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Margaret Mitchell
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Margaret Munnerlyn Mitchell nasceu a 8 de novembro de 1900 na cidade de Atlanta, Geórgia, Estados Unidos da América, uma região marcada por um ambiente segregacionista.

Pertencia à quinta geração de uma abastada família da cidade.
Seu pai era Eugene Muse Mitchell, um destacado procurador de Atlanta, membro de várias instituições culturais da cidade. Sua mãe, Mary Isabell "May Belle" Stephens, era uma católica devota descendente de irlandeses, religião e moral que incutiu nos seus filhos.

Mas era uma senhora bastante aberta ao problema emergente dos direitos das mulheres, das "sufragistas", atraindo a sua filha Margaret para esses ideais.
Os antepassados de Margaret tinham por marca comum o patriotismo, tendo vários dos seus ancestrais e familiares combatido nas Revoltas Irlandesas, na Revolução Americana, na guerra com o México, na Guerra da Secessão americana ou na Primeira Guerra Mundial.

Esta ancestralidade de Margaret marcou imenso a sua vida, fascinando-se pelas ideias patrióticas, pela bravura, pelas devastações e desencontros das guerras.

Margaret viveu a partir de 1912 numa mansão de estilo "georgiano" tão ao gosto do Sul dos EUA. Apesar de ter nascido num ambiente tradicional e abastado, Margaret tornou-se naquilo a que se chama uma "maria-rapaz", mercê das brincadeiras com seu irmão, Stephen, e os amigos deste da rua onde viviam. Andava também de calções e chamava-se a ela própria de "Jimmy".

Tinha já uma forte apetência artística, principalmente virada para o teatro, escrevendo, na sua adolescência, peças, atuando e dirigindo. A sala de estar da sua casa era um autêntico teatro, pois aí levava a efeito as suas produções, que envolviam os jovens seus vizinhos num ambiente irrequieto e animado.

Com 17 anos, entretanto, Margaret apaixonou-se por Clifford Henry, um militar que estudara em Harvard e estava em manobras perto de Atlanta. Mas este foi mobilizado para França, e Margaret, em 1918, entrava para o colégio, como as raparigas da sua idade e condição faziam.

Mais tarde recebe a notícia da morte de Clifford em França e, pouco depois, da doença de sua mãe, que já não encontra com vida.

Mulher de ideais e de convicções, verá ser-lhe recusada a entrada para a Junior League, organização juvenil de Atlanta para famílias tradicionais, por ter causado escândalo com as danças que executava ("Apache Dance") e por exercer a caridade junto de negros e de pobres num hospital de Atlanta.

Em 1922 casa-se com Red Upshaw, um casamento que rapidamente se desfaz, devido a alcoolismo e agressividade do marido.
Neste ano, vai trabalhar como repórter para o Atlanta Journal, tornando-se a primeira mulher a cobrir acontecimentos "difíceis".

A 4 de julho de 1925, feriado da Independência americana, Margaret casa-se com John Marsh, jornalista e editor de uma revista de que se tornará mais tarde vice-presidente.

Mas um ano depois Margaret deixa de trabalhar devido a artrites nos tornozelos e pés, o que a obriga a passar imenso tempo em casa e na cama, lendo vorazmente. Até que um dia o seu marido, farto de lhe trazer quase diariamente livros para ler, lhe oferece uma máquina de escrever, para que ela escrevesse o seu próprio livro.

Em 1929 completa assim uma obra, de grande volume. Este manuscrito seria mais tarde batizado de Gone with the Wind (E tudo o Vento Levou), obra imortal que serviu de base a um filme que se tornaria um êxito retumbante, protagonizado por Clark Gable e Vivien Leigh. Mas em 1929 apenas duas pessoas conheciam os detalhes do romance, o marido e um amigo, Lois Cole, da McMillan Publishing, uma grande editora americana.

Só em 10 de junho de 1936, depois de várias tentativas, é que o manuscrito se transformou em livro. A editora que esteve na base da publicação foi precisamente a McMillan Publishing, através de Harold Latham, que ficou impressionado com a qualidade do escrito de Margaret Mitchell. Em outubro daquele ano de 1936, Gone With The Wind tinha já vendido um milhão de cópias. A vida de Margaret transformava-se por completo, recebendo inúmeras cartas e telefonemas de todo o mundo diariamente. A pergunta era sempre a mesma: "Does Scarlett get Rhett back?" ("Será que Rhett volta para Scarlett?").

Em 1937 Margaret Mitchell ganha o prestigiado prémio Pulitzer pelo seu best-seller, dois anos antes da estreia do filme baseado na mesma obra na cidade Atlanta, em que estiveram presentes os atores principais.

Em 1940, Margaret passa a dedicar-se a tempo inteiro ao voluntariado em diversas organizações e instituições de saúde (como o "seu" Grady Hospital, por exemplo) ou então angariando fundos para a reconstrução do navio de guerra Atlanta, bastante danificado na Batalha de Guadalcanal, bem como apoiando figuras públicas ou intercedendo pela penitenciária da sua cidade, para além do apoio às Irmãs da Caridade de Grady Hospital.

Mas, subitamente, em 1949, no dia 11 de agosto, Margaret Mitchell era atropelada por um taxista fora de serviço na rua onde vivera grande parte da sua vida, a Peachtree Street, quando a atravessava para ir ao teatro.

Com diversas lesões internas graves, faleceu alguns dias depois no Grady Hospital.

Em 1997, a casa onde Margaret escreveu Gone With The Wind foi entregue à cidade de Atlanta em honra da malograda escritora, como Margaret Mitchell House & Museum. Em 2000, foi publicado Before Scarlett, um livro que compreende as recém-descobertas história, novelas e peças escritas por Margaret entre os 7 e os 18 anos, bem como outros textos avulsos.

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Como referenciar
Porto Editora – Margaret Mitchell na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-01-19 14:32:50]. Disponível em
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