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Pogrom
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A palavra é de origem russa, formada a partir do prefixo pô, inteiramente, e gromiti, destruir, e designa os movimentos populares antijudaicos, acompanhados de pilhagens e assassinatos.
Porém, existiram movimentos similares ao longo da Idade Média. De facto, a Primeira Cruzada propiciou a explosão do antissemitismo na Europa. Mais de 50 000 judeus são mortos na Alemanha e Europa Central, entre 1096-98.
Os Judeus eram considerados diferentes dos Cristãos. Para mais, os seus "irmãos" do Levante apoiaram os Turcos seljúcidas na Terra Santa na perseguição aos Cristãos. Na Cruzada, vasto movimento cristão, não havia, pois, lugar para os Judeus, que eram acusados de não ter salvo Cristo, não lhe reconhecendo divindade de forma a libertar-lhe o sepulcro.
Os movimentos pauperísticos, de purificação enfim, desde o século XII animaram a Europa, daí resultando um processo de exclusão dos Judeus, que ficam à mercê das vinganças dos Cristãos: antes de irem para a Terra Santa, atacavam-nos devido aos motivos anteriormente expostos. Julgavam também, ao persegui-los, estar a purificar a sociedade cristã de uma presença estrangeira "maligna". Matanças antijudaicas acontecem na Alemanha (1147), na França e Inglaterra (1189-90).
Os primeiros pogroms aconteceram na Renânia, de forma violenta, repetindo-se muitas vezes e alastrando rapidamente. Por outro lado, a polémica anti-judaica provocou medidas legais de discriminação. Filipe, o Belo, foi o primeiro, em 1294, a manifestar-se contra os judeus de Beaucaire. O IV Concílio de Latrão imporá também aos Judeus um hábito distintivo dos Cristãos. Serão ainda excluídos da posse de propriedades fundiárias e de diversos ofícios, não podendo exercer funções de autoridade e de cavalaria. Por outro lado, a riqueza que possuíam aumentava a animosidade cristã. Expulsões são levadas a cabo na França (1182, 1306, 1394), na Inglaterra (1210, 1290), mais matanças na França (1320) e Alemanha (1336), perseguições, expulsões e matanças também em Espanha (1391, 1412 e fins do séc. XV e meados do séc-XVI), aliás como em Portugal durante estes dois séculos. No século XVII (1648-1658), cerca de 20 000 Judeus são mortos nos Países Bálticos. Procuravam proteção e asilo no Império Otomano e de certo modo em Itália, pois financiavam o Papa e muitos senhores.
Apesar de tudo, estes movimentos de perseguição, expulsão e matança de judeus só tomam a designação de Pogroms no século XIX, sendo muito frequentes entre 1881 e 1921, na Rússia de Alexandre III, onde o nacionalismo crescente e o proselitismo ortodoxo, apoiados pela propaganda deste czar russo e do seu filho Nicolau II.
O 1.º Pogrom acontece entre 1881-84, depois do assassinato do czar Alexandre II. Uma vaga antissemita percorre, então, a Rússia, a Ucrânia e a Polónia, e cidades como Rostov (1883) e Nijni-Novgorod, conduzida por camponeses, operários e população urbana. Alexandre III promove igualmente a discriminação em termos de direitos políticos e económica e socialmente.
O 2.º Pogrom dá-se entre 1903-1906, durante a crise revolucionária. Esta 2.ª vaga foi orquestrada pela polícia secreta e pelos "Centúrias Negras", uma sociedade conservadora. Também a Imprensa acusa os Judeus de serem responsáveis pelo movimento revolucionário. Partiu da Moldávia (Kishived), causando 45 mortos, mais de 1500 casas e negócios destruídos. Atinge mais de 600 localidades, principalmente naquela república e na Ucrânia.
O 3.º Pogrom ocorre entre 1917-1921, durante a Revolução e a Guerra Civil. Massacram-se mais de 60 000 judeus, num movimento essencialmente dirigido por soldados dos exércitos que cruzavam a Ucrânia.
Apenas com a consolidação do poder soviético é que cessam os ataques aos judeus.
Durante o regime estalinista, muitos serão deslocados para a Ásia oriental soviética (Amur) ou mesmo deportados e aniquilados.
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Porto Editora – Pogrom na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-08 02:08:04]. Disponível em
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