3 min
Macedónia: dos primórdios até Alexandre
A Macedónia, região do Sudeste da Europa, estabelece a ligação entre a península dos Balcãs e a Península Grega. Ocupada desde o Neolítico, possui uma cultura uniforme na Idade do Bronze, um pouco influenciada por Micenas. Por volta de 1100 a. C., a Macedónia foi invadida por povos do Norte, os dórios. Conservou durante muito tempo as instituições típicas da Grécia arcaica, tais como a nobreza feudal e a forte realeza. Adotou uma política de quase neutralidade em relação às grandes lutas que se travavam na Grécia Clássica, o que originou que os gregos não a considerassem durante muito tempo pertencente ao mundo helénico.
Por volta do século VII a. C., surge a dinastia dos Argéadas, de origem grega que formavam o Estado macedónico como organização de atividade política.
O primeiro rei desta dinastia foi Amintas I (540-498 a. C.) que conseguiu o domínio sobre as populações locais (trácios e ilírios). Sob este rei, a Macedónia sofreu a invasão de Dário em 513 a. C., tendo de sujeitar-se à suserania persa. Em 480 a. C., Alexandre I (498-454 a. C.) combateu ao lado de Xerxes (rei persa) na sua campanha contra a Grécia, embora secretamente ajudasse os gregos, revelando-lhes os planos persas.
Após a derrota dos persas contra os gregos em Plateias (479 a. C.), Alexandre I recuperou a sua independência, orientando a sua política externa no sentido das boas relações com os gregos, ao mesmo tempo que ia organizando o exército.
Perdicas II (c. 454-413 a. C.), seu sucessor, aliou-se a Esparta na Guerra do Peloponeso, uma vez que receava a penetração de Atenas na Trácia, o que já estava, no entanto, a acontecer. Porém, para evitar que o poder espartano crescesse com esta aliança, voltou-se novamente para Atenas. No fundo, Perdicas II tentou tirar proveito das rivalidades que opunham os estados gregos, dando início à hegemonia da Macedónia.
Com o seu sucessor Arquelau (413-399 a. C.), as relações económicas com a Grécia aumentaram, o exército foi reforçado e reorganizado e a capital foi estabelecida em Pela.
A partir daqui, a Macedónia viveu tempos de inquietude dinástica e anarquia, recorrendo Amintas III (389-369 a. C.) ao auxílio dos gregos para estabelecer a paz no interior do reino macedónico. Porém, esta política foi-lhe prejudicial, já que os gregos quiseram tutelar a Macedónia. Estas querelas só foram definitivamente afastadas com a subida ao trono de Filipe II (359-336 a. C.) que restabeleceu a hegemonia da Macedónia sobre os outros estados gregos e Atenas.
Este monarca foi responsável pelo reforço e reorganização do exército, distinguindo-se pela sua tática da infantaria pesada.
Restabeleceu a ordem, equilibrou o tesouro com a exploração das minas de ouro do Pangeu trácio em 356 a. C., assegurou a posse do litoral, ocupando Anfipólis em 357 a. C. e Pidna em 356 a. C., promoveu o comércio e a urbanização, dando início a um conjunto de reformas económicas e militares, conseguiu estabelecer o seu domínio sobre a Tessália (353 a. C.) e aliou-se à Liga Calcídica para fomentar a economia do país. Tirando partido das rivalidades existentes entre as cidades gregas, Filipe II impôs-lhes a sua hegemonia com a criação de um partido pró-macedónico, com o objetivo de criar a confederação pan-helénica. Assim, muitos homens célebres de Atenas - como Ésquines, Isócrates e Éforo - uniram-se a ele contra a fação de Demóstenes. Em 346 a. C., a Macedónia tornou-se membro da Liga Anfictiónica, substituindo a Fócida, sendo-lhe reconhecido por este conselho o direito de participar nos assuntos políticos gregos. Em 338 a. C., este conselho apontou Filipe II como comandante das forças da Liga.
Atenas, sentindo-se ameaçada pelos ataques de Filipe II, uniu-se a Tebas contra este, mas o seu exército aliado foi destroçado em Queroneia, em 338 a. C.
Esta vitória distinguiu Filipe II como senhor de toda a Grécia. Castigou Tebas e Esparta, mas poupou Atenas.
Em Corinto (337 a. C.), reuniu-se então um congresso pan-helénico com o objetivo de declarar guerra à Pérsia. Porém, em 336 a. C., Filipe II foi assassinado, talvez por ordem da mulher, Olimpíade, da qual se separara no ano anterior.
Com qualidades militares, estratégicas e diplomáticas incomparáveis, Filipe II legou ao seu filho e sucessor Alexandre Magno todo um sofisticado aparelho político e militar, posto em prática e desenvolvido por este na conquista e helenização dos reinos do Médio Oriente, acabando com o Império Persa, conquistando o Egito e a Ásia até ao Indo.
No fundo, o génio militar de Filipe e Alexandre conduziram a Macedónia a uma potência mundial.
Após a morte de Alexandre, em 323 a. C., a unidade do império macedónico desfez-se.
Por volta do século VII a. C., surge a dinastia dos Argéadas, de origem grega que formavam o Estado macedónico como organização de atividade política.
O primeiro rei desta dinastia foi Amintas I (540-498 a. C.) que conseguiu o domínio sobre as populações locais (trácios e ilírios). Sob este rei, a Macedónia sofreu a invasão de Dário em 513 a. C., tendo de sujeitar-se à suserania persa. Em 480 a. C., Alexandre I (498-454 a. C.) combateu ao lado de Xerxes (rei persa) na sua campanha contra a Grécia, embora secretamente ajudasse os gregos, revelando-lhes os planos persas.
