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Organização das Nações Unidas (ONU)
A Segunda Guerra Mundial relançou a ideia da criação de um organismo supranacional capaz de arbitrar conflitos, de prevenir a resolução de problemas de relacionamento entre estados pelo recurso às armas, de garantir a igualdade entre os estados e de fazer respeitar os direitos humanos.
Todos estes objetivos, que eram uma reedição dos propósitos que haviam norteado a criação da Sociedade das Nações após a Primeira Guerra Mundial, estavam consignados numa Carta, aprovada em outubro de 1945 na Conferência de S. Francisco.
Para a implementação dos seus objetivos, a ONU criou organismos especializados diversos, dedicados a desenvolver esforços em áreas específicas, como a FAO (Food and Agriculture Organization), que se ocupa de problemas ligados à fome e ao subdesenvolvimento, a UNESCO e a Organização Mundial de Saúde, que intervêm no campo da ciência, da cultura, da educação e da saúde e outros que se ocupam de questões do trabalho, financeiras e económicas, etc.
É grande o prestígio de que estas ramificações da organização desfrutam, particularmente em países do Terceiro Mundo que têm beneficiado de programas educacionais, de promoção económica e social das suas populações ou de campanhas de erradicação de doenças, de educação sanitária ou de combate a epidemias.
Na sua vertente política, no entanto, a vida da ONU tem sido atribulada, em razão precisamente dos conflitos que pretendia controlar ou evitar.
Desde a sua fundação, registaram-se, de facto, conflitos entre as grandes potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial, que dispõem de lugar permanente no Conselho de Segurança, com direito a veto: a ONU foi, neste aspeto, vítima dos confrontos entre os blocos político-militares que se constituíram em torno dos EUA e da URSS, o que levou a que prevalecessem sobre todas as outras questões as preocupações com a segurança internacional.
Por outro lado, particularmente na década de 60, a entrada em cena de numerosos países do Terceiro Mundo, muitos deles ex-territórios coloniais recém-chegados à independência, introduziu no seio da ONU problemas relacionados com a desigualdade económica e o direito dos povos à independência e à autodeterminação, com os quais as grandes potências por vezes pouco se preocupavam.
No âmbito das Nações Unidas, foram empreendidas ao longo de décadas ações com resultados positivos na defesa da paz, como nos casos de interposição de forças militares entre contendores, como sucedeu na dividida Ilha de Chipre ou em Angola.
Não quer isto dizer que a ONU tenha eliminado totalmente os conflitos, embora tenha contribuído grandemente para os atenuar e encaminhar para uma solução negociada, no sentido da paz.
Nos últimos anos, a organização viu-se confrontada com a necessidade de intervir em numerosos conflitos regionais, nem sempre tendo sabido manter uma atitude claramente neutral em relação às forças que se enfrentam em cada situação, o que levanta reservas por parte dos que se consideram lesados.
Apesar das situações difíceis enfrentadas pela organização, todo o esforço e trabalho desenvolvido para a conservação da paz e dos direitos humanos proporcionaram-lhe o Nobel da Paz em 2001, prémio partilhado com Kofi Annan (secretário-geral da organização de janeiro de 1997 a dezembro de 2006) que demonstrou sempre uma grande dedicação ao trabalho desempenhado pela organização.
Esta atribuição da Academia das Ciências sueca serve não só para valorizar o desempenho como também para dar a devida importância à maior organização internacional de apelo à paz e estabilidade mundial.
O ganês Kofi Annan foi precedido no cargo de secretário-geral da ONU por:
- Boutros Boutros-Ghali (Egito), entre janeiro de 1992 e dezembro de 1996;
- Javier Pèrez de Cuèllar (Peru), de janeiro de 1982 a dezembro 1991;
- Kurt Waldheim (Austria), entre janeiro de 1972 e dezembro 1981;
- U Thant (Burma, atual Myanmar), entre novembro de 1961 e dezembro de 1971;
- Dag Hammarskjöld (Suécia), de abril de 1953 até setembro de 1961, quando faleceu num acidente de avião;
- Trygve Lie (Noruega), entre fevereiro de 1946 até resignar ao cargo em novembro de 1952.
A Kofi Annan sucedeu o sul-coreano Ban Ki-moon, a quem o cargo foi confiado entre janeiro de 2007 e dezembro de 2016, passando a 1 de janeiro de 2017 para o primeiro português nomeado para aquela posição: António Guterres.
