Guerras Provinciais Japonesas
Nos finais da Idade Média ocidental, o Japão era governado por um imperador (mikado), personagem eminentemente religiosa e instalado preferencialmente em Quioto. No início do século XIV, o micado havia delegado os poderes políticos num prefeito do palácio, hereditário, o xógum, enquanto se instalava um regime feudal e senhorial. Os governadores de províncias ou dáimios tornavam-se senhores independentes do poder central, o Bakufu. Possuíam terras, atribuíam-se regalias e mantinham relações diretas com o estrangeiro. Tinham sob as suas ordens os samurais, que formavam uma espécie de nobreza militar cujos feudos constituíam rendas aplicadas na cultura do arroz. Ao seu lado, proliferavam mosteiros budistas, com extenso património fundiário e com poderes semelhantes aos dos dáimios. A grande maioria da população era constituída por camponeses de recursos modestos, agrupados em aldeias onde existia um delegado, nanuchi, encarregado de registar a população e o estado civil dos homens do campo e a produção de cada um.
No século XVI, o Japão era um território estagnado. Apesar de os registos indiciarem um forte índice de natalidade, a população não crescia devido às grandes privações por que passava. As guerras entre os daimios e as revoltas camponesas perturbavam o país. As cidades eram modestas, eram sobretudo aglomerados em volta de fortalezas, com uma reduzida atividade comercial. A religião xintoísta perdia terreno para o budismo, e a vida intelectual não era brilhante. Verifica-se, contudo, entre os japoneses uma certa curiosidade pelo mundo exterior.
No final da centúria de quinhentos, registaram-se profundas transformações. O xógum da dinastia Ashikaga, expulso em 1568, pediu auxílio a um senhor (Nobunaga), que se assenhoreou da fértil província central de Owari, onde instalou uma administração-modelo. Em resultado disso, Nobunaga acabou por suplantar Ashikaga em 1573. Por essa altura, resolveu tomar a seu cargo a restituição dos poderes do Bakufu. Para isso, foi necessário quebrar a resistência dos senhores feudais e vencer as revoltas camponesas. A sua obra foi continuada por Iyeyasu. Este último fundou a dinastia dos xóguns Tokugawa, que governaram o Japão até 1868. Dessa luta, o país saiu unificado sob a autoridade do xógum, cujas possessões se estenderam à parte central do arquipélago, dominando os principais centros urbanos. Para evitar um renascimento feudal, todos os dáimios foram submetidos a um regime severo: proibição de casar ou construir um castelo sem a autorização do xógum, obrigação de morar um ano em cada dois na corte do xógum estabelecida em Edo (atual Tóquio) e de deixar a família como refém, etc. Forçados a esta vida na corte, bastante custosa, os daimios arruinaram-se e perderam a sua independência.
No século XVI, o Japão era um território estagnado. Apesar de os registos indiciarem um forte índice de natalidade, a população não crescia devido às grandes privações por que passava. As guerras entre os daimios e as revoltas camponesas perturbavam o país. As cidades eram modestas, eram sobretudo aglomerados em volta de fortalezas, com uma reduzida atividade comercial. A religião xintoísta perdia terreno para o budismo, e a vida intelectual não era brilhante. Verifica-se, contudo, entre os japoneses uma certa curiosidade pelo mundo exterior.
No final da centúria de quinhentos, registaram-se profundas transformações. O xógum da dinastia Ashikaga, expulso em 1568, pediu auxílio a um senhor (Nobunaga), que se assenhoreou da fértil província central de Owari, onde instalou uma administração-modelo. Em resultado disso, Nobunaga acabou por suplantar Ashikaga em 1573. Por essa altura, resolveu tomar a seu cargo a restituição dos poderes do Bakufu. Para isso, foi necessário quebrar a resistência dos senhores feudais e vencer as revoltas camponesas. A sua obra foi continuada por Iyeyasu. Este último fundou a dinastia dos xóguns Tokugawa, que governaram o Japão até 1868. Dessa luta, o país saiu unificado sob a autoridade do xógum, cujas possessões se estenderam à parte central do arquipélago, dominando os principais centros urbanos. Para evitar um renascimento feudal, todos os dáimios foram submetidos a um regime severo: proibição de casar ou construir um castelo sem a autorização do xógum, obrigação de morar um ano em cada dois na corte do xógum estabelecida em Edo (atual Tóquio) e de deixar a família como refém, etc. Forçados a esta vida na corte, bastante custosa, os daimios arruinaram-se e perderam a sua independência.
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Como referenciar
Porto Editora – Guerras Provinciais Japonesas na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-28 12:35:52]. Disponível em
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