Licínio I
Imperador romano do Oriente (?-324) entre 308 e 324. Governou a par de Constantino (este no Ocidente), com o qual manteve acesas diatribes, acabando por ser dominado por ele, que acusava Licínio de ser anti-cristão. Grande militar, trilhou um percurso de armas notável até ao confronto com Constantino. Entre a abdicação de Diocleciano e Maximiano em 1 de maio de 305 e o ano de 308 três longos anos de usurpações e lutas intestina e fratricidas agitaram e tingiram de sangue o Império Romano. Em 308, Galério, um Augusto idoso no poder, convocou uma assembleia na qual tentou sanar as divergências entre as fações em luta, mas sem sucesso. Neste convénio participou Valério Liciniano Licínio, um antigo companheiro de armas de Galério, com quem tinha combatido contra os Persas. Licínio foi nessa mesma assembleia nomeado César, com a responsabilidade de administrar a região do Danúbio e Balcãs. Galério esperava poder vir um dia a abdicar, ao fim de 20 anos no poder, em favor do seu velho amigo Licínio, que era o seu braço direito quando morreu em 311. Todavia, as coisas não correram como ambos tinham pensado, pois Galério tinha outros amigos.
Licínio, na luta que se seguiu à morte de Galério pela posse dos seus domínios, viu a Ásia Menor tocar a Maximino Daia, que já então governava o Egito e a Síria. Hábil e astuto, logo Licínio procurou aliados: de facto, em 313 via Constantino dar-lhe o seu apoio em Roma, onde reinava como imperador do Ocidente. Contraiu mesmo matrimónio com Constança, irmã de Constantino, já tolerante, entretanto, em relação ao Cristianismo, que Daia combatia freneticamente no Oriente. À frente de um exército que colocou sob a proteção do Deus único dos cristãos, Licínio marchou contra Daia, que acabou por derrotar, tendo torturado até à morte os conselheiros deste, anti-cristãos. Mas a partilha do Império entre Constantino e Licínio não acabou por ser tão líquida quanto se supunha vir a ser. Em 316, Constantino, sob o pretexto de que Licínio tinha recomeçado a perseguição aos Cristãos no Oriente, ocupou a quase totalidade dos territórios europeus governados por aquele. Em 324, novamente as forças de Constantino atravessaram os Balcãs marchando sobre Bizâncio. Depois da sua frota forçar o estreito dos Dardanelos, às portas daquela cidade, Constantino venceu as tropas de Licínio e conquistou a sua capital, Nicomédia. Constantino poupou-lhe a vida, dando mesmo um banquete em sua honra. Mas, passado um ano, mandou matá-lo. O historiador cristão Eusébio de Cesareia apressou-se, na sua História da Igreja, a apagar todas as alusões positivas e benevolentes em relação a Licínio. Apesar da ambição que se lhe atribui, era um grande guerreiro, um amigo leal (como o prova a sua amizade a Galério), um bom governante e administrador. Resta apurar com exatidão a sua verve anti-cristã, tradicionalmente aceite mas ainda por comprovar.
Licínio, na luta que se seguiu à morte de Galério pela posse dos seus domínios, viu a Ásia Menor tocar a Maximino Daia, que já então governava o Egito e a Síria. Hábil e astuto, logo Licínio procurou aliados: de facto, em 313 via Constantino dar-lhe o seu apoio em Roma, onde reinava como imperador do Ocidente. Contraiu mesmo matrimónio com Constança, irmã de Constantino, já tolerante, entretanto, em relação ao Cristianismo, que Daia combatia freneticamente no Oriente. À frente de um exército que colocou sob a proteção do Deus único dos cristãos, Licínio marchou contra Daia, que acabou por derrotar, tendo torturado até à morte os conselheiros deste, anti-cristãos. Mas a partilha do Império entre Constantino e Licínio não acabou por ser tão líquida quanto se supunha vir a ser. Em 316, Constantino, sob o pretexto de que Licínio tinha recomeçado a perseguição aos Cristãos no Oriente, ocupou a quase totalidade dos territórios europeus governados por aquele. Em 324, novamente as forças de Constantino atravessaram os Balcãs marchando sobre Bizâncio. Depois da sua frota forçar o estreito dos Dardanelos, às portas daquela cidade, Constantino venceu as tropas de Licínio e conquistou a sua capital, Nicomédia. Constantino poupou-lhe a vida, dando mesmo um banquete em sua honra. Mas, passado um ano, mandou matá-lo. O historiador cristão Eusébio de Cesareia apressou-se, na sua História da Igreja, a apagar todas as alusões positivas e benevolentes em relação a Licínio. Apesar da ambição que se lhe atribui, era um grande guerreiro, um amigo leal (como o prova a sua amizade a Galério), um bom governante e administrador. Resta apurar com exatidão a sua verve anti-cristã, tradicionalmente aceite mas ainda por comprovar.
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Como referenciar
Porto Editora – Licínio I na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-25 09:40:36]. Disponível em
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