Após a derrota dos persas contra os gregos em Plateias (479 a. C.), Alexandre I recuperou a sua independência, orientando a sua política externa no sentido das boas relações com os gregos, ao mesmo tempo que ia organizando o exército.
Perdicas II (c. 454-413 a. C.), seu sucessor, aliou-se a Esparta na Guerra do Peloponeso, uma vez que receava a penetração de Atenas na Trácia, o que já estava, no entanto, a acontecer. Porém, para evitar que o poder espartano crescesse com esta aliança, voltou-se novamente para Atenas. No fundo, Perdicas II tentou tirar proveito das rivalidades que opunham os estados gregos, dando início à hegemonia da Macedónia.
Com o seu sucessor Arquelau (413-399 a. C.), as relações económicas com a Grécia aumentaram, o exército foi reforçado e reorganizado e a capital foi estabelecida em Pela.
A partir daqui, a Macedónia viveu tempos de inquietude dinástica e anarquia, recorrendo Amintas III (389-369 a. C.) ao auxílio dos gregos para estabelecer a paz no interior do reino macedónico. Porém, esta política foi-lhe prejudicial, já que os gregos quiseram tutelar a Macedónia. Estas querelas só foram definitivamente afastadas com a subida ao trono de Filipe II (359-336 a. C.) que restabeleceu a hegemonia da Macedónia sobre os outros estados gregos e Atenas.
Este monarca foi responsável pelo reforço e reorganização do exército, distinguindo-se pela sua tática da infantaria pesada.
Restabeleceu a ordem, equilibrou o tesouro com a exploração das minas de ouro do Pangeu trácio em 356 a. C., assegurou a posse do litoral, ocupando Anfipólis em 357 a. C. e Pidna em 356 a. C., promoveu o comércio e a urbanização, dando início a um conjunto de reformas económicas e militares, conseguiu estabelecer o seu domínio sobre a Tessália (353 a. C.) e aliou-se à Liga Calcídica para fomentar a economia do país. Tirando partido das rivalidades existentes entre as cidades gregas, Filipe II impôs-lhes a sua hegemonia com a criação de um partido pró-macedónico, com o objetivo de criar a confederação pan-helénica. Assim, muitos homens célebres de Atenas - como Ésquines, Isócrates e Éforo - uniram-se a ele contra a fação de Demóstenes. Em 346 a. C., a Macedónia tornou-se membro da Liga Anfictiónica, substituindo a Fócida, sendo-lhe reconhecido por este conselho o direito de participar nos assuntos políticos gregos. Em 338 a. C., este conselho apontou Filipe II como comandante das forças da Liga.
Atenas, sentindo-se ameaçada pelos ataques de Filipe II, uniu-se a Tebas contra este, mas o seu exército aliado foi destroçado em Queroneia, em 338 a. C.
Esta vitória distinguiu Filipe II como senhor de toda a Grécia. Castigou Tebas e Esparta, mas poupou Atenas.
Em Corinto (337 a. C.), reuniu-se então um congresso pan-helénico com o objetivo de declarar guerra à Pérsia. Porém, em 336 a. C., Filipe II foi assassinado, talvez por ordem da mulher, Olimpíade, da qual se separara no ano anterior.
Com qualidades militares, estratégicas e diplomáticas incomparáveis, Filipe II legou ao seu filho e sucessor Alexandre Magno todo um sofisticado aparelho político e militar, posto em prática e desenvolvido por este na conquista e helenização dos reinos do Médio Oriente, acabando com o Império Persa, conquistando o Egito e a Ásia até ao Indo.
No fundo, o génio militar de Filipe e Alexandre conduziram a Macedónia a uma potência mundial.
Após a morte de Alexandre, em 323 a. C., a unidade do império macedónico desfez-se.
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Macedónia: dos primórdios até Alexandre na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-07 17:47:57]. Disponível em
Outros artigos
-
MacedóniaGeografia País do Sudeste da Europa. Situado no interior da península dos Balcãs, abrange uma área d...
-
FilipeAntipapa de Estêvão III (IV), foi eleito à revelia da eleição deste, corria o ano de 768. De origem ...
-
ÁsiaÉ o maior continente, com uma área de 44 614 000 km2, que corresponde a 30% da superfície continenta...
-
EgitoGeografia País da África Setentrional. Situado no extremo nordeste do continente africano e abrangen...
-
Alexandre MagnoFilho do rei Filipe da Macedónia, Alexandre nasceu em 356 a. C. Os historiadores registam a sua pers...
-
EspartaAntiga cidade-estado grega (século VII a. C.) do sul do Peloponeso. Ficou sob o domínio romano e, já...
-
TebasAntiga e poderosa cidade grega, capital da Beócia, localiza-se a noroeste de Atenas. Na Guerra do Pe...
-
GréciaGeografia País do Sudeste da Europa, no Sul da Península Balcânica. Faz fronteira com a Albânia, a M...
-
DemóstenesOrador grego, nasceu na Ática em 383 a. C. e morreu em 322 a. C. O pai, um rico fabricante de armas,...
-
TessáliaRegião da Grécia que forma hoje a parte setentrional do país. Na Antiguidade os Gregos davam o nome ...
ver+
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Macedónia: dos primórdios até Alexandre na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-07 17:47:57]. Disponível em