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Obras Completas
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A obra de Filinto Elísio compreende todo o vasto receituário clássico - odes, epigramas, cartas, enigmas, epinícios, epicédios, etc. - em que o poeta revela as suas emoções mais sentidas. O verso de Filinto é duro, trabalhado e arcaizante. Por outro lado, a sua prosa, que se encontra espalhada, em notas variadas, por todas as suas obras, denota uma grande diversidade de recursos, prejudicados, por vezes, pelo excessivo zelo purista do idioma. Foi um escritor apegado a certos processos que considerava "quinhentistas", mas que são, em parte, "seiscentistas", nomeadamente os hipérbatos e a expressividade do vernaculismo vocabular. Já quase no fim da vida, Filinto Elísio registou algumas normas e conceitos acerca da poesia e da língua na Epístola Da Arte Poética Portuguesa, dirigida a José Maria de Brito. Nesta carta defende, fundamentalmente, o verso branco e a liberdade de pensamento a ele associada, a valentia da expressão, a pureza e o francesismo do léxico e a sua renovação sobre base quinhentista e latina. Dá origem a uma orientação estética chamada de Filintismo, adversária da fluência fácil do Elmanismo, que aponta para os cânones horacianos, para o exemplo de Garção e para o formalismo arcádico de que é o último e digno representante. A Elísia pátria de Filinto é tipicamente quinhentista, com os seus diversos heróis, dos quais Camões é o expoente máximo, cantados à maneira arcádica com uma grande pureza formal. Fiel a este movimento arcádico, Filinto revela-se, porém, pelo egocentrismo de algumas das suas líricas, pela sua revolta e pelo entusiasmo relativo às ideias iluministas, um precursor do movimento romântico. Exprime nas suas odes, nas suas epístolas e nas suas sátiras, todo o alvoroço do seu tempo - descreve-nos a sua situação de exilado, as faltas de dinheiro; insurge-se contra o obscurantismo clerical; canta veementemente a liberdade, a tomada da Bastilha, Washington e a independência americana e todos os defensores do progresso e do domínio da Natureza.
Este é um poeta aristocraticamente letrado no seu discurso, mas burguês e plebeu no que respeita aos temas e ao léxico, o que se manifesta no seu apego gastronómico aos ovos-moles, às trouxas de ovos, às morcelas, aos melões e na rememoração de festas populares ao ar livre e de uma hilariedade pagã. A obra de Filinto Elísio tem sido estudada por Fernando Alberto Torres Moreira, professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (tese de mestrado com o título "O Epigrama em Filinto Elísio - Um Género para um Poeta", 1995).Têm vindo a ser publicadas desde 1998 as Obras Completas de Filinto Elísio. Fernando Moreira, professor da UTAD, com o apoio do Ministério da Cultura e do Instituto Português do Livro e da Leitura, coordena atualmente a reedição das mesmas. Foram publicados até ao momento quatro volumes (Filinto Elísio: Obras Completas, coleção Clássicos da Literatura Portuguesa, Braga, Edições APPACDM, 1998-1999. Edição de Fernando Moreira).
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Como referenciar
Porto Editora – Obras Completas na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-06 10:27:54]. Disponível em

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