4 min
Harry Potter
Série de livros de aventuras, da autoria da escritora inglesa J. K. Rowling. O protagonista, Harry Potter, é um jovem aprendiz de feiticeiro que, por aventuras e desventuras, e através do mundo da magia, vai descobrindo o sentido da realidade. A estreia da autora foi um sucesso de vendas inesperado, mas que se viria a tornar polémico, já que levantou inúmeras questões, não só acerca da delimitação da literatura infanto-juvenil, mas também sobre a oposição entre o livro e os suportes audio-visuais e multimédia e, muito em especial, sobre os valores espirituais do mundo ocidental.
O primeiro volume da série, Harry Potter and the Philosopher's Stone (1997, Harry Potter e a Pedra Filosofal), obra escrita em Portugal, nos cafés da cidade do Porto, daria origem ao filme com o mesmo nome.
Harry Potter é apresentado nesse primeiro volume como sendo um rapaz de onze anos, órfão, e que vive com os tios e o primo. Dorme no vão das escadas e há onze anos que não tem uma festa de aniversário. Tudo muda, no entanto, quando uma carta misteriosa é trazida por uma coruja mensageira. É um convite da Escola de Feitiçaria e Bruxaria de Hogwarts, que irá mudar a vida de Harry. Aceitando a proposta para estudar nessa escola, logo se torna popular no mundo dos mágicos, e é reputado como único sobrevivente da maldição do vilão Lord Voldemort, facto comprovado pela cicatriz em forma de raio de trovoada. A cada volume da série corresponderia um ano de aprendizagem de Harry na Escola de Hogwarts, onde vive num mundo de frascos de poções mágicas, criaturas fantásticas e aulas de voo em vassoura. Mas o que tornou Harry Potter uma celebridade não foram só as equiparações que Rowling estabelece com os contos de fadas tradicionais, mitos e lendas. Fluffly, por exemplo, o cão guardião do alçapão da Escola de Hogwarts, assemelha-se a Cérberos, o canino de três cabeças que guarda o mundo subterrâneo da mitologia grega. Mesmo o próprio Harry pode ser comparado com o rei Artur, já que ambos são órfãos criados por pais adotivos, ambos desconhecem a sua verdadeira identidade, que lentamente começam a compreender. O que fez de Harry uma personagem admirável pelo público de todas as idades são também as suas qualidades e fraquezas humanas. Rowling ajuda o leitor a compreender as suas personagens ao explicar aquilo em que acreditam. Em Harry Potter and The Goblet of Fire (2000, Harry Potter e o Cálice de Fogo), Dumbledore diz: "As diferenças de costumes e de linguagem são irrelevantes se os nossos objetivos forem idênticos e os corações estiverem abertos." Em The Prisoner of Azkaban (1999, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban), Harry defronta-se com a oportunidade de tirar a vida ao responsável pela morte dos seus pais mas, demarcando-se moralmente do seu inimigo, Voldermort, prefere não o fazer. "São as nossas escolhas, Harry, que mostram aquilo que realmente somos, muito mais do que as nossas capacidades." (de The Chamber of Secrets 1999 - tradução portuguesa: Harry Potter e a Câmara dos Segredos). A popularidade da série manifestou-se pela atribuição de diversos prémios literários e nas listas de vendas, que viriam a revelar que Harry Potter havia inculcado hábitos de leitura inesperados não apenas nos meios infanto-juvenis, que desde o fim dos anos 80 faziam prever a quase completa substituição do livro por meios de entretenimento de suporte audio-visual. Nas edições normais da série, aparece apenas uma única ilustração, a da capa, e mesmo essa foi retirada nalgumas edições expressamente direcionadas aos leitores adultos. Em 1999, ano da publicação de The Prisoner of Azkaban (Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban), houve reações à não inclusão do livro na lista de topo de vendas do reputado jornal inglês The Sunday Times. Tendo o suplemento literário deste jornal uma lista específica para literatura infantil e tendo o livro atingido um volume de vendas que ultrapassava todos os outros concorrentes da lista de literatura considerada para adultos, quiseram os leitores que figurasse nesta última lista.
