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Gito Baloi
Baixista, vocalista e compositor moçambicano, nasceu em 1964, no Maputo, em Moçambique, no seio de uma família muito numerosa. Passou os primeiros anos da sua existência a explorar o som, numa fase inicial, recorrendo a instrumentos rudimentares que ele próprio concebia a partir de latas vazias, redes e qualquer outro material cujo som agradasse ao seu espírito desperto. Aos 14 anos, utilizando um baixo emprestado por um amigo, teve as primeiras aparições públicas, ganhando algum dinheiro para sustentar a sua pobre família, num país flagelado pela guerra. Inspirado por outros moçambicanos como Hortênsia Langa, Fani Mfumo e a Orchestra Marrabenta, o seu interesse pela música foi crescendo e integrou a banda Afro 78. Nesse projeto, ainda antes de fazer 15 anos, tem oportunidade de tocar em Nampula, na Beira e em Angoche, saindo pela primeira vez do Maputo. Já na década de oitenta, funda o coletivo Pongolo, com quem gravou dois álbuns e atuou na África do Sul, em Joanesburgo, Pretória e na Cidade do Cabo. Além dos Pongolo, durante uma temporada na África do Sul, atuou ao lado de Mzwaki Mbuli, cantor resistente, e da amizade com ele nasceriam dois discos: Change is Pain (1986) e Unbroken Spirit (1989). Em 1987, toca com Simba Morri, artista queniano, e também grava um disco com ele. É também nesse período que, depois de fixar residência na África do Sul, funda o projeto Tananas, com Steve Newman e Ian Herman, músicos sul-africanos, e, até à dissolução do trio em 1994, passaram por diversos países, como a Namíbia, a Suazilândia, Moçambique, França, Suécia, Japão, Reino Unido, Estados Unidos da América, Singapura, Espanha, Austrália e China. Com esse grupo, gravou sete álbuns. Provando o estatuto da banda na África do Sul, os Tananas foram o coletivo de suporte da digressão de Sting naquele país, em 1994.
No decorrer da década de noventa, Gito Baloi envolve-se noutros projetos musicais, tocando nos álbuns dos malianos Zairian Pabloe e Askia Modibo e coordenando a formação de duas bandas novas, os Somewhere Else e os Skabenga. O primeiro registo a título individual, Ekaya, foi editado em 1995, merecendo amplo destaque nas ondas radiofónicas sul-africanas e, depois, uma extensa divulgação ao vivo, com a Tito Giloi Band a percorrer o país e, mais tarde, a passar também pelo Maputo. As contribuições no trabalho de outros músicos continuaram, destacando-se a presença em discos de Anton Goosen e Ivory Koffi. Em 1996, protagonizou uma bem-sucedida digressão com a sua banda de suporte por território francês. Ainda nesse ano, toca em Moçambique, integrado no projeto Family of Percussion, do suíço Peter Giger, e produz o segundo álbum dos Landscape Prayers. Em outubro do mesmo ano, Gito Baloi e a sua banda abrem o concerto de Tracy Chapman em Joanesburgo.
O segundo álbum a solo é gravado em 1997 e conta com algumas colaborações de renome, como Bruce Cassidy, George Lee, Chude Mondlane e Nibs van der Spuy. Ainda nesse ano, voltando-se para sonoridades mais acústicas, produz outro disco em nome próprio, com enorme destaque nas rádios nacionais da África do Sul. Em julho, a Gito Baloi Band toca no Festival Internacional de Jazz de Grahamstown. Em setembro, Gito e a banda integram o Festival Internacional de Música de Joanesburgo, dividindo o palco com a brasileira Tânia Maria. Em 1998, associa-se a outro projeto e com Dan Chobole, Ray Phiri e Neil Solomon funda os African Gypsies. Com esse grupo consegue alguma notoriedade em Espanha e atua no festival WOMAD. Em colaboração com o flautista americano Herbie Mann, toca no Grahamnstown Festival de 1998. No ano seguinte, Gito Baloi seria convidado para representar a África do Sul, na companhia de Ray Phiri e Concorde Nkibinde, num intercâmbio cultural com países nórdicos. Nesse certame, tocariam com Stian Carstensen, Bendik Hofseth e Ricard Nettermalm, sob o epíteto de Shuttle Band.
