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Nuno Saraiva
Autor de banda desenhada, caricaturista e ilustrador português, Nuno Jorge de Avelar Teixeira Saraiva nasceu a 27 de agosto de 1969, em Lisboa.
Frequentou o curso de Pintura da Faculdade de Belas Artes de Lisboa e foi responsável por fanzines como Hips (1989), Espongiforme (1996) e Ménage à trois (1997), este com Fernando Relvas e Jorge Mateus.
Em 1987 começou a publicar BD, com o personagem Ted Sponja, no Jornal da BD, que depois apareceu também na revista Seleções BD (I série, 1988), segundo textos de Carlos Martins. Os seus trabalhos de BD e ilustração passaram ainda pelo suplemento "Público Júnior", pelas revistas LX Comics (1990-1991), Elle, Linhas Cruzadas, Ego e Cosmopolitan, pela Transcomix (1996), pequena publicação da Bedeteca de Lisboa a propósito dos transportes, Combate (1992-1995), entre outras publicações.
Ganhou o 1.º Prémio do Concurso de Navegadores Portugueses, organizado pelo Centro Nacional de Cultura e pelo Instituto da Juventude, com Os Dias de Bartolomeu, em 1988, depois editado em álbum pela ASA.
Participou em álbuns coletivos, como Noites de Vidro, Amnistia Internacional em BD (ambos de 1991), José Muñoz: cidade, Jazz da Solidão (1994), O Síndroma de Babel e outras histórias (1996) e Movimentos Perpétuos - BD Para Carlos Paredes (2004).
Em outubro de 1994 iniciou-se a publicação do seu trabalho mais célebre, Filosofia de Ponta, uma prancha semanal que surgiu nas páginas do então irrequieto semanário O Independente, com argumentos de Júlio Pinto. A grande popularidade desta BD levou à sua compilação em álbuns, editados pela Contemporânea e pelo Círculo de Leitores. No mesmo semanário surgiram ainda dezasseis fascículos distribuídos em 2003, que reuniram as páginas da série que, em 1996, também foi adaptada a peça teatral e alvo de uma exposição na Bedeteca de Lisboa, aquando da sua inauguração.
A mesma dupla de autores fez depois Arnaldo, o Pós-Cataléptico (entre novembro de 1997 e setembro de 1998), um maoísta que "hibernou" durante 22 anos e que acordou num mundo muito mudado em que não se revê, confundindo realidades que têm 22 anos de distância (PC em 1997 não significa o mesmo PC de 1975). Esta série foi também publicada no semanário O Independente, tal como a que lhe sucedeu, Guarda Abília, entre outubro de 1998 e julho de 1999, uma verdadeira adepta do amor, que se sacrifica pelo bem comum de um modo muito original.
Em relação a outros trabalhos em BD, em 1997 realizou a BD O Inferno de Dantes, no mesmo ano em que Bedeteca editou Zé Inocêncio: As Aventuras Extra Ordinárias dum Falo Barato, álbum que no ano seguinte recebeu o Prémio "Zé Pacóvio e Grilinho" Para o Melhor Álbum Português no Festival da Amadora. Zé Inocêncio tinha surgido nos fanzines Hips! (1989) e Ai-Ai (1995) e depois no jornal O Inimigo (1993-1994).
No início de 1998 esteve presente no 25.º Festival Internacional de BD de Angoulême (França), onde foi um dos autores que representou Portugal enquanto país convidado do maior certame europeu dedicado à BD.
Em 1999 foi um dos autores participantes na exposição Uma Revolução Desenhada: o 25 de Abril e a BD, a propósito do 25.º aniversário da revolução dos cravos, de que se editou um livro/catálogo. Ainda sobre o 25 de abril, foi coordenador e participante num projeto de vinte e cinco curtas histórias em BD para o jornal Público, "Liberdade e Cidadania, 25 de Abril, 25 Anos, 25 Autores", também em 1999.
