oratória (história)
Na antiga Grécia, mais concretamente em Atenas, a oratória - ou discurso público - decorria do próprio processo democrático, em que todos os cidadãos tinham possibilidade de integrar qualquer um dos organismos de organização e gestão do Estado, como, por exemplo, a Eclésia e a Bulé. Contudo, na prática, as pessoas que não moravam na cidade ou que trabalhavam durante todo o dia raramente podiam assistir às reuniões diárias onde se decidiam os assuntos relativos ao Estado.
O estipêndio - denominado na altura misthos ecclesiastikós - que, durante a guerra do Peloponeso (431-404), era dado aos membros da Eclésia representava apenas o suficiente para que não ficassem prejudicados. Assim, eram principalmente os cidadãos abastados, de famílias antigas ou com escravos e propriedades arrendadas, que desempenhavam o papel político mais proeminente no governo do Estado, podendo dedicar-se a tempo inteiro aos assuntos mais importantes. Entre estes destacaram-se Anito, Cléon e Cléofon (apesar de também terem ascendido a estes postos, em grande parte devido a suborno, homens de humildes origens).
Dada a posição proeminente ocupada, iniciou-se o uso de lhes chamar oradores, uma vez que eram eles que se dirigiam a maior parte das vezes à grande assembleia da Eclésia para expor planos e programas a serem votados, o que exigia também o domínio do discurso persuasivo. De igual forma, uma assistência tão alargada propiciava a exaltação do orador, que pretendia tocar o íntimo dos assistentes, convencendo-os dos seus propósitos. Simultaneamente, houve também quem abusasse deste poder sobre a multidão, com objetivos menos honestos e altruístas.
O estipêndio - denominado na altura misthos ecclesiastikós - que, durante a guerra do Peloponeso (431-404), era dado aos membros da Eclésia representava apenas o suficiente para que não ficassem prejudicados. Assim, eram principalmente os cidadãos abastados, de famílias antigas ou com escravos e propriedades arrendadas, que desempenhavam o papel político mais proeminente no governo do Estado, podendo dedicar-se a tempo inteiro aos assuntos mais importantes. Entre estes destacaram-se Anito, Cléon e Cléofon (apesar de também terem ascendido a estes postos, em grande parte devido a suborno, homens de humildes origens).
Dada a posição proeminente ocupada, iniciou-se o uso de lhes chamar oradores, uma vez que eram eles que se dirigiam a maior parte das vezes à grande assembleia da Eclésia para expor planos e programas a serem votados, o que exigia também o domínio do discurso persuasivo. De igual forma, uma assistência tão alargada propiciava a exaltação do orador, que pretendia tocar o íntimo dos assistentes, convencendo-os dos seus propósitos. Simultaneamente, houve também quem abusasse deste poder sobre a multidão, com objetivos menos honestos e altruístas.
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Porto Editora – oratória (história) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-17 05:52:28]. Disponível em
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