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Parque Natural do Alvão
Criado a 8 de junho de 1983, segundo o Decreto-Lei n.º 237/83, o Parque Natural do Alvão ocupa uma área de 7 365 hectares, e integra parte dos concelhos de Mondim de Basto e Vila Real.
Do Minhéu, a norte, até aos Padrões da Teixeira, a sul, alonga-se o conjunto montanhoso constituído pelas serras do Marão e do Alvão, meia centena de quilómetros de penedos que se estendem de nordeste para sudoeste e cujas linhas de cumeada nunca descem dos 900 m de altitude. Fronteira orográfica, mas também uma fronteira climática em que se alicerça parte importante da distinção que se faz entre um norte de feição atlântica e a continentalidade que se associa às regiões transmontanas. Do Gerês ao Marão, ergue-se a Barreira de Condensação, que representa um obstáculo para os ventos húmidos vindos do Atlântico. As águas do rio Olo percorrem toda a vertente oeste da serra. O Alvão leva o rio para sudoeste, através de um trajeto irregular e as suas águas deixam o Parque a jusante de Ermelo, descrevendo uma apertada curva para norte, a caminho do Tâmega. O Olo nasce a 1250 m de altitude e, no seu troço inicial, corre num vale relativamente largo, alimentado por inúmeras linhas de água de carácter torrencial e sempre acompanhado pelas cristas mais elevadas da serra do Alvão. Depois de atravessar a bacia de Lamas de Olo, o rio flete para noroeste. Mais adiante, o vale torna-se mais apertado, sendo parte das águas capturada acima das Fisgas do Ermelo e desviadas para a ribeira da Fervença. Mais para jusante, o Olo correndo em vale encaixado, segue para sudoeste, abandonando o Alvão, depois de percorrida boa metade do seu curso. O rio explica o relevo, já que o seu leito conduz através do essencial da morfologia do Alvão: zona montanhosa e planáltica, acima dos 1000 m de altitude, onde nascem as principais linhas de água e limite sudoeste da bacia do Tâmega; a zona de transição, com vales apertados e quedas de água; e a zona basal, em que sobressai o vale bastante aplanado do Ermelo, com altitudes na ordem dos 400 metros. O Alto das Caravelas (1339 m), ponto culminante do Alvão, situa-se no limite oriental do Parque Natural, fazendo parte da escarpa rochosa com que o planalto se precipita sobre os vales do Corgo e do Cabril.
Manchas de granito que assumem as mais variadas formas ocupam o essencial da área oriental do Alvão, destacando-se em termos de paisagem a zona de Arnal, onde se podem observar os relevos da denominada "catedral de Arnal". Bancadas de rochas metamórficas (xistos, quartzito) surgem por sua vez na área ocidental da serra: bancada de quartzito das Fisgas ou os flancos de xisto do vale da ribeira da Fervença, toda ela moldada por socalcos.
No que diz respeito à flora, carvalhos e vidoeiros representam uma área coberta pouco importante em termos de superfície, possuindo, no entanto, um valor quer ecológico quer paisagístico muito importante. As áreas ocupadas por resinosas - pinheiro-bravo, pinheiro-silvestre, pinheiro-larício, pseudotsuga -, em povoamentos contínuos ou dispersos, representam outro tipo de coberto arbóreo visível no Parque Natural. Para além das áreas arborizadas e dos inúmeros afloramentos rochosos, a serra do Alvão caracteriza-se pela presença de extensas áreas de incultos, em que se incluem as zonas de pastoreio, cobertas no essencial por gramíneas espontâneas, e os matos. Estes últimos, povoados por estevas, giestas e sargaços, tojos, urzes e carquejas, representam formações arbustivas cuja importância é frequentemente negligenciada. Os matos são também alimento e cama para o gado, fertilizantes do solo após mistura com os excrementos dos animais, combustível para os homens, suporte essencial da atividade apícola, elemento importante no combate à erosão e na regularização do regime hídrico. No respeitante à fauna, as falésias e escarpas abrigam falcões e andorinhas-das-rochas, nos matos imperam os passeriformes, a felosa-do-mato, a estrelinha-real, a trepadeira-azul, a carriça e o chapim-real, entre outros. Nas linhas de água surge o melro-d'água, ocorrendo também a lontra e a toupeira-d'água, enquanto que nos solos mais pobres se podem observar rabirruivos, a petinha-dos-campos e o melro-das-rochas. O coelho e a raposa são os mamíferos de maior porte hoje em dia presentes na zona serrana, enquanto nas linhas de água se podem encontrar trutas, bogas, escalos e barbos. No Alvão, os animais domésticos, nomeadamente o gado, assumem particular importância, pois representam um poderoso elemento organizador da vida económica e social. A cabra representa o essencial do efetivo pecuário, chegando, em Lamas de Olo, no Ermelo e em Fervença, a atingir a quase totalidade das cabeças de rebanho. Alimentando-se de espécies vegetais espontâneas e adaptada às condições adversas da montanha, as cabras são uma nota permanente nos extensos baldios da zona serrana.
Para além da cabra, o boi-maronês é característico dos planaltos do Alvão, entre o Tâmega e o Vale de Aguiar.
