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O Jogo
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Realizado por David Fincher logo após o sucesso de Se7en (Sete Pecados Mortais, 1995), este thriller centra-se sobre Nicholas Van Orton (Michael Douglas), um milionário recém-divorciado e obstinado pelo trabalho com um aguçado instinto financeiro que vive uma existência solitária e rotineira na sua abastada mansão de São Francisco. No dia do seu aniversário encontra-se com o seu irmão mais novo, Conrad Van Orton (Sean Penn) que, ao almoço, lhe entrega uma prenda invulgar: um certificado duma misteriosa mas sofisticada empresa de recriação: a CRS cuja função é a de organizar um «jogo» aplicado à vida e personalidade do seu cliente, jogo esse de natureza secreta. Logo após ultrapassar uma inicial desconfiança, Nicholas decide inscrever-se na CRS, fazendo diversos testes médicos e psicotécnicos. Em sua casa, dá-se um acontecimento insólito: quando assiste ao seu programa favorito de televisão dedicado à área financeira, assiste ao jornalista a falar diretamente consigo. Mais tarde, num restaurante, sente-se responsável pelo despedimento de Christine (Deborah Unger), uma empregada de mesa, mas ambos nessa noite acabarão por ser vítimas de uma perseguição, tudo no âmbito do «jogo». Daí para a frente, Conrad terá de fazer apelo à sua capacidade de perseverança, vigilância e coragem para conseguir superar todos os perigos, descobrindo que Christine é também uma funcionária da CRS. À imagem de todos os títulos dirigidos por Fincher, este é um filme que prima pela imaginação e pela imprevisibilidade, tendo depressa entrado para a galeria dos thrillers mais rentáveis de Hollywood. O argumento baseia-se em diversas variações de ação e foi encarado pela crítica especializada como uma tomada de posição contra o capitalismo selvagem sem barreiras éticas. Paradigmático é o facto de, neste filme, Michael Douglas desempenhar uma personagem muito semelhante à de Wall Street (1987): um homem arrogante, obcecado com o dinheiro e a ideia de poder que encara a sua vida como uma competição. Ao aceitar participar no «jogo», aceita involuntariamente tornar-se vulnerável. O «jogo» em si envolve uma complexidade por vezes ilógica que abarca desde uma simples caneta da companhia que provoca um borrão na camisa de Conrad até à vandalização da sua mansão. Numa atmosfera carregada de suspense e mistério, Fincher proporciona um final inusitado mas extraordinariamente dramático como é apanágio das suas obras. O filme é caracterizado pelo sóbrio desempenho interpretativo dos seus protagonistas (em especial Douglas) complementado por um trabalho seguro dos coadjuvantes, dos quais se destaca o veterano Armin Mueller-Stahl.
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Como referenciar
Porto Editora – O Jogo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-02 20:05:50]. Disponível em

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