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Museu de Arte de Estugarda
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A Neue Staatsgalerie de Estugarda, construída entre 1977 e 1984 pela dupla de arquitetos James Stirling e Michael Wilford, é talvez o mais interessante museu desenhado na prolífica década de oitenta do século XX, conhecida por "década dos museus". Stirling (1926-1992) era um dos mais importantes e interessantes arquitetos ingleses da segunda metade do século, tendo já assinado vários edifícios de carácter museulógico.
O projeto constituiu uma ampliação do edifício existente, uma estrutura de recorte clássico datada de inícios de oitocentos, onde se pretendia expor uma das melhores coleções alemãs de trabalhos de Picasso.
O museu é formado por um conjunto fragmentário de volumes dos quais de destaca um tambor cilíndrico central que contém um pátio fechado e um corpo quebrado que delimita três dos lados do museu. Em frente, uma pequena praça elevada à qual se acede por rampas conduz à entrada, um volume irregular marcado pela superfície empenada da fachada envidraçada.
Um percurso público que atravessa o museu, contornando o pátio circular, conduz às traseiras do edifício que ficam a uma cota mais alta. Esta solução de percursos urbanos em rampa, alinhando pelo conceito corbusiano de "promenade architecturale", é precisamente um dos temas recorrentes da arquitetura de Stirling.
Em termos estilísticos, Stirling inverte o uso dos elementos tradicionais, manipulando-os de forma maneirista e sofisticada. Os corrimãos das rampas, que assumem cromatismos fortes, contêm o sistema de iluminação exterior. Tal como os envidraçados com caixilharias verdes, estes elementos atenuam a rigidez e convencionalidade do revestimento pétreo de ascendência classicizante.
Tal como nos museus oitocentistas, na Neue Staatsgalerie as salas de exposição encontram-se alinhadas, definindo sequências de carácter convencional. Uma série de aparelhos de iluminação, com forma de fragmentos de cornija sustentadas por delgadas consolas de aço, constituem a fonte de luz indireta destas salas.
Monumental e informal, populista e cénico, o museu reúne soluções tradicionais e contemporâneas num trabalho síntese que assume todas as contradições formais e conceptuais do programa. Revolucionário na sua forma e tipologia e na solução de implantação e relação com o espaço público envolvente, este museu tornou-se precursor duma nova ideia de espaço expositivo que constituiu escola e enformou a conceção de muitas estruturas museológicas de finais do século XX.
Posterior ao museu, a nova escola de música de Estugarda foi edificada num terreno vizinho, entre 1986 e 1996, seguindo os mesmos princípios volumétricos e formais.
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Como referenciar
Porto Editora – Museu de Arte de Estugarda na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-16 02:20:56]. Disponível em

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