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morfologia dos fundos oceânicos
A área total dos mares e oceanos perfaz cerca de 70% da superfície do globo terrestre. A morfologia do fundo oceânico é irregular e o seu conhecimento mais pormenorizado deve-se a inúmeras sondagens realizadas desde 1920. Segundo o critério mais antigo, as regiões oceânicas eram subdivididas de acordo com a profundidade, sem ter em conta a sua topografia. Todas as regiões situadas abaixo de 1000 metros eram consideradas abissais, e entre esta cota e o nível de 200 metros existia a zona batial ou hipoabissal. A zona situada acima dos 200 metros era designada por zona nerítica.
A partir de 1920 começaram a utilizar-se sondas eletroacústicas para a investigação submarina. Estas sondas (sonares) utilizam ondas ultrassónicas que se refletem no fundo do mar e permitem registar a chegada da onda refletida. Registando o tempo que as ondas demoram a atingir o fundo do mar é possível calcular as profundidades oceânicas.
Além dos sonares, podem ser utilizados sismógrafos e magnetómetros.
A informação obtida pelos diversos aparelhos permite organizar mapas e cartas mostrando a topografia dos fundos oceânicos, com detalhe idêntico ao que se consegue nos mapas topográficos dos continentes. Os fundos oceânicos podem considerar-se divididos em quatro zonas com características claramente definidas:
1. A plataforma continental, que é como que um prolongamento do continente para baixo do oceano. A profundidade máxima varia entre os 150 e os 500 metros, com declives em geral pouco acentuados. Esta plataforma representa cerca de 9% do total dos fundos oceânicos e pode considerar-se como zona de transição entre os continentes e o mar. Os sedimentos que nela se encontram procedem dos rios e das costas.
Nela observam-se fenómenos de erosão terrestre, o que faz supor que em épocas geológicas passadas estiveram total ou parcialmente emersas. Uma vez que a luz solar atinge os fundos, esta zona tem uma fauna e uma flora abundantes e características. Enquanto algumas plataformas continentais - por exemplo, as que rodeiam o oceano Atlântico - mergulham por vários quilómetros e não têm grandes declives, outras, como as que rodeiam o oceano Pacífico, são muito mais estreitas e apresentam desníveis acentuados. 2. O talude continental está na sequência da plataforma continental. É uma zona, como o seu nome indica, em que o declive se acentua rapidamente até atingir uma profundidade de cerca de 1000 metros. O limite entre o talude continental e a plataforma continental é a margem geológica dos continentes.
Esta zona representa cerca de 7% do fundo oceânico. É aqui que se encontram vales submarinos apertados ("canhões") de origem não inteiramente conhecida. São semelhantes aos vales fluviais dos continentes, mas com profundidades muito superiores. 3. Os fundos oceânicos, ou seja, todas as áreas oceânicas, com uma profundidade que pode atingir os 6000 metros. Ocupam cerca de 83% do total dos oceanos. Nelas se encontram sedimentos argilosos e margosos.
Nesta zona encontram-se as formas topográficas mais significativas dos oceanos, principalmente as dorsais e os maciços submarinos.
A dorsal mais importante é a Atlântica, que se estende de norte a sul numa zona central do oceano Atlântico, com forma de S aberto interrompida próximo do equador por uma fossa transversal.
Estas dorsais, semelhantes às cordilheiras continentais, elevam-se a milhares de metros acima dos fundos oceânicos, formando relevos que algumas vezes ultrapassam a superfície do mar, originando ilhas. 4. As fossas marinhas, que, como o seu nome indica, são grandes depressões estreitas e profundas, de paredes escarpadas, e com uma profundidade que pode atingir os 11 000 metros. Geralmente a profundidade das fossas varia entre os 3000 e os 5000 metros.
As fossas marinhas raramente se encontram na zona central dos oceanos. Geralmente encontram-se nos bordos dos oceanos, junto a arcos ou cadeias de ilhas vulcânicas.
A fossa mais profunda explorada até hoje é a do Mindanau, nas Ilhas Marianas, com uma profundidade superior a 11 000 metros. Em 1960 o Professor Picard (filho) desceu nesta fossa marinha utilizando o batíscafo Trieste e verificou a existência de seres vivos a essa profundidade.
A partir de 1920 começaram a utilizar-se sondas eletroacústicas para a investigação submarina. Estas sondas (sonares) utilizam ondas ultrassónicas que se refletem no fundo do mar e permitem registar a chegada da onda refletida. Registando o tempo que as ondas demoram a atingir o fundo do mar é possível calcular as profundidades oceânicas.
Além dos sonares, podem ser utilizados sismógrafos e magnetómetros.
1. A plataforma continental, que é como que um prolongamento do continente para baixo do oceano. A profundidade máxima varia entre os 150 e os 500 metros, com declives em geral pouco acentuados. Esta plataforma representa cerca de 9% do total dos fundos oceânicos e pode considerar-se como zona de transição entre os continentes e o mar. Os sedimentos que nela se encontram procedem dos rios e das costas.
Nela observam-se fenómenos de erosão terrestre, o que faz supor que em épocas geológicas passadas estiveram total ou parcialmente emersas. Uma vez que a luz solar atinge os fundos, esta zona tem uma fauna e uma flora abundantes e características. Enquanto algumas plataformas continentais - por exemplo, as que rodeiam o oceano Atlântico - mergulham por vários quilómetros e não têm grandes declives, outras, como as que rodeiam o oceano Pacífico, são muito mais estreitas e apresentam desníveis acentuados. 2. O talude continental está na sequência da plataforma continental. É uma zona, como o seu nome indica, em que o declive se acentua rapidamente até atingir uma profundidade de cerca de 1000 metros. O limite entre o talude continental e a plataforma continental é a margem geológica dos continentes.
Esta zona representa cerca de 7% do fundo oceânico. É aqui que se encontram vales submarinos apertados ("canhões") de origem não inteiramente conhecida. São semelhantes aos vales fluviais dos continentes, mas com profundidades muito superiores. 3. Os fundos oceânicos, ou seja, todas as áreas oceânicas, com uma profundidade que pode atingir os 6000 metros. Ocupam cerca de 83% do total dos oceanos. Nelas se encontram sedimentos argilosos e margosos.
Nesta zona encontram-se as formas topográficas mais significativas dos oceanos, principalmente as dorsais e os maciços submarinos.
A dorsal mais importante é a Atlântica, que se estende de norte a sul numa zona central do oceano Atlântico, com forma de S aberto interrompida próximo do equador por uma fossa transversal.
Estas dorsais, semelhantes às cordilheiras continentais, elevam-se a milhares de metros acima dos fundos oceânicos, formando relevos que algumas vezes ultrapassam a superfície do mar, originando ilhas. 4. As fossas marinhas, que, como o seu nome indica, são grandes depressões estreitas e profundas, de paredes escarpadas, e com uma profundidade que pode atingir os 11 000 metros. Geralmente a profundidade das fossas varia entre os 3000 e os 5000 metros.
As fossas marinhas raramente se encontram na zona central dos oceanos. Geralmente encontram-se nos bordos dos oceanos, junto a arcos ou cadeias de ilhas vulcânicas.
A fossa mais profunda explorada até hoje é a do Mindanau, nas Ilhas Marianas, com uma profundidade superior a 11 000 metros. Em 1960 o Professor Picard (filho) desceu nesta fossa marinha utilizando o batíscafo Trieste e verificou a existência de seres vivos a essa profundidade.
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Como referenciar
Porto Editora – morfologia dos fundos oceânicos na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-07 23:38:09]. Disponível em
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