Paz de Soria
Sancho VI, rei de Pamplona e primeiro de Navarra entre 1150 e 1194, teve nos seus primeiros anos de reinado tempos difíceis, principalmente devido às lutas constantes com Castelhanos e Aragoneses, os grandes reinos vizinhos, unidos pelo pacto de Tudela em 1151 com o objetivo de partilhar o território navarro. Sanco VI, cognominado de O Sábio, conseguiu afastar as pretensões castelhanas ao casar sua irmã, Branca de Navarra, com Sancho III de Castela. Para dar continuidade a esta situação de paz, reuniram-se os dois soberanos, Sancho VI de Navarra e Afonso VII, a 2 de junho de 1153 na cidade de Soria. Combinou-se então também o casamento de Sancho VI com Sancha, filha de Afonso VII e irmã de Sancho III, matrimónio que se concretizaria apenas em 1157. O rei de navarra teve, em contrapartida, que ceder a este alguns territórios em Navarra, como Olite e Artajona, os quais se conservariam sob jugo castelhano até 1158, quando se resolveram todos os problemas pendentes entre os dois reinos. Acabava assim a vassalagem exigida pelos Castelhanos aos monarcas navarros, em vigor desde 1134, então imposta por Afonso VII de Castela.
O matrimónio de Sancho VI com Sancha de Castela é pois o episódio-chave do tratado de Soria que conduziu à paz e evitou não apenas uma eventual guerra como também uma inevitável divisão do reino de Navarra. Neste tratado de paz de Soria também se deu a doação de bens e património por parte de Afonso VII de Leão-Castela e Toledo (primo de D. Afonso Henriques) ao mosteiro cisterciense de Santa Maria de Fitero. O mesmo soberano armou ainda cavaleiro ao rei Sancho, fazendo "a paz com ele". Todavia, o acordo de Soria escondia duas realidades a ter em conta no futuro: o reconhecimento da vassalagem de Navarra a Afonso VII, chamado então de imperador; a cedência a Sancho III, herdeiro daquele, das terras de Artajona, Larraga e Cebror, no centro de Navarra. Criava-se assim um enclave castelhano no meio do reino de Navarra, que logo em 1156 gerou protestos por parte dos navarros. Simultaneamente, Castelhanos e Aragoneses voltaram a aliar-se.
Em virtude do acordo de casamento com Sancha, Sancho VI teve que proceder a iniciativas de paz, apesar de ter sido obrigado, ao abrigo das cláusulas de 1153 relativas ao enlace matrimonial, a reconhecer a suserania de Castela sobre Artajona. Nesse mesmo ano de 1157 morreu Afonso VII, sucedendo-lhe o filho, Sancho III (1157-58), tendo que Sancho VI de Navarra reafirmar a vassalagem prometida em Soria em 1153, na mesma cidade, renovando-se o tratado. Em 1158 as terras sob dependência castelhana no interior de Navarra voltaram à jurisdição navarra, terminando aqui a vassalagem de Navarra a Castela. Em Soria, em 1179, um novo acordo seria firmado entre Sancho VI de Navarra e Afonso VIII de Castela (1158-1214), herdeiro de Sancho III, com Navarra a ceder o senhorio de algumas praças e Castela, que impõe a sua preponderância política e senhorial naquele reino.
Em Soria reuniram-se ainda, em 1164, o rei de Leão, Fernando II e representantes da família Lara, fações em contenda havia vários anos: além da paz, uniram esforços para proteger Toledo das tropas muçulmanas. Soria ainda estaria novamente no trilho da paz entre Castela, Aragão e Navarra. Com efeito, face às pretensões de Afonso X de Castela ao trono de Navarra, ocupado por Teobaldo II (1253-1270), este soberano, ainda jovem, pediu apoio a Jaime I de Aragão, o qual conseguiu que se viesse a assinar um acordo de paz entre Navarra e Castela precisamente em Soria, no ano de 1256.
O matrimónio de Sancho VI com Sancha de Castela é pois o episódio-chave do tratado de Soria que conduziu à paz e evitou não apenas uma eventual guerra como também uma inevitável divisão do reino de Navarra. Neste tratado de paz de Soria também se deu a doação de bens e património por parte de Afonso VII de Leão-Castela e Toledo (primo de D. Afonso Henriques) ao mosteiro cisterciense de Santa Maria de Fitero. O mesmo soberano armou ainda cavaleiro ao rei Sancho, fazendo "a paz com ele". Todavia, o acordo de Soria escondia duas realidades a ter em conta no futuro: o reconhecimento da vassalagem de Navarra a Afonso VII, chamado então de imperador; a cedência a Sancho III, herdeiro daquele, das terras de Artajona, Larraga e Cebror, no centro de Navarra. Criava-se assim um enclave castelhano no meio do reino de Navarra, que logo em 1156 gerou protestos por parte dos navarros. Simultaneamente, Castelhanos e Aragoneses voltaram a aliar-se.
Em virtude do acordo de casamento com Sancha, Sancho VI teve que proceder a iniciativas de paz, apesar de ter sido obrigado, ao abrigo das cláusulas de 1153 relativas ao enlace matrimonial, a reconhecer a suserania de Castela sobre Artajona. Nesse mesmo ano de 1157 morreu Afonso VII, sucedendo-lhe o filho, Sancho III (1157-58), tendo que Sancho VI de Navarra reafirmar a vassalagem prometida em Soria em 1153, na mesma cidade, renovando-se o tratado. Em 1158 as terras sob dependência castelhana no interior de Navarra voltaram à jurisdição navarra, terminando aqui a vassalagem de Navarra a Castela. Em Soria, em 1179, um novo acordo seria firmado entre Sancho VI de Navarra e Afonso VIII de Castela (1158-1214), herdeiro de Sancho III, com Navarra a ceder o senhorio de algumas praças e Castela, que impõe a sua preponderância política e senhorial naquele reino.
Em Soria reuniram-se ainda, em 1164, o rei de Leão, Fernando II e representantes da família Lara, fações em contenda havia vários anos: além da paz, uniram esforços para proteger Toledo das tropas muçulmanas. Soria ainda estaria novamente no trilho da paz entre Castela, Aragão e Navarra. Com efeito, face às pretensões de Afonso X de Castela ao trono de Navarra, ocupado por Teobaldo II (1253-1270), este soberano, ainda jovem, pediu apoio a Jaime I de Aragão, o qual conseguiu que se viesse a assinar um acordo de paz entre Navarra e Castela precisamente em Soria, no ano de 1256.
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Como referenciar
Porto Editora – Paz de Soria na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-10 12:16:38]. Disponível em
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