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Ney Matogrosso
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Cantor brasileiro, de nome verdadeiro Ney de Sousa Pereira, nasceu a 1 de agosto de 1941, em Bela Vista (Brasil). Possui um registo vocal extremamente raro em cantores - contralto, a mais grave das três variedades da voz feminina, ou tenore bianco, uma oitava acima do contralto.
O teatro constituiu uma das suas paixões de sempre, mas foi na música que alcançou o maior destaque da sua carreira. Em 1973 e 1974 integrou o grupo rock Secos e Molhados, como vocalista, atingindo sucesso sem precedentes na música brasileira. O grupo vendeu um milhão e meio de exemplares dos seus dois únicos discos. Após a dissolução dos Secos e Molhados, Ney estreou-se a solo com o álbum Água do Céu - Pássaro (1975). No espetáculo Homem de Neanderthal, que promoveu o álbum de estreia, Ney surgia em palco na pele de uma personagem meio animal, meio homem, coberta de peles, chifres e penas. A excentricidade visual constituiu imagem de marca dos espetáculos do cantor.
Dos álbuns de maior sucesso da sua carreira destacam-se Bandido (1976), Feitiço (1977), Destino de Aventureiro (1984), Ao Vivo (1989), As Aparências Enganam (1993), Um Brasileiro (1996), onde Ney Matogrosso interpreta Chico Buarque, e Olhos de Farol (1999).
O cantor Ney Matogrosso em palco
Trabalhou com compositores como Chico Buarque - "Deixa A Menina" (1981), "Tanto Amar" (1982), "Até Ao Fim" (1983) e "Las Muchachas de Copacabana" (1986) - e Eduardo Dusek - "Folia No Matagal" (1981), "O Rei Das Selvas" (1984), "Cobra Manaus" (1983) e "Destino de Aventureiro" (1984).
Experimentou o rock em "Por Que A Gente É Assim?" (1984), "Pro Dia Nascer Feliz" (1983), "Fogo E Risco" (1983) e "Tão Perto" (1984).
Interpretou clássicos da MPB (música popular brasileira) como "Dora" (1987), "Nem Eu" (1994), "Retrato em Branco e Preto" (1990), "Último Desejo" (1990), "Três Apitos" (1990), "Da Cor do Pecado" (1990), "No Rancho Fundo" (1990), "Modinha" (1990), "Autonomia" (1990) e "Na Baixa do Sapateiro" (1990). De Carmen Miranda recuperou "Bambo de Bambu" (1983).
De entre uma lista vasta de artistas com quem gravou, destacam-se Caetano Veloso, Dorival Caymmi, Eugénia Melo e Castro, Gal Costa e Astor Piazzola. O sucesso levou-o aos palcos da Argentina, do Uruguai, a Montreux (Suíça), onde participou em dois festivais, a Israel e aos Estados Unidos. Atuou por diversas vezes em Portugal.
Durante a década de 80, desenvolveu trabalho como ator, como por exemplo no filme Sonho De Valsa, realizado por Ana Carolina, e Caramujo-Flor, curta-metragem de Joel Pizzini. Produziu espetáculos para o grupo rock RPM, para os cantores Cazuza e Simone. No teatro, dirigiu e fez iluminação para o musical Somos Irmãs (1999), de Sandra Louzada.
A 16 de maio de 1999, surgiu ao lado do cantor Paulo Bragança no programa televisivo "Atlântico", da autoria de Eugénia Melo e Castro.
Ainda no ano de 1999, editou Vivo, um registo de atuações no Rio de Janeiro.
O regresso aos álbuns de originais aconteceu com Batuque (2001). Neste disco, o cantor interpreta canções famosas da música brasileira dos anos 20, 30 e 40. Os coros ficaram a cargo da banda Nó Em Pingo D'Água e pontificam também o percussionsta Marcos Suzano e o guitarrista João Lyra. Uma nota para referir a excelente versão de "Adeus, Batucada", um tema celebrizado pela voz de Carmen Miranda.
No ano seguinte, o cantor lançou o disco Ney Matogrosso Interpreta Cartola, em homenagem a um aclamado compositor de samba. O disco foi re-editado no ano seguinte, ao vivo.
O ano de 2004 fica marcado pela digressão "Vagabundo" que percorreu o Brasil e passou pelo Casinho de Espinho e pelo Algarve.
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Como referenciar
Porto Editora – Ney Matogrosso na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-07 14:51:51]. Disponível em
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