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Isolacionismo do Estado Novo
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Oliveira Salazar chegou ao poder após o golpe militar de 28 de maio de 1926, dando início a um longo regime governativo autoritário.
A vitória dos Aliados, na Segunda Guerra Mundial, que reforçou os ideais de liberdade e democracia, não teve eco em Portugal, onde se mantiveram a ditadura e todos os mecanismos repressivos do regime. Salazar, a sua figura maior, conseguiu, apesar de imensas dificuldades, manter-se no poder ainda por um longo período de tempo, beneficiando do ambiente gerado pela Guerra Fria e pelo medo das potências do mundo ocidental de uma mudança de regime que não lhes fosse favorável.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Salazar optou por uma política de neutralidade colaboracionista. De início, estava mais próximo das Potências do Eixo, com as quais tinha mais afinidades políticas, mas com o evoluir dos acontecimentos, quando parecia certo o triunfo dos Aliados, mudou de posição. Passou a apoiar os Aliados, através da concessão de facilidades para a utilização de bases aéreas e navais nos Açores, que tinham uma grande importância estratégica.
Fotografia de Salazar, publicada na revista Time, classificando-o de ditador
António de Oliveira Salazar
A vitória dos Aliados (1945) parecia prenunciar uma democratização do regime político português. Contudo, Salazar procurou adaptar-se à nova conjuntura internacional, de modo a permitir a manutenção do seu regime político autoritário. Para tal demarcou-se (1943) dos regimes que saíram derrotados deste conflito mundial e convocou eleições, transmitindo a imagem ilusória de um regime respeitador das regras democráticas.
No entanto, as eleições foram fraudulentas, uma vez que, à imagem dos sufrágios realizados ao longo do regime, não estavam asseguradas as condições para que a oposição concorresse em pé de igualdade com o poder estabelecido. A participação eleitoral foi pouco expressiva, devido a obstáculos impostos pelo poder (só cerca de 12% da população votou em 1945) e os resultados foram, facilmente, manipulados, já que era proibida a sua fiscalização pelas forças da oposição. Estas recusaram-se a participar naquilo que consideravam ser uma farsa, como fez repetidas vezes durante a vigência do regime, só voltando a fazê-lo em momentos de descompressão do aparelho repressivo. Essencialmente, a oposição democrática aproveitava estes períodos para se fazer notar e lançar algumas das suas ideias, pois sabia que os resultados estavam definidos à partida.
Assim, o regime manteve-se por mais 30 anos com o apoio dos setores mais conservadores da sociedade nacional, com o auxílio do aparelho policial, sobretudo pela ação da PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado, que sucedeu ao primeiro organismo deste género, a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), através da censura de toda a oposição ao regime, com o apoio de algumas potências ocidentais no clima de Guerra Fria, temerosas de uma transição política em Portugal que favorecesse o bloco de Leste, liderado pela União Soviética.
Apesar da longevidade do regime, tolerado pelos países democráticos, este viveu isolado do resto da Europa, por motivos de orientação política, mas também por razões económicas, sociais e culturais. Portugal continuou a ser, até muito tarde, um país rural com uma economia atrasada, com índices de analfabetismo muito elevados e com um grave problema colonial. Salazar nunca ponderou a hipótese de conceder a independência das colónias, o que provocou uma longa e ruinosa guerra colonial que veio agravar ainda mais os problemas da nação. Esta situação, que, no fundo, acarretou o fim da ditadura, foi mais um fator de isolamento do regime, criticado em todos os fóruns de decisão internacional por manter a tutela sobre vastos territórios ultramarinos.
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Como referenciar
Porto Editora – Isolacionismo do Estado Novo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-02 13:22:01]. Disponível em
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