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José Ramos-Horta
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Porta-voz internacional da causa de Timor-Leste, José Ramos-Horta nasceu a 26 de dezembro de 1949, em Timor.

Incansável embaixador da causa timorense desde 1975, aos 46 anos foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, juntamente com D. Carlos Ximenes Belo, outro defensor dos direitos-humanos e da autodeterminação do povo de Timor-Leste.

José Ramos-Horta, nacionalista timorense, galardoado com o Prémio Nobel da Paz em 1996, juntamente com D. Ximenes Belo
Em 1974 fundou a ASDT, Associação Social-Democrata Timorense, que pouco tempo depois passaria a FRETILIN, onde desempenhou a função de Secretário para Relações Externas e Informação. No ano seguinte, durante o breve período de independência de Timor-Leste, declarada unilateralmente pela FRETILIN, foi Ministro das Relações Externas e Informação.

A 7 de dezembro de 1975, o dia da invasão de Timor-Leste pela Indonésia, Ramos-Horta não se encontrava em Díli. Saíra dias antes do território com destino a Nova Iorque para representar nas Nações Unidas a FRETILIN.

Foi o mais jovem diplomata que alguma vez discursou no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Durante os 10 anos que se seguiram, Ramos-Horta foi o representante permanente da FRETILIN na ONU.

Quando Xanana Gusmão reorganizou a componente armada da Resistência em 1978, Ramos-Horta passou a ser o homem de confiança no exterior. De 1991 a 1998 foi o representante do CNRM (Conselho Nacional de Resistência Maubere) e em 1998 passou a vice-presidente do CNRT (Conselho Nacional de Resistência Timorense). Após a prisão de Xanana Gusmão, presidente do CNRT, em 1992, Ramos-Horta tornou-se seu representante.

Durante os seus anos de exílio, Ramos-Horta divulgou o caso de Timor-Leste nos mais altos tribunais e instituições internacionais.

Em 1992 apresentou perante o Parlamento Europeu um plano do CNRM para a paz em Timor-Leste, onde se previa um processo faseado de transição para a autodeterminação do povo timorense.

Em outubro de 2000 foi-lhe atribuído o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de transição em Timor-Leste. A tomada de posse para o cargo foi presidida por Sérgio Vieira de Mello, administrador transitório das Nações Unidas naquele país. Ocupou este cargo até junho de 2006, altura em que apresentou a sua demissão por incompatibilidades com o primeiro-ministro Mari Alkatiri, que se demitiu pouco tempo depois.

Candidato às eleições presidenciais de 2007, foi eleito e assumiu o cargo de presidente da República de Timor-Leste a 20 de maio. No ano seguinte, a 9 de fevereiro, foi vítima de um atentado levado a cabo por um grupo rebelde. Embora tenha ficado gravemente ferido, recuperou após ser sujeito a algumas intervenções cirúrgicas.

O líder terrorista, major Alfredo Reinaldo, foi morto pela escolta presidencial aquando do ataque à residência do chefe de Estado.

Desde 1976 José Ramos-Horta dedicou-se ao estudo de áreas relacionadas com os Direitos Humanos, Relações Internacionais e diplomacia, tendo frequentado diversas universidade nos Estados Unidos, em França, na Grã-Bretanha e na Austrália. Em 1990 foi viver para a Austrália, onde passou a dirigir o Centro de Formação Diplomática na Universidade de Nova Gales do Sul, em Sidney, lecionando o Sistema das Nações Unidas e Direitos Humanos.

Em 2001 recebeu, juntamente com Alexandre (Xanana) Gusmão e D. Ximenes Belo, o título de Doutor Honoris Causa pela faculdade de Letras da Universidade do Porto.

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Como referenciar
Porto Editora – José Ramos-Horta na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-06 17:02:14]. Disponível em
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