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Henrique de Navarra
Rei de França, com o título de Henrique IV. Filho de António de Bourbon, duque de Vandôme, e de Jeanne d'Albret, rainha de Navarra, nasceu em 1553, no castelo de Pau, e foi assassinado em 1610, em Paris. O seu reinado é considerado notável e a sua última fase, entre 1598 e 1610, assiste a uma verdadeira restauração da França, esgotada pelas guerras de religião e pelas lutas com a Espanha. Educado no Béarn, teve uma juventude muito ligada ao terçar das armas; a sua ascensão ao trono revelou-se bastante complicada. Era protestante. Travou os primeiros combates em 1568 em La Rochelle, onde acompanhara a mãe. Foi um verdadeiro soldado, percorrendo todos os campos de batalha do reino, onde se fez companheiro de armas de Crillon e Agripa d'Aubigné. Depois da paz de Saint-Germain (1570), entre católicos e protestantes, desposou a princesa Margarida de Valois (1572), irmã de Carlos IX. Contudo, as núpcias deste matrimónio foram extremamente infelizes: poucos dias depois, teve lugar o massacre do S. Bartolomeu e ele era um dos alvos a abater; escapou à morte abjurando as suas doutrinas reformadas. Envolvido nas intrigas da corte, e vigiado de perto, consegue escapar no início de 1576, desdiz rapidamente a abjuração de 1572 e coloca-se à frente do partido huguenote. Nos intervalos de paz, estabelece a sua corte em Nérac, abandonando Pau, capital do seu reino de Navarra, e governa a Guyenne. Em 1580, apodera-se de Cahors, que fora prometida em dote a sua mulher e que Henrique III recusara entregar; a seguir prossegue a luta na Guyenne, apoderando-se de Saintonge e do Poitou, e vence o duque de Joyeuse em Coutras (1587). Em 1588, Henrique III, expulso de Paris pela Liga (Santa Liga ou Santa União; liga católica formada pelos Guise e outros católicos em 1576 com o objetivo de dar combate aos huguenotes), recorreu ao seu auxílio e, ambos, puseram cerco à cidade. Depois do assassinato de Henrique III, Henrique de Navarra encontra-se como o herdeiro direto da Coroa (1589). A Liga recusou reconhecer o líder dos protestantes como rei e foram necessários 10 anos a Henrique para chegar ao poder. Apoiavam-no os huguenotes e os Políticos (partido católico tolerante fundado na sequência do S. Bartolomeu); contra si estava a Liga e o rei de Espanha; as vitórias de Arques (1589), de Ivry (1590), o cerco abortado a Paris, a tomada de Chartres, a conversão ao catolicismo a conselho de Sully (1593) a submissão de Paris (1594), a jornada de Fontaine (1595) e a tomada de Amiens (1596), são os principais acontecimentos deste período. Foram necessários grandes esforços para resgatar o seu reino, submeter Mayenne, Joyeuse, d'Epernon, enfim, para triunfar sobre os espanhóis.
