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Quotidiano de Roma
A antiga cidade de Roma era caracterizada, acima de tudo, pela sua austeridade, disciplina, fidelidade dos costumes e tradições. A dedicação à pátria e a consciência de uma hierarquia que subordinava o indivíduo a diferentes grupos sociais, e estes a outros, eram características muito comuns em Roma.
O indivíduo só tinha importância quando integrado no grupo.
A vida privada dos romanos tinha, no entanto, má reputação: orgias, festins, banquetes, etc. A cidade de Roma funcionava como centro político, cultural e comercial, ainda que os cidadãos respeitáveis de alta estirpe nela não tivessem morada permanente. O seu quotidiano desenrola-se nos arredores, nas suas quintas. É no cultivo dos campos que muitos jovens romanos adquirem a sua forma física para os futuros combates. A terra era propriedade de um clã (gens).
A família compreendia não só o pai e a mãe, mas também os filhos casados e seus descendentes. O pai detinha a autoridade, exercendo sobre os filhos o direito de vida e de morte, podendo repudiar a mulher e até condená-la à morte.
Quanto ao enterramento, os Romanos praticavam dois tipos de ritos funerários: a cremação e a inumação mas a primeira era a mais frequente. Os enterros eram feitos sempre fora das muralhas que limitavam a cidade e os sepulcros eram edificados em locais onde pudessem ser vistos pelos vivos.
Por volta do século III a. C., os Romanos de alta estirpe já não trabalhavam no campo, sendo esta tarefa levada a cabo por servos, a quem, no entanto, por vezes pagavam.
A direção da exploração agrícola era da responsabilidade de um feitor dependente, representante do senhor.
Para os romanos das cidades o dia a dia começava muito cedo.
Tomavam geralmente um pequeno-almoço composto por uma refeição fria de pão, leite, fruta e queijo. Mais tarde, o senador ou patrono, acompanhado pelos seus clientes (dependentes), que eram ajudados pelos primeiros, dirigia-se ao forum ou à curia. Se houvesse alguma sessão no Senado, o patrono participava nos debates.
Sempre que podia, o romano regressava a casa por volta do meio-dia, altura de tomar a sua segunda refeição, quente. No verão entregava-se aos prazeres de uma pequena sesta. Se não tivesse assuntos urgentes a tratar, as últimas horas do dia passava-as a conversar no forum ou no Campo de Marte, um local essencialmente militar. A refeição principal, a cena ou jantar, era tomada já com a noite. Nesta refeição, os romanos foram muito influenciados pela tradição etrusca. Comiam deitados e as mulheres nem sempre participavam (sentavam-se para comer, tal como as crianças). Os escravos serviam os convivas, substituindo os pratos para os diferentes serviços, num frenesim incansável. Mas nem todos os dias havia uma cena sumptuosa. As refeições eram, geralmente, familiares e rápidas. Normalmente, os romanos não se deitavam muito tarde.
Na vida quotidiana dos romanos, os jogos assumiam um papel muito importante. Na sua origem, os jogos eram cerimónias sagradas com o intuito de divertir os deuses. Os jogos mais antigos eram as corridas de cavalos, que decorriam no circo máximo. O cavalo que vencia era sacrificado e o seu sangue servia para purificações rituais que asseguravam a fecundidade da terra e do povo. O espetáculo vinha por acréscimo.
As procissões que estão na origem das representações teatrais também tinham o mesmo fim. Os próprios combates dos gladiadores foram introduzidos, por exemplo, nos jogos fúnebres. No início do século II a. C. surgem os espetáculos de feras e, depois, os que misturavam animais e seres humanos.
