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Igreja da Madre de Deus (Macau)
Ex-libris de Macau, a fachada da Igreja da Madre de Deus, também conhecida por ruínas de S. Paulo, está intimamente ligada à Companhia de Jesus e testemunha a intenção evangelizadora dos jesuítas em terras do Oriente.
Chegados a Macau em 1562, os jesuítas fundaram em 1594 o Colégio de S. Paulo, o primeiro estabelecimento de ensino superior na Ásia. Nas proximidades do colégio jesuíta erguia-se, no alto de uma colina, uma igreja de materiais pobres e precários, várias vezes reconstruída por ter sido alvo de destruição pelo fogo, ateado por parte da comunidade chinesa local. Dos escombros do seu último incêndio, em 1601, reedificou-se o grandioso templo jesuítico, de que subsiste somente a sua fachada de pedra.
De invocação à Virgem da Imaculada Conceição (a Madre de Deus), este templo foi edificado entre 1602 e 1603 por japoneses convertidos ao Cristianismo e que tiveram de fugir às perseguições que ocorreram no seu país de origem. Possuía três naves, cruzeiro com dois altares e capela-mor, toda ela coberta por teto de madeira magnificamente entalhado e pintado.
Infelizmente, S. Paulo estava destinada a desaparecer. Primeiro, em 1762, por ordem do marquês de Pombal, a comunidade jesuítica foi forçada a abandonar Macau e parte do recheio do templo foi distribuído por outras comunidades religiosas ou ficou à guarda do Leal Senado e de particulares. Seguidamente, em 1835, um violento incêndio irrompeu na igreja e consumiu todo o seu interior. Várias tentativas para reconstruir S. Paulo foram planeadas, embora nenhuma tenha sido concretizada.
Do imponente templo da Companhia de Jesus subsistiram as poderosas e monumentais paredes graníticas da fachada, obra apenas concluída em 1644, da autoria do jesuíta genovês Carlos Spínola e inspirada no modelo da Igreja de São Paulo em Goa.
Uma extensa escadaria de 68 degraus conduz o visitante ao topo da colina onde se ergue a imponente fachada de S. Paulo. De linhas austeras e revelando a ordenadora linguagem da arquitetura jesuítica seiscentista, apresenta uma elevada fachada retabular, dividida em dois altos corpos sobrepujados por poderoso remate de dois andares, de linhas ondeadas e frontão superior triangular.
O andar térreo é constituído por três portais de vão retangular, com a parte superior preenchida por baixos-relevos jesuíticos. O portal axial é de maiores dimensões, sendo todos eles ladeados por conjuntos de colunas jónicas sobre pedestais, sustentando forte entablamento reentrante. O segundo piso apresenta, no enfiamento dos portais, três arcos circulares vazados, onde se inseriam os sinos da fachada da igreja, ladeados por agrupamentos de colunas coríntias sobre pedestais, alternando com quatro nichos preenchidos por estátuas de bronze, representando figuras destacadas da Companhia de Jesus - Francisco de Borja, Santo Inácio de Loyola, São Francisco Xavier e Luís Gonzaga.
O remate superior, ritmado por colunas compósitas, aletas laterais e altos pináculos terminais, desenvolve-se em dois pisos e é rematado por frontão triangular. Na linha axial da fachada encontram-se dois nichos, o primeiro com a Virgem em oração rodeada de anjos e o segundo com o Menino Jesus, sobrepujado pela pomba do Espírito Santo e por cruz terminal. Lateralmente, uma simbólica de baixos-relevos em pedra cobre as paredes, com referências à Virgem Maria vencendo o Mal (representado por um dragão de sete cabeças) e alusões às tentações e à vaidade humanas, conjugando imagens orientais e iconografia cristã ocidental. Deste modo, S. Paulo de Macau afirma-se como vestígio material da miscigenação civilizacional entre a Europa e a Ásia.
Chegados a Macau em 1562, os jesuítas fundaram em 1594 o Colégio de S. Paulo, o primeiro estabelecimento de ensino superior na Ásia. Nas proximidades do colégio jesuíta erguia-se, no alto de uma colina, uma igreja de materiais pobres e precários, várias vezes reconstruída por ter sido alvo de destruição pelo fogo, ateado por parte da comunidade chinesa local. Dos escombros do seu último incêndio, em 1601, reedificou-se o grandioso templo jesuítico, de que subsiste somente a sua fachada de pedra.
De invocação à Virgem da Imaculada Conceição (a Madre de Deus), este templo foi edificado entre 1602 e 1603 por japoneses convertidos ao Cristianismo e que tiveram de fugir às perseguições que ocorreram no seu país de origem. Possuía três naves, cruzeiro com dois altares e capela-mor, toda ela coberta por teto de madeira magnificamente entalhado e pintado.
Do imponente templo da Companhia de Jesus subsistiram as poderosas e monumentais paredes graníticas da fachada, obra apenas concluída em 1644, da autoria do jesuíta genovês Carlos Spínola e inspirada no modelo da Igreja de São Paulo em Goa.
Uma extensa escadaria de 68 degraus conduz o visitante ao topo da colina onde se ergue a imponente fachada de S. Paulo. De linhas austeras e revelando a ordenadora linguagem da arquitetura jesuítica seiscentista, apresenta uma elevada fachada retabular, dividida em dois altos corpos sobrepujados por poderoso remate de dois andares, de linhas ondeadas e frontão superior triangular.
O andar térreo é constituído por três portais de vão retangular, com a parte superior preenchida por baixos-relevos jesuíticos. O portal axial é de maiores dimensões, sendo todos eles ladeados por conjuntos de colunas jónicas sobre pedestais, sustentando forte entablamento reentrante. O segundo piso apresenta, no enfiamento dos portais, três arcos circulares vazados, onde se inseriam os sinos da fachada da igreja, ladeados por agrupamentos de colunas coríntias sobre pedestais, alternando com quatro nichos preenchidos por estátuas de bronze, representando figuras destacadas da Companhia de Jesus - Francisco de Borja, Santo Inácio de Loyola, São Francisco Xavier e Luís Gonzaga.
O remate superior, ritmado por colunas compósitas, aletas laterais e altos pináculos terminais, desenvolve-se em dois pisos e é rematado por frontão triangular. Na linha axial da fachada encontram-se dois nichos, o primeiro com a Virgem em oração rodeada de anjos e o segundo com o Menino Jesus, sobrepujado pela pomba do Espírito Santo e por cruz terminal. Lateralmente, uma simbólica de baixos-relevos em pedra cobre as paredes, com referências à Virgem Maria vencendo o Mal (representado por um dragão de sete cabeças) e alusões às tentações e à vaidade humanas, conjugando imagens orientais e iconografia cristã ocidental. Deste modo, S. Paulo de Macau afirma-se como vestígio material da miscigenação civilizacional entre a Europa e a Ásia.
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Como referenciar
Porto Editora – Igreja da Madre de Deus (Macau) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-06 07:49:15]. Disponível em
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