A paisagem do Alvão lembra o Entre Douro e Minho, quer na arquitetura quer na presença de espigueiros, na cultura do milho e da vinha-de-forcados. Oliveiras, espécies frutícolas e pastos para o gado completam um quadro que se assemelha à policultura do Noroeste.
Do Minhéu, a norte, até aos Padrões da Teixeira, a sul, alonga-se o conjunto montanhoso constituído pelas serras do Marão e do Alvão, meia centena de quilómetros de penedos que se estendem de nordeste para sudoeste e cujas linhas de cumeada nunca descem dos 900 m de altitude. Fronteira orográfica, mas também uma fronteira climática em que se alicerça parte importante da distinção que se faz entre um norte de feição atlântica e a continentalidade que se associa às regiões transmontanas. Do Gerês ao Marão, ergue-se a Barreira de Condensação, que representa um obstáculo para os ventos húmidos vindos do Atlântico. As águas do rio Olo percorrem toda a vertente oeste da serra. O Alvão leva o rio para sudoeste, através de um trajeto irregular e as suas águas deixam o Parque a jusante de Ermelo, descrevendo uma apertada curva para norte, a caminho do Tâmega. O Olo nasce a 1250 m de altitude e, no seu troço inicial, corre num vale relativamente largo, alimentado por inúmeras linhas de água de carácter torrencial e sempre acompanhado pelas cristas mais elevadas da serra do Alvão. Depois de atravessar a bacia de Lamas de Olo, o rio flete para noroeste. Mais adiante, o vale torna-se mais apertado, sendo parte das águas capturada acima das Fisgas do Ermelo e desviadas para a ribeira da Fervença. Mais para jusante, o Olo correndo em vale encaixado, segue para sudoeste, abandonando o Alvão, depois de percorrida boa metade do seu curso. O rio explica o relevo, já que o seu leito conduz através do essencial da morfologia do Alvão: zona montanhosa e planáltica, acima dos 1000 m de altitude, onde nascem as principais linhas de água e limite sudoeste da bacia do Tâmega; a zona de transição, com vales apertados e quedas de água; e a zona basal, em que sobressai o vale bastante aplanado do Ermelo, com altitudes na ordem dos 400 metros. O Alto das Caravelas (1339 m), ponto culminante do Alvão, situa-se no limite oriental do Parque Natural, fazendo parte da escarpa rochosa com que o planalto se precipita sobre os vales do Corgo e do Cabril.
No que diz respeito à flora, carvalhos e vidoeiros representam uma área coberta pouco importante em termos de superfície, possuindo, no entanto, um valor quer ecológico quer paisagístico muito importante. As áreas ocupadas por resinosas - pinheiro-bravo, pinheiro-silvestre, pinheiro-larício, pseudotsuga -, em povoamentos contínuos ou dispersos, representam outro tipo de coberto arbóreo visível no Parque Natural. Para além das áreas arborizadas e dos inúmeros afloramentos rochosos, a serra do Alvão caracteriza-se pela presença de extensas áreas de incultos, em que se incluem as zonas de pastoreio, cobertas no essencial por gramíneas espontâneas, e os matos. Estes últimos, povoados por estevas, giestas e sargaços, tojos, urzes e carquejas, representam formações arbustivas cuja importância é frequentemente negligenciada. Os matos são também alimento e cama para o gado, fertilizantes do solo após mistura com os excrementos dos animais, combustível para os homens, suporte essencial da atividade apícola, elemento importante no combate à erosão e na regularização do regime hídrico. No respeitante à fauna, as falésias e escarpas abrigam falcões e andorinhas-das-rochas, nos matos imperam os passeriformes, a felosa-do-mato, a estrelinha-real, a trepadeira-azul, a carriça e o chapim-real, entre outros. Nas linhas de água surge o melro-d'água, ocorrendo também a lontra e a toupeira-d'água, enquanto que nos solos mais pobres se podem observar rabirruivos, a petinha-dos-campos e o melro-das-rochas. O coelho e a raposa são os mamíferos de maior porte hoje em dia presentes na zona serrana, enquanto nas linhas de água se podem encontrar trutas, bogas, escalos e barbos. No Alvão, os animais domésticos, nomeadamente o gado, assumem particular importância, pois representam um poderoso elemento organizador da vida económica e social. A cabra representa o essencial do efetivo pecuário, chegando, em Lamas de Olo, no Ermelo e em Fervença, a atingir a quase totalidade das cabeças de rebanho. Alimentando-se de espécies vegetais espontâneas e adaptada às condições adversas da montanha, as cabras são uma nota permanente nos extensos baldios da zona serrana.
Para além da cabra, o boi-maronês é característico dos planaltos do Alvão, entre o Tâmega e o Vale de Aguiar.
A paisagem do Alvão lembra o Entre Douro e Minho, quer na arquitetura quer na presença de espigueiros, na cultura do milho e da vinha-de-forcados. Oliveiras, espécies frutícolas e pastos para o gado completam um quadro que se assemelha à policultura do Noroeste.
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Como referenciar
Porto Editora – Parque Natural do Alvão na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-03 17:27:40]. Disponível em
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