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Parque Natural da Serra de S. Mamede
O Parque Natural da Serra de S. Mamede foi criado a 14 de abril de 1989, segundo o Decreto-Lei n.º 121/89, ocupando uma área de 31 750 hectares, com cerca de 30 mil habitantes.
O conjunto montanhoso conhecido por serra de S. Mamede constitui o principal acidente montanhoso do Sul de Portugal e é constituído por quatro elevações: Fria, Marvão, Castelo de Vide e São Mamede (o mais elevado, com 1025 metros) e estende-se através dos concelhos de Arronches, Castelo de Vide, Marvão e Portalegre.
Trata-se da Área Protegida mais habitada do país, com cerca de 30 mil habitantes.
É o prolongamento da "Sierra de S. Pedro" em Espanha e constitui o limite da unidade paleogeográfica Ossa-Morena. A orientação noroeste-sudeste deste conjunto montanhoso que forma o maciço de S. Mamede confere-lhe, sob o ponto de vista da diversidade florística, características muito particulares. O facto deve-se à existência de um clima tipicamente mediterrânico, mais quente e seco, nas encostas voltadas a sudoeste e outro, mais fresco e húmido, nas encostas viradas a nordeste. Esta diferença microclimática favorece o aparecimento de uma flora variada.
A serra de S. Mamede é de grande beleza paisagística e apresenta um grande número de exemplos de cooperação harmoniosa entre o Homem e a Natureza. A diversidade climática e morfológica do solo permitiram, neste reduzido espaço, a conjugação da floresta atlântica com a mata mediterrânica. Os percursos do Parque Natural da Serra de S. Mamede pretendem dar a conhecer aspetos gerais da sua geologia, do seu clima, do seu relevo, dos seus solos e da ocupação humana ao longo dos tempos, fatores que determinam a grande diversidade de habitats, de florística, de faunística e de paisagística existentes.
Quanto ao clima, podemos encontrar dois microclimas distintos: um mais fresco e húmido, principalmente no norte do Parque Natural e nas zonas de altitude, e outro mais quente e seco, no sul.
Geologicamente, a serra de S. Mamede é uma zona complexa onde se evidenciam dobramentos provocados por forças orogénicas e constitui o limite da unidade paleogeográfica Ossa-Morena. Cercada a norte e a leste por granitos, a geologia da serra traduz-se na presença de xistos, grauvaques, calcários e quartzitos, litologia que se reflete na variedade dos solos. Certas áreas estão cobertas por depósitos de vertente (recentes) e por depósitos aluvionares. A serra de S. Mamede surge a partir da planície alentejana, elevando-se até à altitude de 1025 metros, e apresenta cerca de 40 km de comprimento e 10 km de largura.
Tem uma orientação noroeste-sudeste e constitui o maciço montanhoso mais notável a sul do Tejo. Existem duas unidades geomorfológicas que se diferenciam da grande unidade regional que é a peneplanície alentejana: a serra e a plataforma de Portalegre. Esta última constitui uma zona de transição entre a serra e a peneplanície, comportando-se como um "degrau" ainda com características de serra mas com influências de peneplanície.
Relativamente às formações vegetais, a serra e a plataforma de Portalegre apresentam características de índole centro-europeia e mediterrânica e características de índole atlântica. Podem-se encontrar aqui as plantas comuns da região de clima com características atlânticas. São pois notáveis as presenças, nas encostas e cimos da serra, de espécies como o selo-de-salomão, a erva-dos-três-passarinhos, a madressilva-das-boticas ou a rosa-albardeira e também o narciso-trombeta e a erva-pinheira-orvalhada. O carvalho-negral é a espécie que revestia a maior parte da serra, com clima atlântico constituindo a vegetação clímax. A área destes carvalhos caducifólios foi reduzida e progressivamente substituída pelo castanheiro.
No que diz respeito à fauna, é possível encontrar a presença de espécies protegidas, como a águia-de-bonelli e o grifo, que repartem o território com o gaivão-da-europa, a águia-cobreira, o peneireiro-cinzento, milhafres e a águia-caçadeira. É de salientar a existência de uma gruta, a mais importante do país e uma das mais importantes da Europa, abrigando uma colónia de criação de cerca de 20 000 indivíduos de morcego-de-peluche, espécie classificada como "vulnerável". O lobo é uma espécie que na região tem estado em declínio e encontra-se praticamente extinto.
Quanto à arquitetura, notam-se influências da planície alentejana, de rusticidade beirã, e da arquitetura espanhola, aliadas aos fatores do clima, dos usos e costumes que determinam uma arquitetura própria.
S. Mamede apresenta vestígios de presença humana desde o Paleolítico. Foram encontrados vestígios nos vales drenados pelas principais linhas de água, o caso do rio Sever e da Ribeira de Nisa e, fruto de uma atitude defensiva, de locais mais elevados como o Castelo da Crença ou o Cabeço do Mouro. Em período mais recente, a dominação romana deixou marcas bem visíveis nas várzeas do Caia e do Sever, realçando as ruínas do que foi a cidade de Amaia, meio escondidas pelos arvoredos e campos de cultura de Aramenha.
