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Modernismo
O Modernismo em arquitetura desenvolveu-se durante a última década do século XIX e as duas primeiras do século XX. Apresenta-se como um fenómeno de extensão internacional mas que manifesta diferentes abordagens consoante o contexto cultural dos vários países, como a procura de um estilo ligado às novas conceções de espaço, às possibilidades estruturais de materiais como o ferro e o betão e às necessidades na sociedade capitalista e industrial. Na literatura, o Modernismo em Portugal surge em 1915 com a publicação da revista "Orpheu", com a participação de Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, Almada Negreiros, Luís de Montalvor e Ronald de Carvalho. Nesta revista nasce uma corrente de oposição ao Saudosismo, ao Academismo, ao Nacionalismo e ao Parnasianismo.
Arquitetura
O Modernismo em arquitetura manifesta-se entre finais do século XIX e inícios do século XX e caracteriza-se pela vontade de superação dos modelos da arquitetura eclética e revivalista que denunciavam já a saturação das linguagens históricas. Foi um movimento artístico com dimensão internacional que abrangeu os países europeus e os Estados Unidos da América. Sendo um fenómeno essencialmente urbano, desenvolveu-se a partir de alguns núcleos de irradiação, como as cidades de Chicago, Paris, Munique, Berlim, Viena, Glasgow, Bruxelas e Barcelona. Teve como precursores o movimento inglês Arts and Crafts e a americana Escola de Chicago. O primeiro, liderado por William Morris, propunha a recuperação de formas de produção ligadas ao artesanato; a Escola de Chicago assumia maior afastamento da tradição pela ligação e compromisso com os processos produtivos industriais. Incluía correntes muito diversas como o Modern Style, em Inglaterra, a Sezession na Áustria e Alemanha, o Liberty em Itália e a Arte Nova, em França e na Bélgica. Marcantes foram também outros movimentos periféricos como a Escola de Amsterdão, ou a importante associação alemã Deutscher Werkbund. Apesar das diferentes orientações e manifestações, o Modernismo apresenta como pontos comuns a tentativa de colocar a arquitetura na vanguarda dos processos de desenvolvimento económico-social da cidade, ligando-a à criação de novos espaços e de novas imagens para a sociedade moderna. Propunha uma linguagem formal e espacial mais comprometida com as possibilidades permitidas pelos processos produtivos industriais e pelos materiais construtivos como o vidro, o betão e o ferro, que conheceram nesta altura grande divulgação. Responde a imperativos éticos ligados às necessidades da sociedade capitalista e às exigências de funcionalidade, de verdade estrutural e de simplicidade formal. Ligado inicialmente a manifestações como a Arte Nova, o Modernismo tenta posteriormente superar a tendência eminentemente estilística e esteticizante, que apontava para formas de produção eminentemente artesanais e ainda carregadas de desenho, defendendo uma arquitetura mais depurada e funcional. Supera-se então definitivamente a tradição da arquitetura oitocentista, abrindo-se caminho para o desenvolvimento do Movimento Moderno e do Estilo Internacional.
