Hans
Personagem de Histórias da Terra e do Mar (1984), de Sophia de Mello Breyner, belíssima alegoria da impossibilidade de regresso às origens, Hans vivia com a família na ilha nórdica de Vig.
Aos catorze anos, com quase altura de um homem, habituado a contactar com o mar, nutria uma grande paixão por ele. Muitas vezes, "Esgueirando-se pelas ruelas, caminhava ao longo do cais, ao lado de botes e veleiros (...). Ali, no respirar da vaga, ouvia o respirar indecifrado da sua própria paixão".
"Carregado de imaginação", Hans desejava ser marinheiro como os seus tios e avós. Contudo, o seu pai não via com agrado o seu sonho, pois os tios de Hans "tinham morrido no naufrágio de um veleiro que lhe pertencia". O desejo do pai era que o filho estudasse "leis ou medicina ou engenharia", mas Hans não mudava de opinião; queria ser capitão de um navio. Contrariando a vontade paterna, Hans concretiza o seu sonho ao alistar-se como grumete num cargueiro inglês, vindo da Noruega.
Depois de ter vagueado por algum tempo, foi recolhido por um inglês, Hoyle, que o adotou como filho. Foi crescendo e, aos 21 anos, Hans era capitão de um navio e, mais tarde, passa a ser sócio de Hoyle. No entanto, o sonho dele agora era outro: regressar a Vig como capitão de um navio e ser perdoado pelo pai. Casa com Ana e tem seis filhos. Persistente, continua a enviar cartas para o pai, mas a resposta obtida é sempre a mesma: não deseja recebê-lo. Nos seus negócios era honesto, empreendedor, trabalhador e "a sua palavra era de oiro", vindo a tornar-se um dos homens mais respeitáveis do burgo.
Já avô, era um homem feliz, mas havia algo que não abandonava o seu pensamento: "a memória de Vig subia à flor do mar". Hans envelhece e adoece, mas antes de morrer de uma doença "incertamente diagnosticada", pede aos filhos e à mulher que construam, por cima da sua sepultura, um navio naufragado, quem sabe para, nas noites de temporal, navegar para a sua terra natal tão desejada: a ilha de Vig.
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