Em 1598, o reino acalma com a assinatura do Édito de Nantes, que assegurava aos protestantes a liberdade regulamentada do seu culto; é também o fim da guerra com a Espanha pela Paz de Vervins, mais facilitada após a campanha vitoriosa de Fontaine-Française de 1595. Aliás, desde esta data quase se pode falar de uma nova fase da sua ação onde, ajudado por homens hábeis como Sully, Olivier de Serres e Laffémas, recupera as finanças, desenvolve o comércio, abre estradas, cria manufaturas; legisla sobre agricultura e indústria; preocupa-se com a política externa (Samuel Champlain, explorador francês, estabelece-se no Canadá com o apoio de Henrique de Navarra e funda a Nova França). No entanto, a sua figura despertava muitos ódios; contra ele houve vários complots (um dos quais custou a vida ao marechal de Biron, autor de várias intrigas e de conspiração com o estrangeiro) e tentativas de assassinato. Em 1599, foi oficializado o seu divórcio de Margarida de Valois e Henrique casa com Maria de Médicis. Em 1601, empreende uma curta guerra com a Saboia, juntando mais alguns domínios ao seu reino. A questão da sucessão de Clèves e de Juliers (1609) servirá a Henrique de pretexto para atacar frontalmente a Casa de Áustria. No entanto, não conseguirá concretizar este projeto; em 1610 cairá apunhalado por um fanático, François Ravaillac, na Rua da Ferronnerie, em Paris. A sua morte mergulhará a França numa dor profunda. As crónicas e relatos dão dele uma imagem de inteligência, bravura, habilidade, fino trato e um sentido de realidade muito agudo. Pode ser considerado um dos fundadores da monarquia absoluta, não se constrangendo perante qualquer sistema nem com qualquer escrúpulo moral. Sabia enganar, tranformar e mentir. Teve várias amantes (Gabrielle d'Estrées e a perigosa Henriette d'Entragues) e filhos ilegítimos, além do futuro Luís XIII e de Isabel, futura rainha de Espanha, Cristina, duquesa de Saboia, e Henriqueta, rainha de Inglaterra. Homem de espírito, é-lhe atribuída a autoria de diversos ditos espirituosos; ficaram célebres os seus bilhetes breves; Voltaire fez dele o herói da Henríada. É bastante conhecida a sua estátua equestre na Pont-Neuf, da autoria de Lemont, inaugurada em 25 de agosto de 1818; a sua vida e obra inspiraram igualmente diversos pintores ao longo dos tempos.
Em 1598, o reino acalma com a assinatura do Édito de Nantes, que assegurava aos protestantes a liberdade regulamentada do seu culto; é também o fim da guerra com a Espanha pela Paz de Vervins, mais facilitada após a campanha vitoriosa de Fontaine-Française de 1595. Aliás, desde esta data quase se pode falar de uma nova fase da sua ação onde, ajudado por homens hábeis como Sully, Olivier de Serres e Laffémas, recupera as finanças, desenvolve o comércio, abre estradas, cria manufaturas; legisla sobre agricultura e indústria; preocupa-se com a política externa (Samuel Champlain, explorador francês, estabelece-se no Canadá com o apoio de Henrique de Navarra e funda a Nova França). No entanto, a sua figura despertava muitos ódios; contra ele houve vários complots (um dos quais custou a vida ao marechal de Biron, autor de várias intrigas e de conspiração com o estrangeiro) e tentativas de assassinato. Em 1599, foi oficializado o seu divórcio de Margarida de Valois e Henrique casa com Maria de Médicis. Em 1601, empreende uma curta guerra com a Saboia, juntando mais alguns domínios ao seu reino. A questão da sucessão de Clèves e de Juliers (1609) servirá a Henrique de pretexto para atacar frontalmente a Casa de Áustria. No entanto, não conseguirá concretizar este projeto; em 1610 cairá apunhalado por um fanático, François Ravaillac, na Rua da Ferronnerie, em Paris. A sua morte mergulhará a França numa dor profunda. As crónicas e relatos dão dele uma imagem de inteligência, bravura, habilidade, fino trato e um sentido de realidade muito agudo. Pode ser considerado um dos fundadores da monarquia absoluta, não se constrangendo perante qualquer sistema nem com qualquer escrúpulo moral. Sabia enganar, tranformar e mentir. Teve várias amantes (Gabrielle d'Estrées e a perigosa Henriette d'Entragues) e filhos ilegítimos, além do futuro Luís XIII e de Isabel, futura rainha de Espanha, Cristina, duquesa de Saboia, e Henriqueta, rainha de Inglaterra. Homem de espírito, é-lhe atribuída a autoria de diversos ditos espirituosos; ficaram célebres os seus bilhetes breves; Voltaire fez dele o herói da Henríada. É bastante conhecida a sua estátua equestre na Pont-Neuf, da autoria de Lemont, inaugurada em 25 de agosto de 1818; a sua vida e obra inspiraram igualmente diversos pintores ao longo dos tempos.
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Como referenciar
Porto Editora – Henrique de Navarra na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-04 00:33:27]. Disponível em
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