Literatura
Surge no segundo decénio do século XX este movimento artístico que filosoficamente assenta em Fichte e Hegel. O Simbolismo nascente de Eugénio de Castro passa e dá lugar ao Neoclassicismo de Tirésias, depois da Ceifa..., tal como acontece com Jean Moréas. O espaço que decorre até ao Modernismo é preenchido pelo Simbolismo do distante Camilo Pessanha, pelo Saudosismo de Teixeira de Pascoaes, pelo Nacionalismo e Narcisismo de António Nobre e pelo Classicismo de António Sardinha. Pessoa e Sá-Carneiro, que foram saudosistas do grupo de A Águia e da Renascença Portuguesa, separam-se e vão dar origem ao grupo do Orpheu com Luís de Montalvor e Ronald de Carvalho. Orpheu entra abertamente em oposição com o Saudosismo, o Academismo, o Nacionalismo e o Parnasianismo. Sacode o grande público essa rajada impetuosa de Decadentismo, de sonho, do inconsciente em versilibrismo. O Paulismo, o Intersecionismo, o Sensacionismo «emaranhados imaginativos do grande todo», «Tudo é outra coisa neste mundo onde tudo se sente» (Álvaro de Campos), aparecem sucessivamente. É a permissão dada à liberdade confessional de interioridade que vai orientar os poetas do Surrealismo. Em Orpheu, o escândalo anuncia-se, prosseguindo em Centauro, Exílio, Portugal Futurista (1917), Atena (1924), mas é a Presença (1927) que vai fixar a influência do movimento que sacudiu mas não se impôs, o que, doze anos mais tarde, se torna possível, em razão do criticismo equilibrado de João Gaspar Simões, de José Régio, de Adolfo Casais Monteiro. A Nouvelle Revue Française vai permitir a esta geração continuar e aprofundar a semente estuante de seiva lançada em Orpheu. José Régio apresenta as linhas programáticas do nosso segundo Modernismo: uma arte renovada, desligada de intenções religiosas, nacionalistas, filosóficas, voltada para a busca, a descoberta do mundo interior do homem. André Gide e Paul Valéry são padrões da estética do movimento. O Modernismo ensaia-se em 1913 com os poemas Dispersão de Sá-Carneiro e Pauis de Fernando Pessoa (publicado em Renascença, 1914). Progride com o encontro de Pessoa e José de Almada Negreiros depois da crítica de Pessoa em Águia a uma exposição de caricaturas daquele. Mário de Sá-Carneiro e Santa Rita Pintor com a sua rajada de Futurismo impulsionam o aparecimento do primeiro número de Orpheu, que provocou um impacto extraordinário. Orpheu só saiu duas vezes e os poetas modernistas vão publicando nas revistas já citadas. Simbolismo - Pauis, Decadentismo, Romantismo - passado e futuro - aproximam-se, juntam-se. Do Paulismo, Pessoa passa rapidamente para o Intersecionismo da Chuva Oblíqua e para o Sensacionismo em busca da tal arte europeia cosmopolita que visava, como diziam, "épater le bourgeois". A literatura moderna é apreciada por José Régio, que salienta a dispersão ou a multiplicidade da personalidade - a heteronímia em Pessoa e outros desdobramentos em Sá-Carneiro e Almada Negreiros, o seu irracionalismo, intelectualismo e "a expressão paradoxal das emoções e dos sentimentos" que levará ao Surrealismo.
O Modernismo em arquitetura manifesta-se entre finais do século XIX e inícios do século XX e caracteriza-se pela vontade de superação dos modelos da arquitetura eclética e revivalista que denunciavam já a saturação das linguagens históricas. Foi um movimento artístico com dimensão internacional que abrangeu os países europeus e os Estados Unidos da América. Sendo um fenómeno essencialmente urbano, desenvolveu-se a partir de alguns núcleos de irradiação, como as cidades de Chicago, Paris, Munique, Berlim, Viena, Glasgow, Bruxelas e Barcelona. Teve como precursores o movimento inglês Arts and Crafts e a americana Escola de Chicago. O primeiro, liderado por William Morris, propunha a recuperação de formas de produção ligadas ao artesanato; a Escola de Chicago assumia maior afastamento da tradição pela ligação e compromisso com os processos produtivos industriais. Incluía correntes muito diversas como o Modern Style, em Inglaterra, a Sezession na Áustria e Alemanha, o Liberty em Itália e a Arte Nova, em França e na Bélgica. Marcantes foram também outros movimentos periféricos como a Escola de Amsterdão, ou a importante associação alemã Deutscher Werkbund. Apesar das diferentes orientações e manifestações, o Modernismo apresenta como pontos comuns a tentativa de colocar a arquitetura na vanguarda dos processos de desenvolvimento económico-social da cidade, ligando-a à criação de novos espaços e de novas imagens para a sociedade moderna. Propunha uma linguagem formal e espacial mais comprometida com as possibilidades permitidas pelos processos produtivos industriais e pelos materiais construtivos como o vidro, o betão e o ferro, que conheceram nesta altura grande divulgação. Responde a imperativos éticos ligados às necessidades da sociedade capitalista e às exigências de funcionalidade, de verdade estrutural e de simplicidade formal. Ligado inicialmente a manifestações como a Arte Nova, o Modernismo tenta posteriormente superar a tendência eminentemente estilística e esteticizante, que apontava para formas de produção eminentemente artesanais e ainda carregadas de desenho, defendendo uma arquitetura mais depurada e funcional. Supera-se então definitivamente a tradição da arquitetura oitocentista, abrindo-se caminho para o desenvolvimento do Movimento Moderno e do Estilo Internacional.
