Maria João
Cantora portuguesa, Maria João Monteiro Grancha nasceu a 27 de junho de 1956, em Lisboa, filha de pai português e mãe moçambicana. Em criança e na adolescência, nunca deu muita importância à música, dedicando-se antes ao desporto, tendo praticado aikido e natação.
Estas atividades funcionaram como um escape à rebeldia de Maria João que foi expulsa por cinco vezes dos colégios que frequentava.
O interesse pelo desporto possibilitou a Maria João a obtenção de um cinturão negro no aikido e o título de professora de natação. Enquanto dava aulas de natação num ginásio de Lisboa frequentou um curso de nadadora-salvadora e foi nessa altura que descobriu que tinha uma boa voz. Como o ginásio onde lecionava encerrou, Maria João, já com 27 anos, seguiu um conselho de um amigo e inscreveu-se na Escola de Jazz do Hot Club em Lisboa. Na hora de ser avaliada improvisou e cantou "Night and Day", isto numa altura em que nem sequer sabia ler música. Maria João aprendeu muito a imitar cantoras como Billie Holiday, Elis Regina, Ella Fitzgerald e Betty Carter e, ainda em 1983, deu-se a sua estreia pública.
Já acompanhada por um grupo, atuou na inauguração de um restaurante e o facto de se ter esquecido do que tinha ensaiado levou a que inventasse uma série de improvisos, tendo alcançado um grande sucesso. Em 1984, depois de ter participado nas gravações de um disco de Jorge Palma, apresentou na RTP um programa nacional de jazz, o que lhe valeu a conquista do prémio de Revelação do Ano.
Em 1985, lançou definitivamente a sua carreira de cantora, depois de ter recebido boas críticas graças à sua atuação no Festival de Jazz de Cascais. Nesse mesmo ano, gravou dois discos, Quinteto Maria João e Cem Caminhos, e fez ainda uma digressão na Alemanha, preenchida com 24 atuações.
Um dos concertos foi transmitido na rádio e na televisão alemã. Ainda a nível internacional, ganhou o primeiro prémio do Festival de Jazz de San Sebastian, em Espanha, e fez uma tournée pela Europa, com espetáculos na Dinamarca, Holanda, Áustria, Suíça, Alemanha e Portugal. 1985 valeu a Maria João o prémio Nova Gente como intérprete feminina. No ano seguinte, regressou a estúdio para gravar o álbum Conversa e iniciou uma colaboração com a pianista de free jazz japonesa Aki Takase, que durou cinco anos e resultou na gravação de dois discos ao vivo. Estes dois trabalhos, lançados em 1987 e 1990, foram gravados ao vivo, aproveitando dois dos muitos concertos que deram por toda a Europa. 1991 foi o ano em que a sua carreira sofreu uma viragem radical ao gravar o álbum Sol. Este trabalho, onde misturou o jazz com a música tradicional portuguesa, serviu de arranque para uma longa e frutuosa colaboração com o pianista Mário Laginha. Em 1994 assinou contrato com uma famosa editora internacional, a Verve, para a qual gravou três álbuns, o último dos quais em 1998, uma parceria com Mário Laginha, que se chamou Cor e chegou a disco de prata. Este foi uma encomenda da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses destinado a assinalar os 500 anos da chegada de Vasco da Gama à Índia.
A dupla Maria João/Mário Laginha inspirou-se nas culturas do Índico para compor os temas e alcançou um grande sucesso em Portugal, que foi visível nos inúmeros concertos dados na Expo 98, em Lisboa. Em 2000 foi lançado Chorinho Feliz, outra encomenda da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, desta feita inspirado nos 500 anos da descoberta do Brasil e no qual colaboraram diversos músicos brasileiros. No ano seguinte, formou, sempre com Mário Laginha, um quarteto chamado Mumadji, que editou um disco ao vivo, resultado de algumas das inúmeras atuações que fez pelo país fora com enorme êxito. 2002 foi o ano de edição de Undercovers, um álbum que inclui versões muito personalizadas de temas que Maria João e Mário Laginha selecionaram, como, por exemplo, "Wake Up Dead Man" (U2), "Unravel" (Bjork), "Tom Traubert's Blues" (Tom Waits), "Love Is The Seventh Wave" (Sting) e "Esse Seu Olhar" (António Carlos Jobim). Em 2003, Maria João recebeu o convite para o cargo de diretora da Escola de Música da "Operação Triunfo", um concurso de televisão que visava dar uma oportunidade a jovens cantores. O desafio foi aceite com enorme energia por parte da cantora, que se entregou de corpo e alma ao projeto nas duas edições do programa. No final do ano, em novembro, no CCB, Maria João foi uma das convidadas do ciclo "A cantora, o compositor, o estilista e o convidado dela". O compositor homenageado não poderia ser outro senão Mário Laginha, que (ou)viu as suas composições arranjadas para sopros pelo quarteto austríaco Saxfour. Também o próprio Mário Laginha subiu ao palco para interpretar com Maria João os temas "Cor de Rosa" (do álbum Fábula) e "Mãos na Parede" (música composta para a coletânea Movimentos Perpétuos, de homenagem a Carlos Paredes).
