Política de Armamento
Com o surgimento da bomba nuclear iniciou-se uma autêntica corrida ao armamento por parte das duas maiores potências da altura: os Estados Unidos e a União Soviética. Nos Estados Unidos a urgência do desenvolvimento desta tecnologia tornou-se premente após a carta (1939) de Albert Einstein endereçada a Franklin Roosevelt, que expressava o receio do cientista pelo facto de os soviéticos poderem progredir mais rapidamente neste sentido, utilizando então a bomba atómica contra a América do Norte. Surgiu assim, em 1942, o Projeto Manhattan, para o desenvolvimento da bomba atómica, e logo em 1945 a primeira foi testada no Novo México (deserto de Alamogordo) e lançada em Hiroshima e Nagasaki. O início da Guerra Fria, com o propósito de combate sem tréguas ao comunismo pelo presidente americano Harry Truman (a chamada "Doutrina Truman") e a criação da NATO, por oposição ao bloco comunista, acentuaram a necessidade de armamento e estabelecimento de bases militares estratégicas (equipadas sobretudo com mísseis). Em 1949 seria a vez da União Soviética testar a sua primeira bomba atómica, tendo-se dado no mesmo ano a implantação do socialismo na China por Mao Zedong. Esta conjuntura preocupou as potências anti-comunistas, que redobraram o armamento dos seus postos na zona do Sudeste asiático com o intuito de tentar impedir o alastramento comunista a estes territórios. Com o conflito da Coreia (1950-1953), em que a parte norte deste país, de cariz soviético, invadiu a parte sul, pró-americana, os conflitos passaram a travar-se abertamente, o que levou a uma produção maciça de armas pela América do Norte (com o apoio da ONU) para emprego das mesmas na guerra. Em maio de 1955 celebrou-se o Pacto de Varsóvia, por oposição à NATO, e, tal como o bloco ocidental, as nações participantes neste Pacto apetrecharam de mísseis as suas bases militares. Estes, dois anos depois, eram já de elevada precisão e longo alcance, por mão da União Soviética, que inovou igualmente no lançamento para a órbita terrestre dos satélites "Sputnik" 1 e 2 por meio de foguete (o que significa que estes foguetes teriam igualmente a possibilidade de conter ogivas nucleares) e assim conseguiu uma larga vantagem em relação ao Ocidente. Agravou-se a preocupação com a ostentação dos mísseis táticos ou mísseis nucleares de curto alcance nos desfiles da celebração do 40.º ano da Revolução Russa, em Moscovo, indicando claramente desafio e ameaça ao bloco ocidental. No ano seguinte, os Estados Unidos retorquiram colocando em órbita o satélite "Explorer" e criando a NASA (National Aeronautics and Space Administration), vocacionada para a investigação no campo da aeronáutica. Com o acelerar da competição, foram-se concebendo mísseis antibalísticos, plataformas fixas e móveis para lançamento de mísseis, bases subterrâneas, bombas com maior potência e foguetes que atingissem maior velocidade. Todo este aparato balístico, segundo alguns analistas, destinava-se em grande parte a evitar o confronto direto, contando que surgiriam fortes pressões neste sentido por parte dos países que se situassem nas rotas de colisão dos mísseis. Este confronto tornou-se mais real quando a União Soviética planeou em 1962 a instalação de mísseis em Cuba, tendo contudo desistido deste propósito após o alerta de contra-ataque do presidente John Kennedy. Entretanto, a China fez as primeiras experiências no campo da bomba atómica em 1964, a par do Reino Unido e da França.
Os Estados Unidos, a URSS e Inglaterra, entre outros países (47, ao todo), assinaram o "Tratado de não proliferação de armas atómicas" em 1968, tendo-se mantido fora deste acordo a França e a China. No ano seguinte, foi assinado pela URSS e pelos Estados Unidos o Acordo SALT (Strategic Arms Limitation Talks) I, que fixava o número de mísseis intercontinentais (ICBM), de lançadores de mísseis em submarinos e colocava um limite à construção de armamentos estratégicos, além de desencorajar vivamente o emprego de sistemas anti-mísseis. Estes acordos tiveram como finalidade a não deflagração de uma guerra, anulando os respetivos armamentos. Outros acordos, como o SALT II (1979, que confirmava o decidido no I do mesmo nome), o START I (Strategic Arms Reduction Talks, 1982, que pretendia reduzir para 50% o número de ICBM) não impediram que a tecnologia balística progredisse velozmente. A febre do armamento, sobretudo do nuclear, fez com que os países mais desenvolvidos se equipassem com armas atómicas e os menos desenvolvidos com as armas mais avançadas que conseguiam adquirir, esgotando os seus recursos neste processo e contribuindo para a miséria da própria nação. Contudo, a partir de 1985 os diferentes países foram chegando a acordos para a redução e não utilização dos arsenais de que dispunham, em parte devido a problemas internos que exigiam um redireccionamento de capital.
Os Estados Unidos, a URSS e Inglaterra, entre outros países (47, ao todo), assinaram o "Tratado de não proliferação de armas atómicas" em 1968, tendo-se mantido fora deste acordo a França e a China. No ano seguinte, foi assinado pela URSS e pelos Estados Unidos o Acordo SALT (Strategic Arms Limitation Talks) I, que fixava o número de mísseis intercontinentais (ICBM), de lançadores de mísseis em submarinos e colocava um limite à construção de armamentos estratégicos, além de desencorajar vivamente o emprego de sistemas anti-mísseis. Estes acordos tiveram como finalidade a não deflagração de uma guerra, anulando os respetivos armamentos. Outros acordos, como o SALT II (1979, que confirmava o decidido no I do mesmo nome), o START I (Strategic Arms Reduction Talks, 1982, que pretendia reduzir para 50% o número de ICBM) não impediram que a tecnologia balística progredisse velozmente. A febre do armamento, sobretudo do nuclear, fez com que os países mais desenvolvidos se equipassem com armas atómicas e os menos desenvolvidos com as armas mais avançadas que conseguiam adquirir, esgotando os seus recursos neste processo e contribuindo para a miséria da própria nação. Contudo, a partir de 1985 os diferentes países foram chegando a acordos para a redução e não utilização dos arsenais de que dispunham, em parte devido a problemas internos que exigiam um redireccionamento de capital.
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Porto Editora – Política de Armamento na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-30 21:29:00]. Disponível em
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