Em 1999, depois da aparição dos African Gypsies no WOMAD australiano, voltam a juntar-se os Tananas. Da reunião dos três membros fundadores, nasceria o álbum Seed, lançado pela Sony. Ainda nesse ano, Gito protagonizaria alguns espetáculos com a Shuttle Band, na África do Sul. Sempre interessado em colaborar com outros músicos e mantendo uma atividade de estúdio prolífica, Gito fundou novo projeto em 2001. Os Mondetta, com ele na voz e no baixo, e com Steve Newman na guitarra, a tocadora de djembé e vocalista Wendy Oldfield, o percussionista israelita Elad Neeman e a violinsta coreana Julia Kim, tornaram-se no mais eclético dos seus projetos, produzindo uma infusão de estilos diversos e de culturas distintas. O primeiro álbum do grupo seria lançado em 2001. No mesmo ano, Gito Baloi editaria o seu terceiro registo a solo. Seguindo uma intensa dinâmica de concertos espalhados pelo mundo, Gito Baloi seria assassinado em 2004, na África do Sul, na sequência de um assalto, depois de um dos seus concertos. Terminava abruptamente uma carreira cheia de êxitos e amigos. O álbum que gravava na altura da sua morte seria editado a título póstumo.
Discografia
1995, Ekaya
1997, Na Ku Randza
2001, Herbs and Roots
2004, Sweet-Thor
No decorrer da década de noventa, Gito Baloi envolve-se noutros projetos musicais, tocando nos álbuns dos malianos Zairian Pabloe e Askia Modibo e coordenando a formação de duas bandas novas, os Somewhere Else e os Skabenga. O primeiro registo a título individual, Ekaya, foi editado em 1995, merecendo amplo destaque nas ondas radiofónicas sul-africanas e, depois, uma extensa divulgação ao vivo, com a Tito Giloi Band a percorrer o país e, mais tarde, a passar também pelo Maputo. As contribuições no trabalho de outros músicos continuaram, destacando-se a presença em discos de Anton Goosen e Ivory Koffi. Em 1996, protagonizou uma bem-sucedida digressão com a sua banda de suporte por território francês. Ainda nesse ano, toca em Moçambique, integrado no projeto Family of Percussion, do suíço Peter Giger, e produz o segundo álbum dos Landscape Prayers. Em outubro do mesmo ano, Gito Baloi e a sua banda abrem o concerto de Tracy Chapman em Joanesburgo.
O segundo álbum a solo é gravado em 1997 e conta com algumas colaborações de renome, como Bruce Cassidy, George Lee, Chude Mondlane e Nibs van der Spuy. Ainda nesse ano, voltando-se para sonoridades mais acústicas, produz outro disco em nome próprio, com enorme destaque nas rádios nacionais da África do Sul. Em julho, a Gito Baloi Band toca no Festival Internacional de Jazz de Grahamstown. Em setembro, Gito e a banda integram o Festival Internacional de Música de Joanesburgo, dividindo o palco com a brasileira Tânia Maria. Em 1998, associa-se a outro projeto e com Dan Chobole, Ray Phiri e Neil Solomon funda os African Gypsies. Com esse grupo consegue alguma notoriedade em Espanha e atua no festival WOMAD. Em colaboração com o flautista americano Herbie Mann, toca no Grahamnstown Festival de 1998. No ano seguinte, Gito Baloi seria convidado para representar a África do Sul, na companhia de Ray Phiri e Concorde Nkibinde, num intercâmbio cultural com países nórdicos. Nesse certame, tocariam com Stian Carstensen, Bendik Hofseth e Ricard Nettermalm, sob o epíteto de Shuttle Band.
Em 1999, depois da aparição dos African Gypsies no WOMAD australiano, voltam a juntar-se os Tananas. Da reunião dos três membros fundadores, nasceria o álbum Seed, lançado pela Sony. Ainda nesse ano, Gito protagonizaria alguns espetáculos com a Shuttle Band, na África do Sul. Sempre interessado em colaborar com outros músicos e mantendo uma atividade de estúdio prolífica, Gito fundou novo projeto em 2001. Os Mondetta, com ele na voz e no baixo, e com Steve Newman na guitarra, a tocadora de djembé e vocalista Wendy Oldfield, o percussionista israelita Elad Neeman e a violinsta coreana Julia Kim, tornaram-se no mais eclético dos seus projetos, produzindo uma infusão de estilos diversos e de culturas distintas. O primeiro álbum do grupo seria lançado em 2001. No mesmo ano, Gito Baloi editaria o seu terceiro registo a solo. Seguindo uma intensa dinâmica de concertos espalhados pelo mundo, Gito Baloi seria assassinado em 2004, na África do Sul, na sequência de um assalto, depois de um dos seus concertos. Terminava abruptamente uma carreira cheia de êxitos e amigos. O álbum que gravava na altura da sua morte seria editado a título póstumo.
Discografia
1995, Ekaya
1997, Na Ku Randza
2001, Herbs and Roots
2004, Sweet-Thor
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Como referenciar
Porto Editora – Gito Baloi na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-12 14:46:28]. Disponível em
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