Face à iminência do aparecimento do filme Harry Potter and The Sorcerer's Stone, em 2000, e com ele toda a gama comercial de acessórios, a crítica temeu que se perdesse a magia dos livros. O The Globe de 9 de julho do mesmo ano predizia: "Enquanto que os homens de negócios ligados às vias de comunicação insistem que para atrair a atenção mesmo de um bebé, são precisos guizos eletrónicos, milhões de crianças puderam experimentar o mundo de Harry Potter em silêncio, sendo apenas quebrado com o desfolhar das páginas. O seu imaginário tem sido livre para esboçar Harry Potter tal como o veem.(...) Assim que a primeira vaga de mercadoria sair, antes de pegar num livro de Harry Potter as crianças já saberão como é que o mundo dele parece". A questão cinematográfica terá atingido o seu auge quando um grupo extenso de admiradores decidiu organizar um boicote à mercadoria, pouco depois da estreia do filme. Quase todos eles crianças, e na sua maioria criadores de sítios Internet dedicados ao jovem herói, viram-se confrontados com cartas dos advogados da companhia cinematográfica responsável pelo filme e detentora dos direitos de autor sobre a personagem. A organização do boicote, a Defense Against the Dark Arts Project, teria escolhido o seu nome por acreditar que, na realidade como nos livros de Harry Potter, existem dois mundos, duas magias. O quinto volume das aventuras de Harry Potter, sob o título Harry Potter e a Ordem da Fénix (Harry Potter and the Order of the Phoenix), foi publicado em 2003. Nesse volume, Harry passa por experiências que vão alterar a sua vida. Dois anos mais tarde, foi lançado mais um volume, com o título Harry Potter & The Half Blood Prince (Harry Potter e o Príncipe Misterioso), em que surge de novo Voldemort, o maléfico feiticeiro, que terá de ser combatido pelas forças do bem, e um misterioso livro de poções, pertencente a um príncipe misterioso, que vai parar às mãos de Harry. Por fim, o sétimo e último volume da saga deste pequeno aprendiz de feiticeiro foi lançado em 2007, com o título Harry Potter and the Deathly Hallows. Ler excerto da obra
O primeiro volume da série, Harry Potter and the Philosopher's Stone (1997, Harry Potter e a Pedra Filosofal), obra escrita em Portugal, nos cafés da cidade do Porto, daria origem ao filme com o mesmo nome.
Face à iminência do aparecimento do filme Harry Potter and The Sorcerer's Stone, em 2000, e com ele toda a gama comercial de acessórios, a crítica temeu que se perdesse a magia dos livros. O The Globe de 9 de julho do mesmo ano predizia: "Enquanto que os homens de negócios ligados às vias de comunicação insistem que para atrair a atenção mesmo de um bebé, são precisos guizos eletrónicos, milhões de crianças puderam experimentar o mundo de Harry Potter em silêncio, sendo apenas quebrado com o desfolhar das páginas. O seu imaginário tem sido livre para esboçar Harry Potter tal como o veem.(...) Assim que a primeira vaga de mercadoria sair, antes de pegar num livro de Harry Potter as crianças já saberão como é que o mundo dele parece". A questão cinematográfica terá atingido o seu auge quando um grupo extenso de admiradores decidiu organizar um boicote à mercadoria, pouco depois da estreia do filme. Quase todos eles crianças, e na sua maioria criadores de sítios Internet dedicados ao jovem herói, viram-se confrontados com cartas dos advogados da companhia cinematográfica responsável pelo filme e detentora dos direitos de autor sobre a personagem. A organização do boicote, a Defense Against the Dark Arts Project, teria escolhido o seu nome por acreditar que, na realidade como nos livros de Harry Potter, existem dois mundos, duas magias. O quinto volume das aventuras de Harry Potter, sob o título Harry Potter e a Ordem da Fénix (Harry Potter and the Order of the Phoenix), foi publicado em 2003. Nesse volume, Harry passa por experiências que vão alterar a sua vida. Dois anos mais tarde, foi lançado mais um volume, com o título Harry Potter & The Half Blood Prince (Harry Potter e o Príncipe Misterioso), em que surge de novo Voldemort, o maléfico feiticeiro, que terá de ser combatido pelas forças do bem, e um misterioso livro de poções, pertencente a um príncipe misterioso, que vai parar às mãos de Harry. Por fim, o sétimo e último volume da saga deste pequeno aprendiz de feiticeiro foi lançado em 2007, com o título Harry Potter and the Deathly Hallows. Ler excerto da obra
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Harry Potter na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-06 17:38:00]. Disponível em
Outros artigos
-
InternetInternet é o nome pelo qual é hoje vulgarmente conhecida aquela que se pode designar por rede mundia...
-
literatura infantilTermo que designa uma literatura criada especificamente para as crianças. Embora a definição de traç...
-
PortoAspetos geográficos Cidade, sede de concelho e capital de distrito, localiza-se na Região Norte (NUT...
-
Harry Potter e a Pedra FilosofalFilme de aventuras realizado por Chris Columbus em 2001, intitulado, no original Harry Potter and th...
-
J. K. RowlingEscritora inglesa, Joanne Kathleen Rowling nasceu a 31 de julho de 1965, nos arredores de Bristol, e...
-
Alice no País das MaravilhasLivro de aventuras infantil escrito por Lewis Carroll, publicado pela primeira vez em 1865, com o tí
-
O Senhor dos Anéis (obra)Obra da autoria do escritor britânico de origem sul-africana J. R. R. Tolkien, composta sob a forma
-
O Cântico de NatalAntologia de contos de Charles Dickens, cujo título original é Christmas Carol, publicada em 1843. É
-
O Diário de Bridget JonesO Diário de Bridget Jones, com o título original Bridget Jones's Diary, de Helen Fielding, é um roma
-
Os CincoEnid Blyton começou a escrever a série infanto-juvenil 'Os Cinco' em 1942, inaugurando-a com o livro
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Harry Potter na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-06 17:38:00]. Disponível em