O conjunto montanhoso conhecido por serra de S. Mamede constitui o principal acidente montanhoso do Sul de Portugal e é constituído por quatro elevações: Fria, Marvão, Castelo de Vide e São Mamede (o mais elevado, com 1025 metros) e estende-se através dos concelhos de Arronches, Castelo de Vide, Marvão e Portalegre.
Trata-se da Área Protegida mais habitada do país, com cerca de 30 mil habitantes.
É o prolongamento da "Sierra de S. Pedro" em Espanha e constitui o limite da unidade paleogeográfica Ossa-Morena. A orientação noroeste-sudeste deste conjunto montanhoso que forma o maciço de S. Mamede confere-lhe, sob o ponto de vista da diversidade florística, características muito particulares. O facto deve-se à existência de um clima tipicamente mediterrânico, mais quente e seco, nas encostas voltadas a sudoeste e outro, mais fresco e húmido, nas encostas viradas a nordeste. Esta diferença microclimática favorece o aparecimento de uma flora variada.
A serra de S. Mamede é de grande beleza paisagística e apresenta um grande número de exemplos de cooperação harmoniosa entre o Homem e a Natureza. A diversidade climática e morfológica do solo permitiram, neste reduzido espaço, a conjugação da floresta atlântica com a mata mediterrânica. Os percursos do Parque Natural da Serra de S. Mamede pretendem dar a conhecer aspetos gerais da sua geologia, do seu clima, do seu relevo, dos seus solos e da ocupação humana ao longo dos tempos, fatores que determinam a grande diversidade de habitats, de florística, de faunística e de paisagística existentes.
Quanto ao clima, podemos encontrar dois microclimas distintos: um mais fresco e húmido, principalmente no norte do Parque Natural e nas zonas de altitude, e outro mais quente e seco, no sul.
Geologicamente, a serra de S. Mamede é uma zona complexa onde se evidenciam dobramentos provocados por forças orogénicas e constitui o limite da unidade paleogeográfica Ossa-Morena. Cercada a norte e a leste por granitos, a geologia da serra traduz-se na presença de xistos, grauvaques, calcários e quartzitos, litologia que se reflete na variedade dos solos. Certas áreas estão cobertas por depósitos de vertente (recentes) e por depósitos aluvionares. A serra de S. Mamede surge a partir da planície alentejana, elevando-se até à altitude de 1025 metros, e apresenta cerca de 40 km de comprimento e 10 km de largura.
Tem uma orientação noroeste-sudeste e constitui o maciço montanhoso mais notável a sul do Tejo. Existem duas unidades geomorfológicas que se diferenciam da grande unidade regional que é a peneplanície alentejana: a serra e a plataforma de Portalegre. Esta última constitui uma zona de transição entre a serra e a peneplanície, comportando-se como um "degrau" ainda com características de serra mas com influências de peneplanície.
Relativamente às formações vegetais, a serra e a plataforma de Portalegre apresentam características de índole centro-europeia e mediterrânica e características de índole atlântica. Podem-se encontrar aqui as plantas comuns da região de clima com características atlânticas. São pois notáveis as presenças, nas encostas e cimos da serra, de espécies como o selo-de-salomão, a erva-dos-três-passarinhos, a madressilva-das-boticas ou a rosa-albardeira e também o narciso-trombeta e a erva-pinheira-orvalhada. O carvalho-negral é a espécie que revestia a maior parte da serra, com clima atlântico constituindo a vegetação clímax. A área destes carvalhos caducifólios foi reduzida e progressivamente substituída pelo castanheiro.
No que diz respeito à fauna, é possível encontrar a presença de espécies protegidas, como a águia-de-bonelli e o grifo, que repartem o território com o gaivão-da-europa, a águia-cobreira, o peneireiro-cinzento, milhafres e a águia-caçadeira. É de salientar a existência de uma gruta, a mais importante do país e uma das mais importantes da Europa, abrigando uma colónia de criação de cerca de 20 000 indivíduos de morcego-de-peluche, espécie classificada como "vulnerável". O lobo é uma espécie que na região tem estado em declínio e encontra-se praticamente extinto.
Quanto à arquitetura, notam-se influências da planície alentejana, de rusticidade beirã, e da arquitetura espanhola, aliadas aos fatores do clima, dos usos e costumes que determinam uma arquitetura própria.
S. Mamede apresenta vestígios de presença humana desde o Paleolítico. Foram encontrados vestígios nos vales drenados pelas principais linhas de água, o caso do rio Sever e da Ribeira de Nisa e, fruto de uma atitude defensiva, de locais mais elevados como o Castelo da Crença ou o Cabeço do Mouro. Em período mais recente, a dominação romana deixou marcas bem visíveis nas várzeas do Caia e do Sever, realçando as ruínas do que foi a cidade de Amaia, meio escondidas pelos arvoredos e campos de cultura de Aramenha.
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Como referenciar
Porto Editora – Parque Natural da Serra de S. Mamede na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-05 22:36:56]. Disponível em
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