acordo com a nova Constituição que define o estatuto de presidente da República, abolido após a queda de Zviad Gamsakhurdia em 1992, foi eleito presidente em novembro de 1995 e em 2000. Após a sua reeleição em 2000, o presidente anunciou a amnistia para os presos políticos. Durante esse ano, foram feitos alguns progressos nas relações ainda frágeis com a Rússia. A meados do ano, tropas russas que ainda se encontravam em territórios do país começaram a ser retiradas. Em outubro ficou também resolvida a disputa de território entre a Geórgia e o Azerbaijão. Os dois países acordaram em dividir o território alvo de discórdia em partes iguais. Esta medida foi bem aceite pelos restantes países fronteiriços.
Apesar das medidas tomadas em relação a algumas das questões externas terem sido bem-sucedidas, questões internas tinham tendência a piorar, como foi o caso das divergências étnicas e da crise de energia que levou a vários cortes pelo país. Já no final do ano de 2000, as divergências entre a Geórgia e a Rússia agravaram-se: Shevardnadze recusou ajuda à Rússia no conflito com a Chechénia e não acordou com a permanência de duas bases russas no país. No início do ano seguinte, alegando que a Geórgia dava abrigo a rebeldes tchetchenos, a Rússia cortou temporariamente o fornecimento de combustível àquele país.
Com o intuito de minorar os problemas económicos, Shevardnadze assinou um acordo com o Azerbaijão em que permitia a passagem de um oleoduto pelo país, para fazer a ligação entre o mar Cáspio e a Turquia. Em 2001 os desentendimentos com a Abcásia permaneciam sem resolução, mas o Conselho de Segurança das Nações Unidas não renovou o mandato e resolveu retirar as forças de manutenção da paz do território em finais de janeiro de 2002.
Em novembro de 2003 realizaram-se novas eleições presidenciais que deram a vitória a Shevardnadze. O resultado da votação foi severamente contestado e deu origem a um levantamento popular, que ficou conhecido por "Revolução das Rosas", liderado por Mikhail Saakachvili. Foi exigida a demissão de Shevardnadze, que acabou por se retirar. A 4 de janeiro de 2004 realizaram-se novas eleições presidenciais e Saakachvili foi eleito por maioria, tornando-se assim o novo presidente da Geórgia.
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Como referenciar
Porto Editora – Geórgia na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-05 23:10:18]. Disponível em
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