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Guerrilha sandinista
Movimento revolucionário da Nicarágua (Frente Sandinista de Libertação), responsável pelo derrube, em 1979, de uma velha ditadura de 43 anos chefiada por Anastácio Somoza Debayle, último representante de uma verdadeira dinastia de ditadores nicaraguanos (aliás, este foi o único Somoza eleito - em 1974, se bem que o processo não tenha sido muito claro). Subsequentemente, serão os guerrilheiros a governar o país até 1990.
A Frente Sandinista de Libertação formou-se no princípio dos anos 60 sob iniciativa de Carlos Fonesca Amador, Sílvio Maygora e Tomás Borge Martínez; chamava-se assim devido à preponderância do chefe guerrilheiro Augusto Sandino. No final dessa década, os sandinistas estavam praticamente neutralizados pela Guarda Nacional, afeta ao Governo. Contudo, no início da década de 70, o movimento de guerrilha ganhou novo fôlego. Registaram-se então violentos golpes em 1974 e em 1978. Nestes conseguem obter muito dinheiro com os assaltos perpetrados e, ao mesmo tempo, libertam camaradas presos que voltaram a integrar as suas fileiras. Mas, acima de tudo, estas ações, ainda relativamente esporádicas, foram importantes pelo embaraço causado ao regime de Somoza.
No final de 1978, os sandinistas instauraram abertamente um processo revolucionário armado, sobretudo em consequência do assassinato do dirigente oposicionista Pedro Joaquín Chamorro ocorrido no início desse ano. Chamorro era uma figura incómoda para o regime pois, como diretor do jornal La Prensa, desde sempre dera voz aos opositores da ditadura.
Somoza foi acusado de cumplicidade nesse ato violento e, depois destes acontecimentos, como se viu, o país mergulhou numa verdadeira guerra civil. Em abril de 1979 a Nicarágua vivia num verdadeiro caos. Procurando evitar a instauração de um novo regime comunista (que se juntaria a Cuba) no hemisfério Norte, os Estados Unidos convenceram o ditador a retirar-se entregando o poder a uma coligação constituída pela ala dos moderados. Somoza abandonou o poder em 17 de julho de 1979, partindo para o exílo, primeiro em Miami, Florida e depois para o Paraguai, onde foi assassinado em 1980. Logo depois os sandinistas formaram um governo de salvação nacional, uma Junta. Enfrentando enormes dificuldades, tentam, inicialmente com a ajuda americana, estimular a economia; contudo, desde cedo, os americanos dão-se conta das políticas de esquerda seguidas pelo novo governo; sob o pretexto de que os sandinistas apoiavam os rebeldes de El Salvador, os americanos cortam-lhes todo o auxílio em 1981 e, por sua vez, passam a apoiar os "Contras", movimento de guerrilha anti-sandinista.
Como consequência, a Nicarágua passa deliberadamente para uma política de esquerda, assinando um pacto com a URSS. Começava assim, verdadeiramente, uma nova guerra civil entre o Governo sandinista e os "Contras". Estes, operando graças à ajuda da CIA, os serviços secretos americanos, passam a lançar ataques contra a Nicarágua (de onde foram expulsos) das suas bases secretas da Costa Rica e Honduras. O esforço de guerra contribuiu para a degradação da economia do país, facto agravado quando, em 1985, o presidente americano Ronald Reagan decretou um embargo económico à Nicarágua. Em 1984, a Frente Sandinista de Libertação ganhara por dois terços uma consulta eleitoral e Daniel Ortega Saavedra, líder da campanha urbana de resistência durante o período da guerrilha, é indigitado para a presidência. Em outubro de 1985 este declarou o estado de emergência no país pelo período de um ano, durante o qual todos os direitos civis foram suspensos. Nesse mesmo mês, o Congresso dos Estados Unidos votou a suspensão da ajuda aos "Contras", que, no entanto, prosseguiria pelo menos mais um ano. Em novembro de 1986, foi revelado que os "Contras" beneficiaram de fundos desviados de pagamentos feitos de vendas secretas de armas ao Irão estando já em vigor a suspensão da ajuda (caso "Irão - Contras").
