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Hestnes Ferreira
Arquiteto português, Raul Hestnes Ferreira, nascido em 1931, cursou Arquitetura no Porto, Helsínquia e Lisboa, onde concluiu os seus estudos em 1961. Parte para os Estados Unidos, onde frequenta a Universidade de Yale e da Pensilvânia, obtendo o mestrado em Arquitetura em 1963, sob o magistério de Louis Kahn.
A sua obra arquitetónica é marcada pelo período da sua formação, época em que começava a surgir alguma crítica aos modelos dos mestres do Modernismo, abrindo o campo para outro tipo de influências, como o trabalho de Alvar Aalto, com o qual teve contacto durante a sua estadia na Escandinávia. Com o desejo de experimentar novo tipo de influências e com a ideia de que os modelos da Bauhaus começavam a esgotar o seu próprio desenvolvimento, parte para os Estados Unidos onde viria a trabalhar com aquele que ainda hoje assume como a sua maior influência: o arquiteto Louis Kahn, cujo legado é bastante visível nas obras por si concebidas até à atualidade.
Negando os princípios radicais do Movimento Moderno, retoma o gosto, até então preterido, do uso de conceitos geométricos (simetria, proporções clássicas) que começam por se manifestar na composição das plantas do projeto de arquitetura, prosseguindo numa composição do alçado, onde a repetição dos mesmo jogo de aberturas retoma uma certa ênfase monumental. Do mesmo modo, não pretende com a sua arquitetura constituir referências inéditas na paisagem, antes fazer uso de formas e processos construtivos tradicionais (como arcos e abóbadas e expressões próprias dos materiais empregues, que revelam as influências de Kahn) e que participam na integração do edifício no local.
Exemplo disto é a Escola Secundária da Quinta de Marrocos (atualmente José Gomes de Ferreira), construída entre 1976 e 1980 (que vai sofrer influências do Magistério Primário de Adães Bermudes - arq., 1865-1947 - situado a uma centena de metros), onde explora uma composição simétrica e onde ao purismo formal do exterior corresponde uma sucessão de espaços que os jogos de luz, por intermédio de claraboias, conseguem diversificar.
De assinalar ainda a sua participação no Programa SAAL do Sul, onde retomou um processo que já se encontrava em curso (como na generalidade de todos os processos do SAAL) e que viria a dar origem à Quinta das Fonsecas (1975, 1983), apenas parcialmente construída. Este projeto nega claramente os pressupostos modernos no ato de construir cidade, pois, apesar de se estabelecer numa periferia, retoma o modelo do edifício em estreita relação com a rua tradicional. Aliás, a ideia subjacente à intervenção passava pela centralização dos esforços em torno do edificado, sendo que o espaço público seria decorrente da capacidade dos edifícios definirem os espaços exteriores através da sua implantação: criando ruas, pátios e praças. O alçado recorre a um clássico sistema de sucessão de janelas semelhantes entre si, mas que ganha um certo dinamismo através da conceção de um apartamento que, consoante os pisos, permite ser invertido (trocando as salas com os quartos), criando um jogo de avanços e recuos que se manifestam no exterior.
A sua atividade abrange ainda o ensino, dado ter lecionado no Departamento de Arquitetura da ESBAP, no Porto, e ser professor catedrático convidado de Arquitetura na Universidade de Coimbra.
A sua obra arquitetónica é marcada pelo período da sua formação, época em que começava a surgir alguma crítica aos modelos dos mestres do Modernismo, abrindo o campo para outro tipo de influências, como o trabalho de Alvar Aalto, com o qual teve contacto durante a sua estadia na Escandinávia. Com o desejo de experimentar novo tipo de influências e com a ideia de que os modelos da Bauhaus começavam a esgotar o seu próprio desenvolvimento, parte para os Estados Unidos onde viria a trabalhar com aquele que ainda hoje assume como a sua maior influência: o arquiteto Louis Kahn, cujo legado é bastante visível nas obras por si concebidas até à atualidade.
Negando os princípios radicais do Movimento Moderno, retoma o gosto, até então preterido, do uso de conceitos geométricos (simetria, proporções clássicas) que começam por se manifestar na composição das plantas do projeto de arquitetura, prosseguindo numa composição do alçado, onde a repetição dos mesmo jogo de aberturas retoma uma certa ênfase monumental. Do mesmo modo, não pretende com a sua arquitetura constituir referências inéditas na paisagem, antes fazer uso de formas e processos construtivos tradicionais (como arcos e abóbadas e expressões próprias dos materiais empregues, que revelam as influências de Kahn) e que participam na integração do edifício no local.
Exemplo disto é a Escola Secundária da Quinta de Marrocos (atualmente José Gomes de Ferreira), construída entre 1976 e 1980 (que vai sofrer influências do Magistério Primário de Adães Bermudes - arq., 1865-1947 - situado a uma centena de metros), onde explora uma composição simétrica e onde ao purismo formal do exterior corresponde uma sucessão de espaços que os jogos de luz, por intermédio de claraboias, conseguem diversificar.
De assinalar ainda a sua participação no Programa SAAL do Sul, onde retomou um processo que já se encontrava em curso (como na generalidade de todos os processos do SAAL) e que viria a dar origem à Quinta das Fonsecas (1975, 1983), apenas parcialmente construída. Este projeto nega claramente os pressupostos modernos no ato de construir cidade, pois, apesar de se estabelecer numa periferia, retoma o modelo do edifício em estreita relação com a rua tradicional. Aliás, a ideia subjacente à intervenção passava pela centralização dos esforços em torno do edificado, sendo que o espaço público seria decorrente da capacidade dos edifícios definirem os espaços exteriores através da sua implantação: criando ruas, pátios e praças. O alçado recorre a um clássico sistema de sucessão de janelas semelhantes entre si, mas que ganha um certo dinamismo através da conceção de um apartamento que, consoante os pisos, permite ser invertido (trocando as salas com os quartos), criando um jogo de avanços e recuos que se manifestam no exterior.
A sua atividade abrange ainda o ensino, dado ter lecionado no Departamento de Arquitetura da ESBAP, no Porto, e ser professor catedrático convidado de Arquitetura na Universidade de Coimbra.
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Como referenciar
Porto Editora – Hestnes Ferreira na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-07 18:47:02]. Disponível em
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