Para Além dos Olivais, é o título inaugural da Coleção "Visitas Guiadas" da Bedeteca de Lisboa, que em 2000 surgiu como exposição coletiva sobre a freguesia dos Olivais, em Lisboa, projeto que coordenou e para o qual fez a divertida história "Work in Progress" acerca dos sucessivos adiamentos na entrega de uma BD ao editor, com a EXPO'98 como pano de fundo. Nuno Saraiva e João Paulo Cotrim, o então dinâmico diretor da Bedeteca, são os protagonistas.
Com o falecimento prematuro de Júlio Pinto (em 2000), Nuno Saraiva encetou uma nova parceria nas suas bandas desenhadas, com Paulo Patrício como argumentista. Assim, o Expresso publicou inicialmente cinco histórias de "Viagens em Risco" durante o mês de agosto de 2002, em separatas de oito páginas cada, livres adaptações de livros de viagens. Entre novembro e dezembro do mesmo ano os mesmo autores apresentaram também no Expresso seis histórias negras de Natal, de duas páginas cada e, desde janeiro de 2004, têm apresentado "Escrita Fina", duas páginas semanais sobre a vida de Ana Bique, escritora light, onde se traça um retrato social do país.
Para o suplemento "O Inimigo Público", do Público, realizou diversas caricaturas na secção "Desbanda", entre 2003 e 2004, utilizando o seu inconfundível traço elegantemente modernista.
O seu trabalho multifacetado inclui ainda maquetagem de CD-ROM, publicidade e ilustração (imprensa, capas de discos, RTP, cartaz do Festival da Amadora 1999...), de que é um dos nomes mais cotados, com presença assídua na Ilustração Portuguesa, mostra que se realiza desde 1998.
Dos prémios que recebeu, devem ainda ser referidos o 1.º e o 2.º Prémio do Concurso Nacional de BD, do Clube Português de BD (em 1986 e em 1987, respetivamente), Troféu "O Mosquito" Para o Desenhador do Ano (1989), o Prémio do Concurso Navegadores Portugueses - Fundação Oriente, do Centro Nacional de Cultura (1990), Prémio "Zé Pacóvio e Grilinho" Para o Melhor Álbum Português no Festival da Amadora (1999) e o Award of Excellence, da Society of News Design.
Frequentou o curso de Pintura da Faculdade de Belas Artes de Lisboa e foi responsável por fanzines como Hips (1989), Espongiforme (1996) e Ménage à trois (1997), este com Fernando Relvas e Jorge Mateus.
Em 1987 começou a publicar BD, com o personagem Ted Sponja, no Jornal da BD, que depois apareceu também na revista Seleções BD (I série, 1988), segundo textos de Carlos Martins. Os seus trabalhos de BD e ilustração passaram ainda pelo suplemento "Público Júnior", pelas revistas LX Comics (1990-1991), Elle, Linhas Cruzadas, Ego e Cosmopolitan, pela Transcomix (1996), pequena publicação da Bedeteca de Lisboa a propósito dos transportes, Combate (1992-1995), entre outras publicações.
Ganhou o 1.º Prémio do Concurso de Navegadores Portugueses, organizado pelo Centro Nacional de Cultura e pelo Instituto da Juventude, com Os Dias de Bartolomeu, em 1988, depois editado em álbum pela ASA.
Participou em álbuns coletivos, como Noites de Vidro, Amnistia Internacional em BD (ambos de 1991), José Muñoz: cidade, Jazz da Solidão (1994), O Síndroma de Babel e outras histórias (1996) e Movimentos Perpétuos - BD Para Carlos Paredes (2004).
Em outubro de 1994 iniciou-se a publicação do seu trabalho mais célebre, Filosofia de Ponta, uma prancha semanal que surgiu nas páginas do então irrequieto semanário O Independente, com argumentos de Júlio Pinto. A grande popularidade desta BD levou à sua compilação em álbuns, editados pela Contemporânea e pelo Círculo de Leitores. No mesmo semanário surgiram ainda dezasseis fascículos distribuídos em 2003, que reuniram as páginas da série que, em 1996, também foi adaptada a peça teatral e alvo de uma exposição na Bedeteca de Lisboa, aquando da sua inauguração.
