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Jogos, Teatro e Pan-Helenismo da Grécia Antiga
Os Jogos Pan-Helénicos têm uma origem religiosa que se perdeu no tempo. Para os olímpicos eram uma tripla celebração. Eram celebrados Zeus, Hércules e Pélops, o primeiro vencedor. A primeira Ode Olímpica narra a sua vitória. Segundo a lenda, os primeiros jogos terão sido disputados por volta do ano 884 a. C. Disputaram-se durante mais de doze séculos, sempre de quatro em quatro anos, no período de lua cheia que se seguia ao solstício de verão. A constância da sua realização estará na origem do calendário grego, estabelecido cerca de um século depois, permitindo que se fixassem para a posteridade as datas dos acontecimentos mais importantes. Congregavam todos os cidadãos helénicos livres (gregos) de todo o Mediterrâneo. No mês de agosto a cidade de Elíde, onde se situava Olímpia, mandava arautos por toda a Grécia, para anunciar as tréguas sagradas. As festas duravam cinco dias (pelo menos assim seria a partir de 472 a. C.). Subsiste ainda a lista dos vencedores no estádio até 217 a. C., contudo estas mantiveram-se até 393, altura em que o imperador Teodósio proibiu todos os jogos pan-helénicos.
O prémio destes jogos era uma coroa de folhas de oliveira ou azambujeiro, símbolos de Hércules. Não havia qualquer tipo de recompensa material, mas o maior prémio seria a glória e a exaltação da honra. Estes jogos ressurgiriam nos tempos modernos, quinze séculos depois, em 1896, por iniciativa do barão francês Pierre de Coubertin.
Os Jogos Píticos eram os segundos jogos mais importantes. Celebravam-se em Delfos no mês de agosto, também de quatro em quatro anos, alternando com os anteriores. Desde 582 a. C. estas festividades eram celebradas em honra do deus Apolo. Os Jogos Ístmicos, a partir de 581 a. C., eram celebrados em abril do segundo e do quarto ano das Olimpíadas; realizavam-se em honra de Poseidon, deus do Mar. No século IV a. C., os jogos perderam parte do seu prestígio com a admissão de concorrentes profissionais, que vieram por completo substituir os amadores. Neste tipo de manifestações desportivas e de carácter religioso, deu-se também o desenvolvimento da Poesia, da Música, da Retórica e da Escultura, uma arte que servia inclusivamente para dignificar os vencedores. Existia na Grécia clássica outro grupo de jogos, denominados Festivais Áticos, que compreendiam as Panateneias, as Antestérias, as Leneias, as Dionisíacas Rurais e as Dionisíacas Urbanas.
As Panateneias eram festividades assim chamadas por designarem as "Festas da deusa Atena", em várias localidades. Estas celebrações foram reformuladas por Pisístrato; eram de periodicidade anual, mas, de quatro em quatro anos no terceiro ano das Olimpíadas, atingiam uma maior solenidade. Estas eram chamadas as Grandes Panateneias, que duravam três dias. Nelas tinham lugar a corrida noturna dos archotes, e depois, de madrugada, uma procissão que reunia todas as forças vivas (cidadãos) da cidade. O objetivo principal da procissão era levar à deusa o peplos bordado pelas raparigas encarregues de o fazerem. Havia uma hecatombe (sacrifício de animais) em honra de Atenas (no mês do Hekatombeiôn) e competições variadas que incluíam regatas, concursos de música e de beleza, a recitação de poemas homéricos e os jogos panatenaicos. Estes últimos constavam de provas atléticas onde os vencedores eram recompensados com a coroa de oliveira e as ânforas panatenaicas. O culto de Dionísio tinha motivado na Ática a celebração de quatro festas. Um destes festivais tomava