José da Silva Maia Ferreira
Escritor angolano, José da Silva Maia Ferreira nasceu a 7 de junho de 1827, em Luanda - local de nascimento confirmado pelo seu biógrafo e historiador Carlos Pacheco, nas obras José da Silva Maia Ferreira: O homem e a sua época (União dos Escritores Angolanos, 1990) e José da Silva Maia Ferreira: Novas achegas para a sua biografia (União dos Escritores Angolanos, 1992), embora alguns estudiosos, depois de um estudo hermenêutico dos seus poemas, tenham indicado a cidade de Benguela como seu berço natal.
Segundo o mesmo autor, a sua família, os Maia Ferreira, como algumas outras bem conhecidas como os Pinto de Andrade, os Pinheiro Falcão, os Nascimento da Mata, etc., fazia parte do grupo de euro-africanos que enformavam a oligarquia urbana da época.
Com apenas sete anos de idade foi para o Brasil, onde viveu entre 1834 e 1845, devido à perseguição feita a seu pai, um miguelista, identificado com os "filhos do país" que se viu obrigado a fugir para o outro lado do Atlântico.
Depois de uma estadia nos Estados Unidos, onde casou com uma norte-americana, visitou Portugal em 1844, tendo tido contactos próximos com Bulhão Pato. Regressa a Luanda em 1845.
De novo na Pátria, inicia uma carreira na Administração Pública que, passando por vários cargos e funções, se vai prolongar por grande parte da sua vida. Assim, logo em 1846, é nomeado para secretário interino da Junta da Saúde para secretariar a comissão mista portuguesa e britânica. No ano seguinte, em 1847, o apelo dos negócios levam-no, de novo, ao país irmão, o Brasil, onde ficou durante dois anos. Em 1849, volta para Angola e assume as funções de tesoureiro da alfândega, em Benguela. 1850 é o ano da sua nomeação como oficial ordinário da secretaria do governo provincial de Benguela e em junho desse mesmo ano, de novo em Luanda, passa a exercer as funções de escrivão de descargas da alfândega desta cidade. Dias depois, concretamente a 25 de junho, volta a Benguela para assumir interinamente, o cargo de sub-delegado de Benguela, na ausência do titular, José Justiniano da Cruz Forte, seu cunhado. Aqui, integrou a loja maçónica. Incompatibilidades com o clima da cidade impõem um regresso antecipado à cidade capital, onde passa a desempenhar tarefas na alfândega. Demitido em 1851, parte para Ambriz e depois para a cidade de Nova Iorque, dedicando-se aqui à atividade comercial. Em 1856, passa a desempenhar o cargo de cônsul de Portugal nesta cidade norte-americana, fazendo viagens frequentes a Portugal. Em 1864 deixa os Estados Unidos rumo à cidade do Rio de Janeiro, no Brasil.
Intelectual prestigiado, com conhecimento de autores franceses, ingleses e mesmo clássicos, foi colaborador do Almanach de Lembranças, publicado em Lisboa entre 1851 e 1932 e do Correio Mercantil do Rio de Janeiro. Foi correspondente do Jornal do Comércio.
Considerado um dos pioneiros da literatura angolana, a sua poesia denuncia o conhecimento e gosto por alguns autores românticos portugueses e franceses, nomeadamente Almeida Garrett e Lamartine, e reflete o constrangimento e o conflito psicológico que o permanente deambular pelo mundo lhe provoca, constituindo-se como um termómetro do modus vivendi da sociedade burguesa angolana da época.
Publicou Espontaneidades da minha vida. Às senhoras africanas (1849).
Profissionalmente sempre "amarrado" à Administração Pública, José da Silva Maia Ferreira viveu, em saltos permanentes, entre os três cantos do triângulo marítimo (Europa/Portugal, África e América/Brasil), situação que poderá justificar algumas incertezas quanto à data e local do seu falecimento (1867 ou 1881?).
Segundo o mesmo autor, a sua família, os Maia Ferreira, como algumas outras bem conhecidas como os Pinto de Andrade, os Pinheiro Falcão, os Nascimento da Mata, etc., fazia parte do grupo de euro-africanos que enformavam a oligarquia urbana da época.
Com apenas sete anos de idade foi para o Brasil, onde viveu entre 1834 e 1845, devido à perseguição feita a seu pai, um miguelista, identificado com os "filhos do país" que se viu obrigado a fugir para o outro lado do Atlântico.
Depois de uma estadia nos Estados Unidos, onde casou com uma norte-americana, visitou Portugal em 1844, tendo tido contactos próximos com Bulhão Pato. Regressa a Luanda em 1845.
De novo na Pátria, inicia uma carreira na Administração Pública que, passando por vários cargos e funções, se vai prolongar por grande parte da sua vida. Assim, logo em 1846, é nomeado para secretário interino da Junta da Saúde para secretariar a comissão mista portuguesa e britânica. No ano seguinte, em 1847, o apelo dos negócios levam-no, de novo, ao país irmão, o Brasil, onde ficou durante dois anos. Em 1849, volta para Angola e assume as funções de tesoureiro da alfândega, em Benguela. 1850 é o ano da sua nomeação como oficial ordinário da secretaria do governo provincial de Benguela e em junho desse mesmo ano, de novo em Luanda, passa a exercer as funções de escrivão de descargas da alfândega desta cidade. Dias depois, concretamente a 25 de junho, volta a Benguela para assumir interinamente, o cargo de sub-delegado de Benguela, na ausência do titular, José Justiniano da Cruz Forte, seu cunhado. Aqui, integrou a loja maçónica. Incompatibilidades com o clima da cidade impõem um regresso antecipado à cidade capital, onde passa a desempenhar tarefas na alfândega. Demitido em 1851, parte para Ambriz e depois para a cidade de Nova Iorque, dedicando-se aqui à atividade comercial. Em 1856, passa a desempenhar o cargo de cônsul de Portugal nesta cidade norte-americana, fazendo viagens frequentes a Portugal. Em 1864 deixa os Estados Unidos rumo à cidade do Rio de Janeiro, no Brasil.
Intelectual prestigiado, com conhecimento de autores franceses, ingleses e mesmo clássicos, foi colaborador do Almanach de Lembranças, publicado em Lisboa entre 1851 e 1932 e do Correio Mercantil do Rio de Janeiro. Foi correspondente do Jornal do Comércio.
Considerado um dos pioneiros da literatura angolana, a sua poesia denuncia o conhecimento e gosto por alguns autores românticos portugueses e franceses, nomeadamente Almeida Garrett e Lamartine, e reflete o constrangimento e o conflito psicológico que o permanente deambular pelo mundo lhe provoca, constituindo-se como um termómetro do modus vivendi da sociedade burguesa angolana da época.
Publicou Espontaneidades da minha vida. Às senhoras africanas (1849).
Profissionalmente sempre "amarrado" à Administração Pública, José da Silva Maia Ferreira viveu, em saltos permanentes, entre os três cantos do triângulo marítimo (Europa/Portugal, África e América/Brasil), situação que poderá justificar algumas incertezas quanto à data e local do seu falecimento (1867 ou 1881?).
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Como referenciar
Porto Editora – José da Silva Maia Ferreira na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-19 13:24:54]. Disponível em
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