O interesse pelo desporto possibilitou a Maria João a obtenção de um cinturão negro no aikido e o título de professora de natação. Enquanto dava aulas de natação num ginásio de Lisboa frequentou um curso de nadadora-salvadora e foi nessa altura que descobriu que tinha uma boa voz. Como o ginásio onde lecionava encerrou, Maria João, já com 27 anos, seguiu um conselho de um amigo e inscreveu-se na Escola de Jazz do Hot Club em Lisboa. Na hora de ser avaliada improvisou e cantou "Night and Day", isto numa altura em que nem sequer sabia ler música. Maria João aprendeu muito a imitar cantoras como Billie Holiday, Elis Regina, Ella Fitzgerald e Betty Carter e, ainda em 1983, deu-se a sua estreia pública.
Já acompanhada por um grupo, atuou na inauguração de um restaurante e o facto de se ter esquecido do que tinha ensaiado levou a que inventasse uma série de improvisos, tendo alcançado um grande sucesso. Em 1984, depois de ter participado nas gravações de um disco de Jorge Palma, apresentou na RTP um programa nacional de jazz, o que lhe valeu a conquista do prémio de Revelação do Ano.
Em 1985, lançou definitivamente a sua carreira de cantora, depois de ter recebido boas críticas graças à sua atuação no Festival de Jazz de Cascais. Nesse mesmo ano, gravou dois discos, Quinteto Maria João e Cem Caminhos, e fez ainda uma digressão na Alemanha, preenchida com 24 atuações.
Um dos concertos foi transmitido na rádio e na televisão alemã. Ainda a nível internacional, ganhou o primeiro prémio do Festival de Jazz de San Sebastian, em Espanha, e fez uma tournée pela Europa, com espetáculos na Dinamarca, Holanda, Áustria, Suíça, Alemanha e Portugal. 1985 valeu a Maria João o prémio Nova Gente como intérprete feminina. No ano seguinte, regressou a estúdio para gravar o álbum Conversa e iniciou uma colaboração com a pianista de free jazz japonesa Aki Takase, que durou cinco anos e resultou na gravação de dois discos ao vivo. Estes dois trabalhos, lançados em 1987 e 1990, foram gravados ao vivo, aproveitando dois dos muitos concertos que deram por toda a Europa. 1991 foi o ano em que a sua carreira sofreu uma viragem radical ao gravar o álbum Sol. Este trabalho, onde misturou o jazz com a música tradicional portuguesa, serviu de arranque para uma longa e frutuosa colaboração com o pianista Mário Laginha. Em 1994 assinou contrato com uma famosa editora internacional, a Verve, para a qual gravou três álbuns, o último dos quais em 1998, uma parceria com Mário Laginha, que se chamou Cor e chegou a disco de prata. Este foi uma encomenda da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses destinado a assinalar os 500 anos da chegada de Vasco da Gama à Índia.
A dupla Maria João/Mário Laginha inspirou-se nas culturas do Índico para compor os temas e alcançou um grande sucesso em Portugal, que foi visível nos inúmeros concertos dados na Expo 98, em Lisboa. Em 2000 foi lançado Chorinho Feliz, outra encomenda da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, desta feita inspirado nos 500 anos da descoberta do Brasil e no qual colaboraram diversos músicos brasileiros. No ano seguinte, formou, sempre com Mário Laginha, um quarteto chamado Mumadji, que editou um disco ao vivo, resultado de algumas das inúmeras atuações que fez pelo país fora com enorme êxito. 2002 foi o ano de edição de Undercovers, um álbum que inclui versões muito personalizadas de temas que Maria João e Mário Laginha selecionaram, como, por exemplo, "Wake Up Dead Man" (U2), "Unravel" (Bjork), "Tom Traubert's Blues" (Tom Waits), "Love Is The Seventh Wave" (Sting) e "Esse Seu Olhar" (António Carlos Jobim). Em 2003, Maria João recebeu o convite para o cargo de diretora da Escola de Música da "Operação Triunfo", um concurso de televisão que visava dar uma oportunidade a jovens cantores. O desafio foi aceite com enorme energia por parte da cantora, que se entregou de corpo e alma ao projeto nas duas edições do programa. No final do ano, em novembro, no CCB, Maria João foi uma das convidadas do ciclo "A cantora, o compositor, o estilista e o convidado dela". O compositor homenageado não poderia ser outro senão Mário Laginha, que (ou)viu as suas composições arranjadas para sopros pelo quarteto austríaco Saxfour. Também o próprio Mário Laginha subiu ao palco para interpretar com Maria João os temas "Cor de Rosa" (do álbum Fábula) e "Mãos na Parede" (música composta para a coletânea Movimentos Perpétuos, de homenagem a Carlos Paredes).
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Como referenciar
Porto Editora – Maria João na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-26 17:50:51]. Disponível em
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