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Integralismo Lusitano
O Integralismo Lusitano é uma doutrina política, veiculada através da Nação Portuguesa, um periódico conimbricense publicado a partir de 8 de abril de 1914, que defendia o retorno a um sistema político monárquico tradicional e nacionalista, antiparlamentar, logo antirrepublicano, no qual o monarca assumiria o papel de chefe de Estado, concentrando na sua pessoa as funções governativa, "coordenadora, fiscalizadora e supletória das autarquias locais", bem como a executiva.
Com o tempo, o enunciado da doutrina integralista evoluiu através dos trabalhos dos seus defensores, entre os quais se destacam as cartilhas, e também através de atos públicos, como as conferências da Liga Naval Portuguesa de 1915, e da edição do jornal A Monarquia, publicado a partir de 12 de fevereiro de 1917.
Se António Sardinha era o maior doutrinário do integralismo, Raul Proença era o seu maior crítico. As suas críticas relativas a esta doutrina foram publicadas na Seara Nova, entre o número 5, de 24 de dezembro de 1921, e o número 15, de 1 de julho de 1922. Para a maioria dos republicanos, o integralismo não era mais do que uma imitação do nacionalismo francês. Mas Proença ia mais longe, ao procurar debater as suas ideias. Todavia, a sua crítica, que se pretendia completa, foi interrompida pela dedicação ao Guia de Portugal e pela sua colaboração noutros setores.
O relativo sucesso desta doutrina foi estudado por Proença, mas para além da sua análise há que não esquecer que, quando foram publicados os primeiros números da Nação Portuguesa, os partidos republicanos atravessavam uma fase de enorme instabilidade. A situação, já complicada, agravou-se com a queda do governo de Afonso Costa, terminando um período de fortes disputas, a 9 de fevereiro de 1914, ao qual se seguiria o Ministério de Bernardino Machado.
Decorridos quatro meses após a publicação da Nação Portuguesa, as atenções voltaram-se para a Primeira Guerra Mundial, que estava então a começar, deixando de lado a discussão das ideias integralistas, anteriormente perturbadas com os distúrbios entre os republicanos.
Os oficiais monárquicos que integraram o "movimento das espadas" de janeiro de 1915, contra o governo de Vítor Hugo e Azevedo Coutinho, não parecem ter tido uma grande influência destes ideais integralistas. No entanto, foram eles os maiores beneficiários da nova ditadura de Manuel de Arriaga/Pimenta de Castro, que favorecia todos os adeptos da monarquia.
Nesta época, debaixo da capa protetora do governo, os integralistas organizam um ciclo de conferências sob o tema da "Questão Ibérica", famosas pela doutrina apresentada e pela apresentação de ideias pró-integralismo lusitano. A primeira conferência, como não podia deixar de ser, foi proferida por António Sardinha, a 7 de abril de 1915, com o título O Território e a Raça.
Algumas destas conferências contudo não tiveram lugar, devido à queda da ditadura em 14 de maio de 1915. Na altura, o local onde se faziam as conferências foi atacado por alguns indivíduos enfurecidos. Começaram também, então, a surgir divergências entre os monárquicos integralistas e os monárquicos constitucionais.
Na revolução de Sidónio Pais, de 5 de dezembro de 1917, alguns integralistas pegaram em armas para lutar. Mais tarde, nas eleições realizadas durante o sidonismo, foram eleitos deputados alguns integralistas. A fação monárquica integralista neste período aumentou até à fracassada tentativa restauracionista de 1919. A partir de então, os alvos da crítica integralista eram, além da República, os monárquicos constitucionais e o antigo rei D. Manuel II. Reaparecem, entretanto, A Monarquia e a Nação Portuguesa, a 18 de agosto de 1919 e em julho de 1922, respetivamente.
Apesar das divergências, houve um período de aproximação entre republicanos e integralistas, com o estabelecimento de contactos entre ambas as partes a partir do gabinete da Biblioteca Nacional presidido por Jaime Cortesão, e nos gabinetes de António Sérgio e Raul Proença. Deste diálogo, nasceu o Homens Livres, uma folha que viria a publicar apenas dois números com esse nome, a 1 e 12 de dezembro de 1923.
No mês de janeiro de 1925, morreu António Sardinha, o doutrinário do movimento integralista. No entanto, apesar desta importante perda, os seus defensores continuaram ativos, envolvendo-se em revoltas como a de 18 de abril de 1925 e no movimento de 28 de maio de 1926, que significou uma nova viragem na nossa vida política. Em junho desse ano, alguns integralistas fizeram uma última aparição contestatária invadindo o teatro de S. Carlos, onde António Sérgio fazia uma palestra, sob pretexto de este ter desrespeitado a memória daquele que os inspirava.