A 24 de outubro, comemora-se o Dia das Nações Unidas.
Todos estes objetivos, que eram uma reedição dos propósitos que haviam norteado a criação da Sociedade das Nações após a Primeira Guerra Mundial, estavam consignados numa Carta, aprovada em outubro de 1945 na Conferência de S. Francisco.
Para a implementação dos seus objetivos, a ONU criou organismos especializados diversos, dedicados a desenvolver esforços em áreas específicas, como a FAO (Food and Agriculture Organization), que se ocupa de problemas ligados à fome e ao subdesenvolvimento, a UNESCO e a Organização Mundial de Saúde, que intervêm no campo da ciência, da cultura, da educação e da saúde e outros que se ocupam de questões do trabalho, financeiras e económicas, etc.
É grande o prestígio de que estas ramificações da organização desfrutam, particularmente em países do Terceiro Mundo que têm beneficiado de programas educacionais, de promoção económica e social das suas populações ou de campanhas de erradicação de doenças, de educação sanitária ou de combate a epidemias.
Na sua vertente política, no entanto, a vida da ONU tem sido atribulada, em razão precisamente dos conflitos que pretendia controlar ou evitar.
Desde a sua fundação, registaram-se, de facto, conflitos entre as grandes potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial, que dispõem de lugar permanente no Conselho de Segurança, com direito a veto: a ONU foi, neste aspeto, vítima dos confrontos entre os blocos político-militares que se constituíram em torno dos EUA e da URSS, o que levou a que prevalecessem sobre todas as outras questões as preocupações com a segurança internacional.
Por outro lado, particularmente na década de 60, a entrada em cena de numerosos países do Terceiro Mundo, muitos deles ex-territórios coloniais recém-chegados à independência, introduziu no seio da ONU problemas relacionados com a desigualdade económica e o direito dos povos à independência e à autodeterminação, com os quais as grandes potências por vezes pouco se preocupavam.
No âmbito das Nações Unidas, foram empreendidas ao longo de décadas ações com resultados positivos na defesa da paz, como nos casos de interposição de forças militares entre contendores, como sucedeu na dividida Ilha de Chipre ou em Angola.
Não quer isto dizer que a ONU tenha eliminado totalmente os conflitos, embora tenha contribuído grandemente para os atenuar e encaminhar para uma solução negociada, no sentido da paz.
Nos últimos anos, a organização viu-se confrontada com a necessidade de intervir em numerosos conflitos regionais, nem sempre tendo sabido manter uma atitude claramente neutral em relação às forças que se enfrentam em cada situação, o que levanta reservas por parte dos que se consideram lesados.
Apesar das situações difíceis enfrentadas pela organização, todo o esforço e trabalho desenvolvido para a conservação da paz e dos direitos humanos proporcionaram-lhe o Nobel da Paz em 2001, prémio partilhado com Kofi Annan (secretário-geral da organização de janeiro de 1997 a dezembro de 2006) que demonstrou sempre uma grande dedicação ao trabalho desempenhado pela organização.
Esta atribuição da Academia das Ciências sueca serve não só para valorizar o desempenho como também para dar a devida importância à maior organização internacional de apelo à paz e estabilidade mundial.
O ganês Kofi Annan foi precedido no cargo de secretário-geral da ONU por:
- Boutros Boutros-Ghali (Egito), entre janeiro de 1992 e dezembro de 1996;
- Javier Pèrez de Cuèllar (Peru), de janeiro de 1982 a dezembro 1991;
- Kurt Waldheim (Austria), entre janeiro de 1972 e dezembro 1981;
- U Thant (Burma, atual Myanmar), entre novembro de 1961 e dezembro de 1971;
- Dag Hammarskjöld (Suécia), de abril de 1953 até setembro de 1961, quando faleceu num acidente de avião;
- Trygve Lie (Noruega), entre fevereiro de 1946 até resignar ao cargo em novembro de 1952.
A Kofi Annan sucedeu o sul-coreano Ban Ki-moon, a quem o cargo foi confiado entre janeiro de 2007 e dezembro de 2016, passando a 1 de janeiro de 2017 para o primeiro português nomeado para aquela posição: António Guterres.
A 24 de outubro, comemora-se o Dia das Nações Unidas.
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Como referenciar
Porto Editora – Organização das Nações Unidas (ONU) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-20 20:50:29]. Disponível em
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