No país, a situação continuava delicada. Em março de 1988 as frações em guerra encontraram-se pela primeira vez para falar de paz, sendo acordada uma trégua. No ano seguinte foi aprovado um plano de paz para a Nicarágua, tendo os "Contras" concordado com um cessar-fogo e em participar em eleições democráticas. Em 1990, Ortega perdeu as eleições para uma coligação de 14 partidos (onde se incluíam os antigos líderes "Contras"); no entanto, a Frente Sandinista não se afastou completamente dos centros de decisão; continuou a ser uma força em setores-chave da Nicarágua, sobretudo com enorme influência entre os comandos do exército e da polícia.
A Frente Sandinista de Libertação formou-se no princípio dos anos 60 sob iniciativa de Carlos Fonesca Amador, Sílvio Maygora e Tomás Borge Martínez; chamava-se assim devido à preponderância do chefe guerrilheiro Augusto Sandino. No final dessa década, os sandinistas estavam praticamente neutralizados pela Guarda Nacional, afeta ao Governo. Contudo, no início da década de 70, o movimento de guerrilha ganhou novo fôlego. Registaram-se então violentos golpes em 1974 e em 1978. Nestes conseguem obter muito dinheiro com os assaltos perpetrados e, ao mesmo tempo, libertam camaradas presos que voltaram a integrar as suas fileiras. Mas, acima de tudo, estas ações, ainda relativamente esporádicas, foram importantes pelo embaraço causado ao regime de Somoza.
No final de 1978, os sandinistas instauraram abertamente um processo revolucionário armado, sobretudo em consequência do assassinato do dirigente oposicionista Pedro Joaquín Chamorro ocorrido no início desse ano. Chamorro era uma figura incómoda para o regime pois, como diretor do jornal La Prensa, desde sempre dera voz aos opositores da ditadura.
Como consequência, a Nicarágua passa deliberadamente para uma política de esquerda, assinando um pacto com a URSS. Começava assim, verdadeiramente, uma nova guerra civil entre o Governo sandinista e os "Contras". Estes, operando graças à ajuda da CIA, os serviços secretos americanos, passam a lançar ataques contra a Nicarágua (de onde foram expulsos) das suas bases secretas da Costa Rica e Honduras. O esforço de guerra contribuiu para a degradação da economia do país, facto agravado quando, em 1985, o presidente americano Ronald Reagan decretou um embargo económico à Nicarágua. Em 1984, a Frente Sandinista de Libertação ganhara por dois terços uma consulta eleitoral e Daniel Ortega Saavedra, líder da campanha urbana de resistência durante o período da guerrilha, é indigitado para a presidência. Em outubro de 1985 este declarou o estado de emergência no país pelo período de um ano, durante o qual todos os direitos civis foram suspensos. Nesse mesmo mês, o Congresso dos Estados Unidos votou a suspensão da ajuda aos "Contras", que, no entanto, prosseguiria pelo menos mais um ano. Em novembro de 1986, foi revelado que os "Contras" beneficiaram de fundos desviados de pagamentos feitos de vendas secretas de armas ao Irão estando já em vigor a suspensão da ajuda (caso "Irão - Contras").
No país, a situação continuava delicada. Em março de 1988 as frações em guerra encontraram-se pela primeira vez para falar de paz, sendo acordada uma trégua. No ano seguinte foi aprovado um plano de paz para a Nicarágua, tendo os "Contras" concordado com um cessar-fogo e em participar em eleições democráticas. Em 1990, Ortega perdeu as eleições para uma coligação de 14 partidos (onde se incluíam os antigos líderes "Contras"); no entanto, a Frente Sandinista não se afastou completamente dos centros de decisão; continuou a ser uma força em setores-chave da Nicarágua, sobretudo com enorme influência entre os comandos do exército e da polícia.
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Como referenciar
Porto Editora – Guerrilha sandinista na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-05 15:58:02]. Disponível em
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