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método científico
A ciência utiliza, na produção de conhecimentos e como procedimento e forma de atuar, o método científico. O mais característico e específico da ciência, ou seja, aquilo que a constitui como tal e a distingue dos demais tipos de conhecimento é, com efeito, o método científico.
A ciência, em sentido restrito, pode ser definida como um conjunto de conhecimentos sobre a realidade, obtidos através da aplicação do método científico, ou seja, é o resultado obtido por via da aplicação desse método.
Sendo os principais objetivos da ciência analisar, explicar, prever e intervir/agir sobre a realidade, tais objetivos só podem ser atingidos por via da utilização do método científico.
O método científico é uma forma de atuação humana orientada para o conhecimento da realidade empírica. Enquanto procedimento de atuação geral destinado à produção de conhecimentos científicos, o método científico consiste, num primeiro momento, em formular questões sobre a realidade, para isso baseia-se em observações e em teorias já existentes; num segundo momento, o método científico consiste em antecipar soluções aos problemas colocados e em compará-las com a realidade, mediante a observação, classificação e análise de factos. O método científico é também apelidado de método problemático-hipotético, na medida em que se baseia na formulação de problemas, questões ou interrogações sobre a realidade e em avançar com conjeturas ou soluções prováveis para as ditas questões.
Entre outras características, o método científico é indutivo e dedutivo. É indutivo, na medida em que procede à classificação sistemática dos dados obtidos, através da observação, com o intuito de determinar as uniformidades e as regularidades que apresentem. É dedutivo, quando deriva e constrói conceitos e enunciados, não da observação da realidade, mas a partir de outros conceitos e enunciados estabelecidos anteriormente. Na utilização e operacionalização do método científico, ambas as operações de raciocínio (indução e dedução) surgem interligadas. Da indução só resultam, de forma imediata, dados sobre a realidade. Relacionar estes dados, estabelecer conceitos e enunciados e retirar conclusões é um trabalho eminentemente dedutivo.
O método científico é acionado pelas várias ciências. As Ciências Sociais, em particular, utilizam-no na investigação científica sobre a realidade social. A investigação em Ciências Sociais implica sempre a mobilização de um procedimento ou estratégia de pesquisa (isto é, a forma como a investigação é planeada e realizada).
A investigação científica sobre a realidade social não é mais do que o processo de aplicação do método (procedimento geral orientado para o conhecimento científico) e de técnicas de pesquisa científica (procedimentos de atuação concretos e particulares, e que podem ser mobilizados nas diversas etapas do método científico) a situações e problemas concretos da realidade social, para os quais se procura resposta e se buscam novos conhecimentos.
O método serve para organizar as práticas de investigação, consistindo na seleção das técnicas (conjuntos de procedimentos destinados a produzir certos resultados ao nível da recolha e tratamento da informação de pesquisa), no controlo da sua utilização, permitindo, ainda, a integração dos resultados parciais obtidos. O método atua sobre as técnicas de pesquisa, estruturando-as, adequando-as e viabilizando a sua aplicação. Estas são tarefas que o método realiza, tendo sempre por referência a teoria (problemática ou enquadramento teórico).
Uma das possíveis classificações dos métodos de investigação, em Ciências Sociais, é a que agrupa os procedimentos lógicos de investigação empírica em três procedimentos básicos:
(i) a experimentação;
(ii) o método de medida ou análise extensiva;
(iii) os estudos de casos ou análise intensiva.
O método experimental orienta-se para a realização de observações e para a recolha de dados em ordem à comprovação de uma relação causal entre dois fatores (pressuposto hipotético). Na sua concretização, utilizam-se dois conjuntos ou grupos de unidades, controláveis quanto à sua homogeneidade (semelhança), no entanto, num dos grupos (grupo experimental) vai ser introduzido um facto ou fator (variável independente), enquanto que no outro grupo (grupo de controlo) não se introduz a variável independente. Neste contexto, procura-se controlar a variação voluntária da variável independente e os seus efeitos no grupo, a fim de se concluir se a variável independente é a causa justificativa dos efeitos observados. Este método foi importado da Física e da Biologia para o campo das Ciências Sociais, tendo, na atualidade, uma aplicabilidade restrita neste âmbito.
O método de medida ou análise extensiva traduz-se na observação, por meio de perguntas diretas ou indiretas, de populações relativamente vastas colocadas em situações reais, com o objetivo de obter respostas suscetíveis de serem sujeitas a uma análise quantitativa. As análises proporcionadas por este método implicam o recurso a técnicas de pesquisa de carácter estandardizado e após a recolha de dados é possível fazer a comparação de dados, estabelecer correlações entre dois ou mais fatores (variáveis) e generalizar os resultados apurados numa amostra (subgrupo representativo do universo ou da população-mãe).
Os estudos de casos ou análise intensiva pressupõem a realização de uma análise intensiva, tanto em amplitude como em profundidade. Neste sentido, vai ser necessário recorrer a uma diversidade de técnicas de pesquisa, centrando-se a análise numa amostra particular da população, selecionada de acordo com determinado objetivo (consonante com os objetivos da pesquisa). Após a recolha de dados, estes irão ser ordenados com o intuito de preservar o carácter unitário da amostra, obtendo-se assim uma compreensão profunda do grupo e do(s) fenómeno(s) em estudo. Desta forma, é possível obter uma visão global e integral de todas as dimensões inerentes à vida do grupo ou constituintes do fenómeno em análise.