Com o tempo, o enunciado da doutrina integralista evoluiu através dos trabalhos dos seus defensores, entre os quais se destacam as cartilhas, e também através de atos públicos, como as conferências da Liga Naval Portuguesa de 1915, e da edição do jornal A Monarquia, publicado a partir de 12 de fevereiro de 1917.
Se António Sardinha era o maior doutrinário do integralismo, Raul Proença era o seu maior crítico. As suas críticas relativas a esta doutrina foram publicadas na Seara Nova, entre o número 5, de 24 de dezembro de 1921, e o número 15, de 1 de julho de 1922. Para a maioria dos republicanos, o integralismo não era mais do que uma imitação do nacionalismo francês. Mas Proença ia mais longe, ao procurar debater as suas ideias. Todavia, a sua crítica, que se pretendia completa, foi interrompida pela dedicação ao Guia de Portugal e pela sua colaboração noutros setores.
O relativo sucesso desta doutrina foi estudado por Proença, mas para além da sua análise há que não esquecer que, quando foram publicados os primeiros números da Nação Portuguesa, os partidos republicanos atravessavam uma fase de enorme instabilidade. A situação, já complicada, agravou-se com a queda do governo de Afonso Costa, terminando um período de fortes disputas, a 9 de fevereiro de 1914, ao qual se seguiria o Ministério de Bernardino Machado.
Decorridos quatro meses após a publicação da Nação Portuguesa, as atenções voltaram-se para a Primeira Guerra Mundial, que estava então a começar, deixando de lado a discussão das ideias integralistas, anteriormente perturbadas com os distúrbios entre os republicanos.
Os oficiais monárquicos que integraram o "movimento das espadas" de janeiro de 1915, contra o governo de Vítor Hugo e Azevedo Coutinho, não parecem ter tido uma grande influência destes ideais integralistas. No entanto, foram eles os maiores beneficiários da nova ditadura de Manuel de Arriaga/Pimenta de Castro, que favorecia todos os adeptos da monarquia.
Nesta época, debaixo da capa protetora do governo, os integralistas organizam um ciclo de conferências sob o tema da "Questão Ibérica", famosas pela doutrina apresentada e pela apresentação de ideias pró-integralismo lusitano. A primeira conferência, como não podia deixar de ser, foi proferida por António Sardinha, a 7 de abril de 1915, com o título O Território e a Raça.
Algumas destas conferências contudo não tiveram lugar, devido à queda da ditadura em 14 de maio de 1915. Na altura, o local onde se faziam as conferências foi atacado por alguns indivíduos enfurecidos. Começaram também, então, a surgir divergências entre os monárquicos integralistas e os monárquicos constitucionais.
Na revolução de Sidónio Pais, de 5 de dezembro de 1917, alguns integralistas pegaram em armas para lutar. Mais tarde, nas eleições realizadas durante o sidonismo, foram eleitos deputados alguns integralistas. A fação monárquica integralista neste período aumentou até à fracassada tentativa restauracionista de 1919. A partir de então, os alvos da crítica integralista eram, além da República, os monárquicos constitucionais e o antigo rei D. Manuel II. Reaparecem, entretanto, A Monarquia e a Nação Portuguesa, a 18 de agosto de 1919 e em julho de 1922, respetivamente.
Apesar das divergências, houve um período de aproximação entre republicanos e integralistas, com o estabelecimento de contactos entre ambas as partes a partir do gabinete da Biblioteca Nacional presidido por Jaime Cortesão, e nos gabinetes de António Sérgio e Raul Proença. Deste diálogo, nasceu o Homens Livres, uma folha que viria a publicar apenas dois números com esse nome, a 1 e 12 de dezembro de 1923.
No mês de janeiro de 1925, morreu António Sardinha, o doutrinário do movimento integralista. No entanto, apesar desta importante perda, os seus defensores continuaram ativos, envolvendo-se em revoltas como a de 18 de abril de 1925 e no movimento de 28 de maio de 1926, que significou uma nova viragem na nossa vida política. Em junho desse ano, alguns integralistas fizeram uma última aparição contestatária invadindo o teatro de S. Carlos, onde António Sérgio fazia uma palestra, sob pretexto de este ter desrespeitado a memória daquele que os inspirava.
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Como referenciar
Porto Editora – Integralismo Lusitano na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-07 21:50:39]. Disponível em
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