Parque Natural Litoral Norte (Esposende)
Parque Natural Litoral Norte desde 2005, foi outrora Área de Paisagem Protegida do Litoral de Esposende (APPLE), criada a 17 de novembro de 1987, segundo o Decreto-Lei 357/87, e ocupando uma área de 476 hectares. A orla marítima compreendida entre a foz do Neiva e a povoação da Apúlia - o litoral de Esposende - é constituída por um cordão de praias e dunas, de grande instabilidade e risco de erosão, ao qual se associam rochedos costeiros, os estuários dos rios Cávado e Neiva, manchas de pinhal, paisagens rurais e vários aglomerados populacionais.
Estas areias do litoral minhoto foram colonizadas graças ao sargaço e ao pilado extraídos das águas do mar e empregues como adubo.
Cavando a terra ou recolhendo algas e crustáceos, os camponeses e pescadores do litoral trouxeram à cultura areais dantes estéreis e despovoados, onde progressivamente se foram erguendo as casas e fazendo os lugares. São Bartolomeu do Mar, a sul da foz do Neiva, Marinhas, Esposende e a costa de Fão, a Gramadoira, Sedovem e finalmente a Apúlia são outros tantos locais em que, até um passado quase presente, se praticava a apanha de algas marinhas.
Associados a toda esta atividade marinha estavam os campos em "maceiras" ou "gamela", escavados alguns metros até ao nível da toalha freática, de modo a criarem-se as condições microclimáticas que possibilitassem, com a incorporação de adubo marinho, uma policultura intensiva. Hoje em dia, a costa do sargaço e do pilado deixou de o ser; o litoral de Esposende está voltado para um turismo que tira partido da presença do mar, das areias das praias, das dunas, das matas e das serranias próximas.
Tudo começa nas dunas que constituem uma faixa contínua e estão particularmente desenvolvidas nas zonas de Fão e da Apúlia, povoadas por espécies vegetais comuns a outras zonas costeiras do litoral português. Assim, na zona pré-dunar surgem a eruca-marítima e o cardo marítimo, a duna, o estorno, o cordeiro-da-praia e a soldanela. Na depressão subsequente à duna primária surgem algumas espécies precursoras do mato, como o saganho-mouro. Entretanto, a introdução do chorão e da acácia elimina ou faz perigar a vegetação natural. Na proximidade das dunas, na sua retaguarda, surgem os povoamentos de pinheiro-bravo, semeados a fim de fixarem as areias.
O cordão litoral representa, para além de um valor ecológico, abrigo para um determinado número de espécies animais e vegetais que dele dependem e um elemento de proteção, quer em relação às águas do mar, quer, resguardando-os do vento, dos diversos ecossistemas interiores, nomeadamente os campos cultivados.
Neste contexto, a vegetação dunar desempenha um papel fundamental, na medida em que representa o melhor estabilizador das areias litorais, daí decorrendo boa parte da importância da sua conservação. Estabelecendo a ligação entre os sistemas dunares a norte e a sul do rio Cávado, estende-se o estuário deste rio, que, juntamente com o do Neiva, de menores dimensões, desempenha um papel importante na manutenção do equilíbrio ecológico da área. Os sapais contribuem de forma importante para tal fim, devido à diversidade de funções que desempenham. No Cávado e no Neiva encontram abrigo variadas espécies animais, pertencentes quer à fauna ictiológica - lampreia, salmão, truta marisca, sável e enguia - quer à avifauna - pato-real e andorinha-do-mar. Devido, por um lado, às ondas e correntes e aos ventos e, por outro, à exploração de areia nas praias, nos estuários e nos canais, à construção de defesas nas praias e à construção de estruturas no cordão litoral, tem-se verificado que este último se tem vindo a reduzir. A arriba de Ofir e os esporões construídos junto à foz do Cávado, em Pedrinhas e na Apúlia, representam outros tantos obstáculos artificiais cujas consequências são já visíveis.
Estas areias do litoral minhoto foram colonizadas graças ao sargaço e ao pilado extraídos das águas do mar e empregues como adubo.
Cavando a terra ou recolhendo algas e crustáceos, os camponeses e pescadores do litoral trouxeram à cultura areais dantes estéreis e despovoados, onde progressivamente se foram erguendo as casas e fazendo os lugares. São Bartolomeu do Mar, a sul da foz do Neiva, Marinhas, Esposende e a costa de Fão, a Gramadoira, Sedovem e finalmente a Apúlia são outros tantos locais em que, até um passado quase presente, se praticava a apanha de algas marinhas.
Tudo começa nas dunas que constituem uma faixa contínua e estão particularmente desenvolvidas nas zonas de Fão e da Apúlia, povoadas por espécies vegetais comuns a outras zonas costeiras do litoral português. Assim, na zona pré-dunar surgem a eruca-marítima e o cardo marítimo, a duna, o estorno, o cordeiro-da-praia e a soldanela. Na depressão subsequente à duna primária surgem algumas espécies precursoras do mato, como o saganho-mouro. Entretanto, a introdução do chorão e da acácia elimina ou faz perigar a vegetação natural. Na proximidade das dunas, na sua retaguarda, surgem os povoamentos de pinheiro-bravo, semeados a fim de fixarem as areias.
O cordão litoral representa, para além de um valor ecológico, abrigo para um determinado número de espécies animais e vegetais que dele dependem e um elemento de proteção, quer em relação às águas do mar, quer, resguardando-os do vento, dos diversos ecossistemas interiores, nomeadamente os campos cultivados.
Neste contexto, a vegetação dunar desempenha um papel fundamental, na medida em que representa o melhor estabilizador das areias litorais, daí decorrendo boa parte da importância da sua conservação. Estabelecendo a ligação entre os sistemas dunares a norte e a sul do rio Cávado, estende-se o estuário deste rio, que, juntamente com o do Neiva, de menores dimensões, desempenha um papel importante na manutenção do equilíbrio ecológico da área. Os sapais contribuem de forma importante para tal fim, devido à diversidade de funções que desempenham. No Cávado e no Neiva encontram abrigo variadas espécies animais, pertencentes quer à fauna ictiológica - lampreia, salmão, truta marisca, sável e enguia - quer à avifauna - pato-real e andorinha-do-mar. Devido, por um lado, às ondas e correntes e aos ventos e, por outro, à exploração de areia nas praias, nos estuários e nos canais, à construção de defesas nas praias e à construção de estruturas no cordão litoral, tem-se verificado que este último se tem vindo a reduzir. A arriba de Ofir e os esporões construídos junto à foz do Cávado, em Pedrinhas e na Apúlia, representam outros tantos obstáculos artificiais cujas consequências são já visíveis.
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Como referenciar
Porto Editora – Parque Natural Litoral Norte (Esposende) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-17 21:55:03]. Disponível em
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