A ciência, em sentido restrito, pode ser definida como um conjunto de conhecimentos sobre a realidade, obtidos através da aplicação do método científico, ou seja, é o resultado obtido por via da aplicação desse método.
Sendo os principais objetivos da ciência analisar, explicar, prever e intervir/agir sobre a realidade, tais objetivos só podem ser atingidos por via da utilização do método científico.
O método científico é uma forma de atuação humana orientada para o conhecimento da realidade empírica. Enquanto procedimento de atuação geral destinado à produção de conhecimentos científicos, o método científico consiste, num primeiro momento, em formular questões sobre a realidade, para isso baseia-se em observações e em teorias já existentes; num segundo momento, o método científico consiste em antecipar soluções aos problemas colocados e em compará-las com a realidade, mediante a observação, classificação e análise de factos. O método científico é também apelidado de método problemático-hipotético, na medida em que se baseia na formulação de problemas, questões ou interrogações sobre a realidade e em avançar com conjeturas ou soluções prováveis para as ditas questões.
Entre outras características, o método científico é indutivo e dedutivo. É indutivo, na medida em que procede à classificação sistemática dos dados obtidos, através da observação, com o intuito de determinar as uniformidades e as regularidades que apresentem. É dedutivo, quando deriva e constrói conceitos e enunciados, não da observação da realidade, mas a partir de outros conceitos e enunciados estabelecidos anteriormente. Na utilização e operacionalização do método científico, ambas as operações de raciocínio (indução e dedução) surgem interligadas. Da indução só resultam, de forma imediata, dados sobre a realidade. Relacionar estes dados, estabelecer conceitos e enunciados e retirar conclusões é um trabalho eminentemente dedutivo.
O método científico é acionado pelas várias ciências. As Ciências Sociais, em particular, utilizam-no na investigação científica sobre a realidade social. A investigação em Ciências Sociais implica sempre a mobilização de um procedimento ou estratégia de pesquisa (isto é, a forma como a investigação é planeada e realizada).
A investigação científica sobre a realidade social não é mais do que o processo de aplicação do método (procedimento geral orientado para o conhecimento científico) e de técnicas de pesquisa científica (procedimentos de atuação concretos e particulares, e que podem ser mobilizados nas diversas etapas do método científico) a situações e problemas concretos da realidade social, para os quais se procura resposta e se buscam novos conhecimentos.
O método serve para organizar as práticas de investigação, consistindo na seleção das técnicas (conjuntos de procedimentos destinados a produzir certos resultados ao nível da recolha e tratamento da informação de pesquisa), no controlo da sua utilização, permitindo, ainda, a integração dos resultados parciais obtidos. O método atua sobre as técnicas de pesquisa, estruturando-as, adequando-as e viabilizando a sua aplicação. Estas são tarefas que o método realiza, tendo sempre por referência a teoria (problemática ou enquadramento teórico).
Uma das possíveis classificações dos métodos de investigação, em Ciências Sociais, é a que agrupa os procedimentos lógicos de investigação empírica em três procedimentos básicos:
(i) a experimentação;
(ii) o método de medida ou análise extensiva;
(iii) os estudos de casos ou análise intensiva.
O método experimental orienta-se para a realização de observações e para a recolha de dados em ordem à comprovação de uma relação causal entre dois fatores (pressuposto hipotético). Na sua concretização, utilizam-se dois conjuntos ou grupos de unidades, controláveis quanto à sua homogeneidade (semelhança), no entanto, num dos grupos (grupo experimental) vai ser introduzido um facto ou fator (variável independente), enquanto que no outro grupo (grupo de controlo) não se introduz a variável independente. Neste contexto, procura-se controlar a variação voluntária da variável independente e os seus efeitos no grupo, a fim de se concluir se a variável independente é a causa justificativa dos efeitos observados. Este método foi importado da Física e da Biologia para o campo das Ciências Sociais, tendo, na atualidade, uma aplicabilidade restrita neste âmbito.
O método de medida ou análise extensiva traduz-se na observação, por meio de perguntas diretas ou indiretas, de populações relativamente vastas colocadas em situações reais, com o objetivo de obter respostas suscetíveis de serem sujeitas a uma análise quantitativa. As análises proporcionadas por este método implicam o recurso a técnicas de pesquisa de carácter estandardizado e após a recolha de dados é possível fazer a comparação de dados, estabelecer correlações entre dois ou mais fatores (variáveis) e generalizar os resultados apurados numa amostra (subgrupo representativo do universo ou da população-mãe).
Os estudos de casos ou análise intensiva pressupõem a realização de uma análise intensiva, tanto em amplitude como em profundidade. Neste sentido, vai ser necessário recorrer a uma diversidade de técnicas de pesquisa, centrando-se a análise numa amostra particular da população, selecionada de acordo com determinado objetivo (consonante com os objetivos da pesquisa). Após a recolha de dados, estes irão ser ordenados com o intuito de preservar o carácter unitário da amostra, obtendo-se assim uma compreensão profunda do grupo e do(s) fenómeno(s) em estudo. Desta forma, é possível obter uma visão global e integral de todas as dimensões inerentes à vida do grupo ou constituintes do fenómeno em análise.
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Como referenciar
Porto Editora – método científico na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-10 17:50:51]. Disponível em
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