A mesma dupla de autores fez depois Arnaldo, o Pós-Cataléptico (entre novembro de 1997 e setembro de 1998), um maoísta que "hibernou" durante 22 anos e que acordou num mundo muito mudado em que não se revê, confundindo realidades que têm 22 anos de distância (PC em 1997 não significa o mesmo PC de 1975). Esta série foi também publicada no semanário O Independente, tal como a que lhe sucedeu, Guarda Abília, entre outubro de 1998 e julho de 1999, uma verdadeira adepta do amor, que se sacrifica pelo bem comum de um modo muito original.
Em relação a outros trabalhos em BD, em 1997 realizou a BD O Inferno de Dantes, no mesmo ano em que Bedeteca editou Zé Inocêncio: As Aventuras Extra Ordinárias dum Falo Barato, álbum que no ano seguinte recebeu o Prémio "Zé Pacóvio e Grilinho" Para o Melhor Álbum Português no Festival da Amadora. Zé Inocêncio tinha surgido nos fanzines Hips! (1989) e Ai-Ai (1995) e depois no jornal O Inimigo (1993-1994).
No início de 1998 esteve presente no 25.º Festival Internacional de BD de Angoulême (França), onde foi um dos autores que representou Portugal enquanto país convidado do maior certame europeu dedicado à BD.
Em 1999 foi um dos autores participantes na exposição Uma Revolução Desenhada: o 25 de Abril e a BD, a propósito do 25.º aniversário da revolução dos cravos, de que se editou um livro/catálogo. Ainda sobre o 25 de abril, foi coordenador e participante num projeto de vinte e cinco curtas histórias em BD para o jornal Público, "Liberdade e Cidadania, 25 de Abril, 25 Anos, 25 Autores", também em 1999.
Para Além dos Olivais, é o título inaugural da Coleção "Visitas Guiadas" da Bedeteca de Lisboa, que em 2000 surgiu como exposição coletiva sobre a freguesia dos Olivais, em Lisboa, projeto que coordenou e para o qual fez a divertida história "Work in Progress" acerca dos sucessivos adiamentos na entrega de uma BD ao editor, com a EXPO'98 como pano de fundo. Nuno Saraiva e João Paulo Cotrim, o então dinâmico diretor da Bedeteca, são os protagonistas.
Com o falecimento prematuro de Júlio Pinto (em 2000), Nuno Saraiva encetou uma nova parceria nas suas bandas desenhadas, com Paulo Patrício como argumentista. Assim, o Expresso publicou inicialmente cinco histórias de "Viagens em Risco" durante o mês de agosto de 2002, em separatas de oito páginas cada, livres adaptações de livros de viagens. Entre novembro e dezembro do mesmo ano os mesmo autores apresentaram também no Expresso seis histórias negras de Natal, de duas páginas cada e, desde janeiro de 2004, têm apresentado "Escrita Fina", duas páginas semanais sobre a vida de Ana Bique, escritora light, onde se traça um retrato social do país.
Para o suplemento "O Inimigo Público", do Público, realizou diversas caricaturas na secção "Desbanda", entre 2003 e 2004, utilizando o seu inconfundível traço elegantemente modernista.
O seu trabalho multifacetado inclui ainda maquetagem de CD-ROM, publicidade e ilustração (imprensa, capas de discos, RTP, cartaz do Festival da Amadora 1999...), de que é um dos nomes mais cotados, com presença assídua na Ilustração Portuguesa, mostra que se realiza desde 1998.
Dos prémios que recebeu, devem ainda ser referidos o 1.º e o 2.º Prémio do Concurso Nacional de BD, do Clube Português de BD (em 1986 e em 1987, respetivamente), Troféu "O Mosquito" Para o Desenhador do Ano (1989), o Prémio do Concurso Navegadores Portugueses - Fundação Oriente, do Centro Nacional de Cultura (1990), Prémio "Zé Pacóvio e Grilinho" Para o Melhor Álbum Português no Festival da Amadora (1999) e o Award of Excellence, da Society of News Design.
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Como referenciar
Porto Editora – Nuno Saraiva na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-03 08:16:50]. Disponível em
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