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Jürgen Habermas
Filósofo e sociólogo alemão, Jürgen Habermas nasceu a 18 de junho de 1929, em Düsseldorf, na Alemanha, tendo lecionado na Universidade de Heidelberg (1961-64) e na Universidade de Frankfurt (1964-71 e 1982-). Foi Presidente do Instituto Max Planck, em Starnberg (1971-82).
Retomou e renovou contributos dos que o precederam e contribuiu para novos desenvolvimentos teóricos, por vezes criticando os seus influenciadores.
Grande nome da Teoria Crítica originada na Escola de Frankfurt, Habermas abriu-a a um largo espetro teórico, que vai das questões epistemológicas e relacionadas com a dinâmica das sociedades capitalistas avançadas, à filosofia analítica, filosofia das ciências, linguística, ciência política, funcionalismo estrutural, teoria sistémica e desenvolvimento moral e cognitivo.
Na sua primeira grande obra, Strukturwandel der Öffentlichkeit (1962), abordou historicamente, no quadro da teoria crítica, a ascensão, a posterior decadência e a atual substituição daquilo a que chamou a "esfera pública da burguesia", pelos mass media, pela administração tecnocrata e pela despolitização da sociedade.
No brilhante estudo Erkenntnis und Interessen (1968), onde aborda a epistemologia e a crítica social desde Kant até à atualidade, criticou a "cientização da política", que permite que nas sociedades modernas a racionalidade técnica e científica funcione por vezes como ideologia. Habermas identificou três formas de conhecimento científico:
- "empírico-analítico", preocupado com o estabelecimento de relações de causa e efeito e procurando um controlo da natureza;
- "hermenêutico", derivado da necessidade humana de comunicação;
- "crítico e emancipatório", que ultrapassa os limites dos dois anteriores.
Na sua perspetiva, a verdadeira racionalidade só pode ser atingida em situações ideais de discurso, onde todas as partes têm igual oportunidade de se envolverem no diálogo, sem restrições nem distorções ideológicas. Um conhecimento válido só pode emergir de uma situação de diálogo livre, aberto e ininterrupto. Só este modelo, difícil de realizar, estabelece as condições para uma ciência social crítica e verdadeiramente emancipada.
Segundo Habermas, nós coordenamos as nossas ações através da comunicação. A base subjacente a todas as formas de comunidade humana é a "racionalidade comunicativa", que permitirá a compreensão intersubjetiva e a resolução consensual de conflitos.
Só a teoria crítica poderá expor as contradições económicas e de classe, bem como revelar a distorção da racionalidade inerente às sociedades capitalistas. A progressiva "legitimação da crise" ocorre num contexto em que as formas tradicionais de legitimação perderam força. Contudo, a crise do capitalismo não terá forçosamente que conduzir ao desaparecimento das sociedades capitalistas.
Habermas debateu profundamente a relação entre teoria e prática e os desenvolvimentos da teoria da "ação comunicativa".
Em 2003 foi galardoado com o Prémio Príncipe das Astúrias para as Ciências Sociais.
As suas obras principais são: 1954, Das Absolut und die Geschichte (tese de dissertação); 1961, Student und Politik (em colaboração); 1962, Strukturwandel der Öffentlichkeit; 1963, Theorie und Praxis; Zur Logik der Sozial; 1967, Wissenschaften; 1968, Erkenntnis und Interessen; 1968, Technik und Wissenschaft als Ideologie; 1969, Protestbewegung und Hochschulreform; 1970, Arbeit-Erkenntnis-Fortschritt; 1971, Philosophische-politische Profile; 1971, Theorie der Gesellschaft oder Sozialtechnologie (em colaboração com Niklas Luhmann); 1973, Legitimationsprobleme im Spätkapitalismus (em colaboração com Niklas Luhmann); 1976, Zur Rekonstruktion des Historischen Materialismus (em colaboração com Niklas Luhmann); 1981, Theorie des Kommunikativen Handelns, 2 vols.
Retomou e renovou contributos dos que o precederam e contribuiu para novos desenvolvimentos teóricos, por vezes criticando os seus influenciadores.
Grande nome da Teoria Crítica originada na Escola de Frankfurt, Habermas abriu-a a um largo espetro teórico, que vai das questões epistemológicas e relacionadas com a dinâmica das sociedades capitalistas avançadas, à filosofia analítica, filosofia das ciências, linguística, ciência política, funcionalismo estrutural, teoria sistémica e desenvolvimento moral e cognitivo.
No brilhante estudo Erkenntnis und Interessen (1968), onde aborda a epistemologia e a crítica social desde Kant até à atualidade, criticou a "cientização da política", que permite que nas sociedades modernas a racionalidade técnica e científica funcione por vezes como ideologia. Habermas identificou três formas de conhecimento científico:
- "empírico-analítico", preocupado com o estabelecimento de relações de causa e efeito e procurando um controlo da natureza;
- "hermenêutico", derivado da necessidade humana de comunicação;
- "crítico e emancipatório", que ultrapassa os limites dos dois anteriores.
Na sua perspetiva, a verdadeira racionalidade só pode ser atingida em situações ideais de discurso, onde todas as partes têm igual oportunidade de se envolverem no diálogo, sem restrições nem distorções ideológicas. Um conhecimento válido só pode emergir de uma situação de diálogo livre, aberto e ininterrupto. Só este modelo, difícil de realizar, estabelece as condições para uma ciência social crítica e verdadeiramente emancipada.
Segundo Habermas, nós coordenamos as nossas ações através da comunicação. A base subjacente a todas as formas de comunidade humana é a "racionalidade comunicativa", que permitirá a compreensão intersubjetiva e a resolução consensual de conflitos.
Só a teoria crítica poderá expor as contradições económicas e de classe, bem como revelar a distorção da racionalidade inerente às sociedades capitalistas. A progressiva "legitimação da crise" ocorre num contexto em que as formas tradicionais de legitimação perderam força. Contudo, a crise do capitalismo não terá forçosamente que conduzir ao desaparecimento das sociedades capitalistas.
Habermas debateu profundamente a relação entre teoria e prática e os desenvolvimentos da teoria da "ação comunicativa".
Em 2003 foi galardoado com o Prémio Príncipe das Astúrias para as Ciências Sociais.
As suas obras principais são: 1954, Das Absolut und die Geschichte (tese de dissertação); 1961, Student und Politik (em colaboração); 1962, Strukturwandel der Öffentlichkeit; 1963, Theorie und Praxis; Zur Logik der Sozial; 1967, Wissenschaften; 1968, Erkenntnis und Interessen; 1968, Technik und Wissenschaft als Ideologie; 1969, Protestbewegung und Hochschulreform; 1970, Arbeit-Erkenntnis-Fortschritt; 1971, Philosophische-politische Profile; 1971, Theorie der Gesellschaft oder Sozialtechnologie (em colaboração com Niklas Luhmann); 1973, Legitimationsprobleme im Spätkapitalismus (em colaboração com Niklas Luhmann); 1976, Zur Rekonstruktion des Historischen Materialismus (em colaboração com Niklas Luhmann); 1981, Theorie des Kommunikativen Handelns, 2 vols.
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Como referenciar
Porto Editora – Jürgen Habermas na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-07 10:53:28]. Disponível em
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