Literatura
Surge no segundo decénio do século XX este movimento artístico que filosoficamente assenta em Fichte e Hegel. O Simbolismo nascente de Eugénio de Castro passa e dá lugar ao Neoclassicismo de Tirésias, depois da Ceifa..., tal como acontece com Jean Moréas. O espaço que decorre até ao Modernismo é preenchido pelo Simbolismo do distante Camilo Pessanha, pelo Saudosismo de Teixeira de Pascoaes, pelo Nacionalismo e Narcisismo de António Nobre e pelo Classicismo de António Sardinha. Pessoa e Sá-Carneiro, que foram saudosistas do grupo de A Águia e da Renascença Portuguesa, separam-se e vão dar origem ao grupo do Orpheu com Luís de Montalvor e Ronald de Carvalho. Orpheu entra abertamente em oposição com o Saudosismo, o Academismo, o Nacionalismo e o Parnasianismo. Sacode o grande público essa rajada impetuosa de Decadentismo, de sonho, do inconsciente em versilibrismo. O Paulismo, o Intersecionismo, o Sensacionismo «emaranhados imaginativos do grande todo», «Tudo é outra coisa neste mundo onde tudo se sente» (Álvaro de Campos), aparecem sucessivamente. É a permissão dada à liberdade confessional de interioridade que vai orientar os poetas do Surrealismo. Em Orpheu, o escândalo anuncia-se, prosseguindo em Centauro, Exílio, Portugal Futurista (1917), Atena (1924), mas é a Presença (1927) que vai fixar a influência do movimento que sacudiu mas não se impôs, o que, doze anos mais tarde, se torna possível, em razão do criticismo equilibrado de João Gaspar Simões, de José Régio, de Adolfo Casais Monteiro. A Nouvelle Revue Française vai permitir a esta geração continuar e aprofundar a semente estuante de seiva lançada em Orpheu. José Régio apresenta as linhas programáticas do nosso segundo Modernismo: uma arte renovada, desligada de intenções religiosas, nacionalistas, filosóficas, voltada para a busca, a descoberta do mundo interior do homem. André Gide e Paul Valéry são padrões da estética do movimento. O Modernismo ensaia-se em 1913 com os poemas Dispersão de Sá-Carneiro e Pauis de Fernando Pessoa (publicado em Renascença, 1914). Progride com o encontro de Pessoa e José de Almada Negreiros depois da crítica de Pessoa em Águia a uma exposição de caricaturas daquele. Mário de Sá-Carneiro e Santa Rita Pintor com a sua rajada de Futurismo impulsionam o aparecimento do primeiro número de Orpheu, que provocou um impacto extraordinário. Orpheu só saiu duas vezes e os poetas modernistas vão publicando nas revistas já citadas. Simbolismo - Pauis, Decadentismo, Romantismo - passado e futuro - aproximam-se, juntam-se. Do Paulismo, Pessoa passa rapidamente para o Intersecionismo da Chuva Oblíqua e para o Sensacionismo em busca da tal arte europeia cosmopolita que visava, como diziam, "épater le bourgeois". A literatura moderna é apreciada por José Régio, que salienta a dispersão ou a multiplicidade da personalidade - a heteronímia em Pessoa e outros desdobramentos em Sá-Carneiro e Almada Negreiros, o seu irracionalismo, intelectualismo e "a expressão paradoxal das emoções e dos sentimentos" que levará ao Surrealismo.
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Como referenciar
Porto Editora – Modernismo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-01 21:10:26]. Disponível em
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