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Marquês de Sade
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Escritor francês nascido em 1740, em Paris, com o nome de Donatien Alphonse François de Sade, e falecido a 2 de dezembro de 1814.
Sade nasceu no seio de uma família aristocrática, com bastante poder na região da Provença. Aos quatro anos, foi enviado para os cuidados do seu tio, o abade de Sade, que tinha uma vida sexual bastante fora do comum. Mais tarde, foi estudar para um colégio de jesuítas.

Aos 14 anos, Donatien entrou para o exército, onde esteve até aos 26 anos, tendo participado na Guerra dos Sete Anos. Durante esse período, em 1763, casou com Renée-Pélagie de Montreuil, de uma poderosa família burguesa. No entanto, Sade iniciou pouco depois uma relação com uma amante, para além de levar prostitutas para casa. Viria a ser acusado de ter preso uma prostituta em casa e de ter abusado dela. Devido a este caso, a polícia avisou todos os bordéis de Paris que Sade era uma ameaça mortal para as prostitutas. Sade foi ainda acusado de uma série de crimes sexuais, nomeadamente de ter seduzido a própria cunhada.

O marquês de Sade, segundo uma pintura de Man Ray (1938)
Finalmente, em 1772, foi condenado à morte por crimes desumanos e envenenamento, mas conseguiu fugir para Itália. Foi detido e devolvido a França, onde o expulsaram de Paris e o enviaram para a casa da família da mulher, na Normandia. Mesmo assim, continuou a organizar orgias e tinha um grupo de jovens raparigas a servir de escravas sexuais. Acabou por ser preso, a 13 de setembro de 1777, nas masmorras de Vincennes, para cumprir uma pena de 27 anos de prisão. Foi durante o período em que esteve preso que, para ultrapassar o aborrecimento, começou a escrever romances sexuais ilustrados e peças de teatro.

Em 1784, foi transferido para a prisão da Bastilha, em Paris, onde escreveu Les 120 Journées de Sodome (Os 120 Dias de Sodoma), que se tornou um clássico da literatura clandestina durante cerca de um século. Esta obra deu origem ao filme de Pier Paolo Pasolini com o mesmo título, estreado em 1975.
O Marquês de Sade acabou por ficar na prisão apenas pouco mais de doze anos e mal saiu em liberdade divorciou-se da mulher.
Em 1791, escreveu Justine, a sua obra mais conhecida, onde descreve os encontros sexuais de uma jovem rapariga. Quatro anos depois, lança outra das suas obras mais populares, La Philosophie dans le Boudoir (A Filosofia de Alcova).
O Marquês de Sade foi um dos poucos aristocratas a escapar à execução durante a Revolução Francesa. Entretanto, para assegurar a sua liberdade escreveu um elogio a Marat e acabou por ser escolhido para um posto importante em Paris.

Mas, em 1801, voltou a ser detido e enviado para a prisão de Charenton, onde começou um romance em dez volumes intitulado Les Crimes de l'Amour e levou à cena peças de teatro.
O Marquês de Sade morreu na prisão a 2 de dezembro de 1814. O filho mais velho aproveitou a ocasião para queimar os seus manuscritos.
Os seus trabalhos levaram a que o termo sadismo ("o gosto pela crueldade") passasse a constar dos dicionários a partir de 1834.
A sua obra só viria a ser revalorizada no início do século, com Apollinaire e os surrealistas. Em Sade, o Surrealismo descobriu o reivindicador de uma liberdade total face à sociedade.

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Como referenciar
Porto Editora – Marquês de Sade na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-08 09:17:13]. Disponível em

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