o nome de Antestérias, que representava o mais antigo festival em honra deste deus, celebrado em finais de fevereiro, por um período de três dias. Este nome veio da tradição de colocar nas raparigas e nos rapazes que saíam da infância uma coroa de flores. As cerimónias culminavam com o casamento sagrado da mulher do arconte-rei com Dionísio, para simbolizar a união da fertilidade com a comunidade. As Leneias eram celebradas durante o mês de janeiro. Em 442 a. C. passaram a integrar concursos de tragédias, e desde 432 a. C., comédias, como nas Grandes Dionisíacas. As Dionisíacas Rurais de dezembro apresentavam um cortejo que carregava o Phallos, para ser concedida a fertilidade. As Dionisíacas Urbanas ou Grandes Dionisíacas eram os festivais mais recentes, mas também os mais importantes, celebrados na primavera para honrar Dionysos Eleuthereus, cuja imagem era transportada para o seu antigo templo no interior do Teatro da Acrópole. De entre as suas cerimónias o ato mais significativo era a integração do drama, um género literário muito relacionado com o culto dionisino. Havia também a celebração de cortejos e a coroação dos beneméritos da cidade; todavia, o centro das festividades eram as representações dramáticas durante cinco dias. Era representada uma comédia por dia, precedida em três dias pelas tragédias e em dois pelos ditirambos. O século V a. C. marcou o apogeu da lírica, contudo, a expressão literária mais relevante é indubitavelmente o drama-tragédia. Este género literário tratava dos problemas dos homens com os deuses e dos homens entre si. Eram dramatizados perante milhares de espectadores que assistiam às Grandes Dionisíacas. Entre os concorrentes a estes festivais destacaram-se três dramaturgos: Ésquilo, Sófocles e Eurípides. Nestes festivais as tragédias eram representadas por cada autor em grupos de três, sendo seguidas de um drama satírico. Cada uma delas dividia-se em: prólogo ou párodo, episódios, estásimos ou odes corais, e êxodo. O seu conteúdo estava ligado à história sacra, e muito frequentemente representava uma história de um passado muito distante. Não nos esqueçamos que as tragédias eram feitas para serem apresentadas em cerimónias cívicas e religiosas bastante importantes, às quais assistiam todos os membros da pólis.
Ésquilo compôs Os Persas, considerada a tragédia mais antiga conservada que, curiosamente, conta uma história com ecos de atualidade. Das inúmeras tragédias que escreveu foram conservadas apenas sete. Talvez a mais rica deste conjunto seja Prometeu Agrilhoado. Em 458 a. C. a sua tetralogia ganhou o primeiro prémio das Grandes Dionisíacas (Oresteia).
Sófocles centrava-se nos caracteres. A sua primeira tragédia, datada de 441 a. C., é Antígona. O Rei Édipo é uma obra que respeita integralmente a lei das três unidades: ação, espaço e tempo; foi inspirada num mito resultante da união de contos populares que falam de expostos, parricidas, incesto e enigmas.
Eurípides é o autor de Medeia, estreada em 431 a. C., no início da guerra do Peloponeso. Nesta obra está bem patente o seu gosto pelo drama psicológico. Uma das inovações do seu teatro é o gosto pelo romanesco e pelo inesperado, utilizado em obras como Orestes, representada em 408 a. C.
O prémio destes jogos era uma coroa de folhas de oliveira ou azambujeiro, símbolos de Hércules. Não havia qualquer tipo de recompensa material, mas o maior prémio seria a glória e a exaltação da honra. Estes jogos ressurgiriam nos tempos modernos, quinze séculos depois, em 1896, por iniciativa do barão francês Pierre de Coubertin.
