Nadar
Fotógrafo francês, Gaspar Félix Tournachon, mais conhecido por Nadar, nasceu em 1820, em Paris. Filho de um livreiro e impressor, passou a sua adolescência em Lyon, regressando à capital para preparar a entrada na universidade. Foi nessa altura que começou a frequentar a vida boémia parisiense, característica do mundo dos escritores e artistas da época.
Em 1838 regressou a Lyon por decisão da família para estudar Medicina. Começou a escrever para a imprensa mas, devido à ruína do negócio do pai, foi obrigado a deixar os estudos. Em 1842, regressou a Paris e continuou ligado ao jornalismo e à caricatura. O Le Corsaire publicou os seus primeiros contos e o Le Charivari as suas primeiras caricaturas.
Nadar pertenceu a um grupo de intelectuais franceses simpatizantes da revolução e alistou-se no movimento de libertação da Polónia dos opressores forasteiros. Em 1848 foi detido na Alemanha, sendo depois enviado para Paris, onde criaria a sua própria publicação: La Revue Comique.
Já com família formada, enfrentou uma situação económica difícil. Incentivado por um amigo, o escritor Eugène Chavette, adquiriu uma câmara fotográfica, com a qual começou a tirar retratos de personalidades parisienses, produzindo caricaturas a partir deles. Nadar pretendia publicar o resultado deste projeto. Chamou-lhe "Panthéon Nadar", mas apenas publicou uma primeira parte em 1854 (que se encontra na Biblioteca Nacional de Paris). Em 1953, juntamente com o seu irmão Adrien, abriu em Paris, na Rue Saint-Lazare, um estúdio fotográfico. A afluência ao estúdio era tão grande, que os cocheiros rapidamente lhe puseram o nome de Rue de Saint-Nadar.
Devido a um desentendimento com o irmão, Nadar mudou-se para um estúdio na Boulevard des Capucines. O novo estúdio continuou a atrair gente famosa, sendo um local de reunião e tertúlia da intelectualidade parisiense. Foi graças a estes passeios aéreos que percebeu que a fotografia podia ser utilizada para levantamentos cartográficos. Em 1855 patenteou a ideia, embora esta não tivesse sucesso na prática (o hidrogénio sulfurado que saía do balão estragava a camada de colódio da superfície sensível do material fotográfico). Quando, alguns anos depois, conseguiu ultrapassar este problema, Nadar capturou as primeiras fotografias aéreas da história da fotografia.
Com a introdução da luz elétrica, Nadar instalou o seu estúdio no terraço: 50 elementos de luz alimentados por pilhas Bunsen, trabalhando com um arco de 12 mil velas, adaptado a um grande refletor com 1,20 metros de diâmetro para tirar retratos.
Em 1860 utilizou a luz elétrica para fotografar as catacumbas e os esgotos de Paris. Depois de muitas tentativas sem êxito, conseguiu obter imagens com um tempo médio de exposição de 18 minutos.
Relativamente à técnica que utilizava para tirar os seus retratos, nada tinha de especial. Nadar trabalhava com os mesmos meios que todos os outros fotógrafos da época utilizavam, embora sem artifícios. Colocava os seus modelos sob um fundo matizado, estudava e apropriava a luz à figura, tentando pôr em relevo o carácter - um pouco como o caricaturista vê um determinado modelo. A maioria dos seus modelos não eram clientes, mas amigos ou pessoas ligadas à cultura ou à política - havia assim um tipo de confiança e intimidade que fez com que os seus retratos tivessem uma enorme expressividade e naturalidade.
Durante os últimos anos de vida continuou a trabalhar e a sua última ideia inovadora foi uma série de fotografias tiradas pelo seu filho, tipo foto-entrevista ao químico Eugene Chevreul, por altura do seu centésimo aniversário, intitulada "A arte de viver 100 anos" e publicada no jornal Illustre.
Nadar morreu em 1910, com 90 anos.
Em 1838 regressou a Lyon por decisão da família para estudar Medicina. Começou a escrever para a imprensa mas, devido à ruína do negócio do pai, foi obrigado a deixar os estudos. Em 1842, regressou a Paris e continuou ligado ao jornalismo e à caricatura. O Le Corsaire publicou os seus primeiros contos e o Le Charivari as suas primeiras caricaturas.
Nadar pertenceu a um grupo de intelectuais franceses simpatizantes da revolução e alistou-se no movimento de libertação da Polónia dos opressores forasteiros. Em 1848 foi detido na Alemanha, sendo depois enviado para Paris, onde criaria a sua própria publicação: La Revue Comique.
Já com família formada, enfrentou uma situação económica difícil. Incentivado por um amigo, o escritor Eugène Chavette, adquiriu uma câmara fotográfica, com a qual começou a tirar retratos de personalidades parisienses, produzindo caricaturas a partir deles. Nadar pretendia publicar o resultado deste projeto. Chamou-lhe "Panthéon Nadar", mas apenas publicou uma primeira parte em 1854 (que se encontra na Biblioteca Nacional de Paris). Em 1953, juntamente com o seu irmão Adrien, abriu em Paris, na Rue Saint-Lazare, um estúdio fotográfico. A afluência ao estúdio era tão grande, que os cocheiros rapidamente lhe puseram o nome de Rue de Saint-Nadar.
Devido a um desentendimento com o irmão, Nadar mudou-se para um estúdio na Boulevard des Capucines. O novo estúdio continuou a atrair gente famosa, sendo um local de reunião e tertúlia da intelectualidade parisiense. Foi graças a estes passeios aéreos que percebeu que a fotografia podia ser utilizada para levantamentos cartográficos. Em 1855 patenteou a ideia, embora esta não tivesse sucesso na prática (o hidrogénio sulfurado que saía do balão estragava a camada de colódio da superfície sensível do material fotográfico). Quando, alguns anos depois, conseguiu ultrapassar este problema, Nadar capturou as primeiras fotografias aéreas da história da fotografia.
Com a introdução da luz elétrica, Nadar instalou o seu estúdio no terraço: 50 elementos de luz alimentados por pilhas Bunsen, trabalhando com um arco de 12 mil velas, adaptado a um grande refletor com 1,20 metros de diâmetro para tirar retratos.
Em 1860 utilizou a luz elétrica para fotografar as catacumbas e os esgotos de Paris. Depois de muitas tentativas sem êxito, conseguiu obter imagens com um tempo médio de exposição de 18 minutos.
Relativamente à técnica que utilizava para tirar os seus retratos, nada tinha de especial. Nadar trabalhava com os mesmos meios que todos os outros fotógrafos da época utilizavam, embora sem artifícios. Colocava os seus modelos sob um fundo matizado, estudava e apropriava a luz à figura, tentando pôr em relevo o carácter - um pouco como o caricaturista vê um determinado modelo. A maioria dos seus modelos não eram clientes, mas amigos ou pessoas ligadas à cultura ou à política - havia assim um tipo de confiança e intimidade que fez com que os seus retratos tivessem uma enorme expressividade e naturalidade.
Durante os últimos anos de vida continuou a trabalhar e a sua última ideia inovadora foi uma série de fotografias tiradas pelo seu filho, tipo foto-entrevista ao químico Eugene Chevreul, por altura do seu centésimo aniversário, intitulada "A arte de viver 100 anos" e publicada no jornal Illustre.
Nadar morreu em 1910, com 90 anos.
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Como referenciar
Porto Editora – Nadar na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-28 23:52:42]. Disponível em
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