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Iluminismo
Nos meados do século XVIII, a França, que se afundaria na Revolução, pontifica na Europa, quer política quer literariamente. Os grandes vultos da sua literatura da época são, simultaneamente, grandes políticos. Refiram-se Voltaire, Jean-Jacques Rousseau, Montesquieu, Diderot, d'Alembert e Mirabeau. Até nós chega o eco da campanha de promoção social com vista ao progresso humano, a qual, mais ou menos com tendências materialistas, eles desenvolveram. E o Iluminismo que surge na Holanda e na Inglaterra no século XVII com Locke e Newton espalha-se, no século seguinte, pela Europa, conquistando o interesse de Frederico II da Prússia e de Catarina da Rússia.
Em Portugal, este movimento tem a sua primeira fase com D. João V e os diplomatas que o cercam, como D. Luís da Cunha, Alexandre de Gusmão e Francisco Xavier de Oliveira (o Cavaleiro de Oliveira). Também são precursores desta renovação o 3.o conde de Ericeira, D. Luís de Meneses, e, ainda mais, o 4.o conde de Ericeira, D. Francisco de Meneses, que traduziu a Arte Poética de Boileau. Este conde transforma a Academia dos Generosos nas Conferências Discretas e Eruditas, realizadas em sua casa, donde sairão sócios para a Academia da História, criada em 1720. Nas Conferências falava-se de assuntos de interesse científico e criticava-se o Barroco. Associam-se a este lançamento cultural o Pe. Rafael Bluteau (que escreve um Vocabulário Português-Latim), Manuel de Azevedo Fortes, que difunde as suas ideias sobre o estudo moderno das matemáticas, e Jacob de Castro Sarmento, que introduz o estudo da Física de Newton. E, como D. João V se preocupava com a pedagogia como forma de iluminação, possibilita a presença de Luís António Verney em Itália e a publicação do seu Verdadeiro Método de Estudar.
D. José adere ao movimento que ficou conhecido com o nome de "despotismo iluminado" e lançou o Marquês de Pombal no surto de uma renovação de vulto. Dos seus colaboradores, distingue-se António Nunes Ribeiro Sanches, que escreveu as Cartas sobre a Educação da Mocidade e o Método para aprender a estudar Medicina. O Marquês cria o Colégio dos Nobres, gabinetes, laboratórios, museus...
À terceira fase do Iluminismo ligam-se o Duque de Lafões e o Abade Correia da Serra, que criam a Academia Real das Ciências. Mas a orientação deles, que teria sido valiosa nas fases precedentes, sai fora das linhas do Iluminismo - o «século das luzes» que levara o homem à realidade. A chamada "Querela dos Antigos e dos Modernos" confirma o interesse que o Iluminismo teve nos princípios em que se baseou. Descartes entra na liça com a velha Escolástica e ultrapassa-a. O «magister dixit», que surgira da autoridade aristotélica, foi superado pelo neoplatonismo no século XVI e, agora, no «século das luzes», por Descartes com o seu Discurso do Método. A projeção do pensamento cartesiano foi extraordinária, quer na literatura, quer no domínio das ciências. Bacon dera os primeiros passos, quando afirmou que «a verdadeira filosofia é (...) aquela que é tão somente a ressonância, o reflexo da realidade». Descartes vem concluir, afirmando: «Não aceitar nunca qualquer coisa como verdadeira sem a reconhecer evidentemente como tal». Eis o programa da dúvida metódica, que leva à ciência experimentalista.
Em Portugal, este movimento tem a sua primeira fase com D. João V e os diplomatas que o cercam, como D. Luís da Cunha, Alexandre de Gusmão e Francisco Xavier de Oliveira (o Cavaleiro de Oliveira). Também são precursores desta renovação o 3.o conde de Ericeira, D. Luís de Meneses, e, ainda mais, o 4.o conde de Ericeira, D. Francisco de Meneses, que traduziu a Arte Poética de Boileau. Este conde transforma a Academia dos Generosos nas Conferências Discretas e Eruditas, realizadas em sua casa, donde sairão sócios para a Academia da História, criada em 1720. Nas Conferências falava-se de assuntos de interesse científico e criticava-se o Barroco. Associam-se a este lançamento cultural o Pe. Rafael Bluteau (que escreve um Vocabulário Português-Latim), Manuel de Azevedo Fortes, que difunde as suas ideias sobre o estudo moderno das matemáticas, e Jacob de Castro Sarmento, que introduz o estudo da Física de Newton. E, como D. João V se preocupava com a pedagogia como forma de iluminação, possibilita a presença de Luís António Verney em Itália e a publicação do seu Verdadeiro Método de Estudar.
D. José adere ao movimento que ficou conhecido com o nome de "despotismo iluminado" e lançou o Marquês de Pombal no surto de uma renovação de vulto. Dos seus colaboradores, distingue-se António Nunes Ribeiro Sanches, que escreveu as Cartas sobre a Educação da Mocidade e o Método para aprender a estudar Medicina. O Marquês cria o Colégio dos Nobres, gabinetes, laboratórios, museus...
À terceira fase do Iluminismo ligam-se o Duque de Lafões e o Abade Correia da Serra, que criam a Academia Real das Ciências. Mas a orientação deles, que teria sido valiosa nas fases precedentes, sai fora das linhas do Iluminismo - o «século das luzes» que levara o homem à realidade. A chamada "Querela dos Antigos e dos Modernos" confirma o interesse que o Iluminismo teve nos princípios em que se baseou. Descartes entra na liça com a velha Escolástica e ultrapassa-a. O «magister dixit», que surgira da autoridade aristotélica, foi superado pelo neoplatonismo no século XVI e, agora, no «século das luzes», por Descartes com o seu Discurso do Método. A projeção do pensamento cartesiano foi extraordinária, quer na literatura, quer no domínio das ciências. Bacon dera os primeiros passos, quando afirmou que «a verdadeira filosofia é (...) aquela que é tão somente a ressonância, o reflexo da realidade». Descartes vem concluir, afirmando: «Não aceitar nunca qualquer coisa como verdadeira sem a reconhecer evidentemente como tal». Eis o programa da dúvida metódica, que leva à ciência experimentalista.
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Como referenciar
Porto Editora – Iluminismo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-05 16:09:02]. Disponível em
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