As Panateneias eram festividades assim chamadas por designarem as "Festas da deusa Atena", em várias localidades. Estas celebrações foram reformuladas por Pisístrato; eram de periodicidade anual, mas, de quatro em quatro anos no terceiro ano das Olimpíadas, atingiam uma maior solenidade. Estas eram chamadas as Grandes Panateneias, que duravam três dias. Nelas tinham lugar a corrida noturna dos archotes, e depois, de madrugada, uma procissão que reunia todas as forças vivas (cidadãos) da cidade. O objetivo principal da procissão era levar à deusa o peplos bordado pelas raparigas encarregues de o fazerem. Havia uma hecatombe (sacrifício de animais) em honra de Atenas (no mês do Hekatombeiôn) e competições variadas que incluíam regatas, concursos de música e de beleza, a recitação de poemas homéricos e os jogos panatenaicos. Estes últimos constavam de provas atléticas onde os vencedores eram recompensados com a coroa de oliveira e as ânforas panatenaicas. O culto de Dionísio tinha motivado na Ática a celebração de quatro festas. Um destes festivais tomava o nome de Antestérias, que representava o mais antigo festival em honra deste deus, celebrado em finais de fevereiro, por um período de três dias. Este nome veio da tradição de colocar nas raparigas e nos rapazes que saíam da infância uma coroa de flores. As cerimónias culminavam com o casamento sagrado da mulher do arconte-rei com Dionísio, para simbolizar a união da fertilidade com a comunidade. As Leneias eram celebradas durante o mês de janeiro. Em 442 a. C. passaram a integrar concursos de tragédias, e desde 432 a. C., comédias, como nas Grandes Dionisíacas. As Dionisíacas Rurais de dezembro apresentavam um cortejo que carregava o Phallos, para ser concedida a fertilidade. As Dionisíacas Urbanas ou Grandes Dionisíacas eram os festivais mais recentes, mas também os mais importantes, celebrados na primavera para honrar Dionysos Eleuthereus, cuja imagem era transportada para o seu antigo templo no interior do Teatro da Acrópole. De entre as suas cerimónias o ato mais significativo era a integração do drama, um género literário muito relacionado com o culto dionisino. Havia também a celebração de cortejos e a coroação dos beneméritos da cidade; todavia, o centro das festividades eram as representações dramáticas durante cinco dias. Era representada uma comédia por dia, precedida em três dias pelas tragédias e em dois pelos ditirambos. O século V a. C. marcou o apogeu da lírica, contudo, a expressão literária mais relevante é indubitavelmente o drama-tragédia. Este género literário tratava dos problemas dos homens com os deuses e dos homens entre si. Eram dramatizados perante milhares de espectadores que assistiam às Grandes Dionisíacas. Entre os concorrentes a estes festivais destacaram-se três dramaturgos: Ésquilo, Sófocles e Eurípides. Nestes festivais as tragédias eram representadas por cada autor em grupos de três, sendo seguidas de um drama satírico. Cada uma delas dividia-se em: prólogo ou párodo, episódios, estásimos ou odes corais, e êxodo. O seu conteúdo estava ligado à história sacra, e muito frequentemente representava uma história de um passado muito distante. Não nos esqueçamos que as tragédias eram feitas para serem apresentadas em cerimónias cívicas e religiosas bastante importantes, às quais assistiam todos os membros da pólis.
Ésquilo compôs Os Persas, considerada a tragédia mais antiga conservada que, curiosamente, conta uma história com ecos de atualidade. Das inúmeras tragédias que escreveu foram conservadas apenas sete. Talvez a mais rica deste conjunto seja Prometeu Agrilhoado. Em 458 a. C. a sua tetralogia ganhou o primeiro prémio das Grandes Dionisíacas (Oresteia).
Sófocles centrava-se nos caracteres. A sua primeira tragédia, datada de 441 a. C., é Antígona. O Rei Édipo é uma obra que respeita integralmente a lei das três unidades: ação, espaço e tempo; foi inspirada num mito resultante da união de contos populares que falam de expostos, parricidas, incesto e enigmas.
Eurípides é o autor de Medeia, estreada em 431 a. C., no início da guerra do Peloponeso. Nesta obra está bem patente o seu gosto pelo drama psicológico. Uma das inovações do seu teatro é o gosto pelo romanesco e pelo inesperado, utilizado em obras como Orestes, representada em 408 a. C.
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Como referenciar
Porto Editora – Jogos, Teatro e Pan-Helenismo da Grécia Antiga na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-14 20:25:24]. Disponível em
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