A educação também assumia particular importância nos jovens: eram-lhes ensinadas a escrita e a leitura por um pedagogo, geralmente um grego culto. É a estes que se deve a aculturação rápida dos costumes gregos de pensamento e de vida. O jovem, principalmente o de origem nobre era, assim, instruído sobre os melhores modelos a seguir. O professor tinha como objetivo a formação de grandes oradores para os debates no forum. Estava-lhe, assim, imposta também a instrução jurídica e a cultura em geral. De vital importância para o dia a dia dos romanos eram as termas ou banhos públicos. Estas, para além da sua função na higiene pessoal, funcionavam como verdadeiros centros sociais e lúdicos. Para além dos banhos propriamente ditos, as termas possuíam ainda jardins, ginásios, biblioteca, teatro, etc., oferecendo aos romanos a possibilidade de um completo centro de saúde, relaxe e convívio. Todavia, a vida quotidiana dos habitantes de Roma desenrolava-se segundo leis e a um ritmo que lhes eram característicos.
Nas restantes cidades do Império, a vida era diferente, sem tantos vícios ou ociosidade como na capital.
Trabalhar em Roma significava, devido aos gostos dos imperadores e aos inúmeros jogos, uma maior liberdade e ócio do que nas províncias - Roma não deixou de ser um modelo ideal para todo o Império.
O indivíduo só tinha importância quando integrado no grupo.
A vida privada dos romanos tinha, no entanto, má reputação: orgias, festins, banquetes, etc. A cidade de Roma funcionava como centro político, cultural e comercial, ainda que os cidadãos respeitáveis de alta estirpe nela não tivessem morada permanente. O seu quotidiano desenrola-se nos arredores, nas suas quintas. É no cultivo dos campos que muitos jovens romanos adquirem a sua forma física para os futuros combates. A terra era propriedade de um clã (gens).
A família compreendia não só o pai e a mãe, mas também os filhos casados e seus descendentes. O pai detinha a autoridade, exercendo sobre os filhos o direito de vida e de morte, podendo repudiar a mulher e até condená-la à morte.
Quanto ao enterramento, os Romanos praticavam dois tipos de ritos funerários: a cremação e a inumação mas a primeira era a mais frequente. Os enterros eram feitos sempre fora das muralhas que limitavam a cidade e os sepulcros eram edificados em locais onde pudessem ser vistos pelos vivos.
Por volta do século III a. C., os Romanos de alta estirpe já não trabalhavam no campo, sendo esta tarefa levada a cabo por servos, a quem, no entanto, por vezes pagavam.
A direção da exploração agrícola era da responsabilidade de um feitor dependente, representante do senhor.
Tomavam geralmente um pequeno-almoço composto por uma refeição fria de pão, leite, fruta e queijo. Mais tarde, o senador ou patrono, acompanhado pelos seus clientes (dependentes), que eram ajudados pelos primeiros, dirigia-se ao forum ou à curia. Se houvesse alguma sessão no Senado, o patrono participava nos debates.
Sempre que podia, o romano regressava a casa por volta do meio-dia, altura de tomar a sua segunda refeição, quente. No verão entregava-se aos prazeres de uma pequena sesta. Se não tivesse assuntos urgentes a tratar, as últimas horas do dia passava-as a conversar no forum ou no Campo de Marte, um local essencialmente militar. A refeição principal, a cena ou jantar, era tomada já com a noite. Nesta refeição, os romanos foram muito influenciados pela tradição etrusca. Comiam deitados e as mulheres nem sempre participavam (sentavam-se para comer, tal como as crianças). Os escravos serviam os convivas, substituindo os pratos para os diferentes serviços, num frenesim incansável. Mas nem todos os dias havia uma cena sumptuosa. As refeições eram, geralmente, familiares e rápidas. Normalmente, os romanos não se deitavam muito tarde.
Na vida quotidiana dos romanos, os jogos assumiam um papel muito importante. Na sua origem, os jogos eram cerimónias sagradas com o intuito de divertir os deuses. Os jogos mais antigos eram as corridas de cavalos, que decorriam no circo máximo. O cavalo que vencia era sacrificado e o seu sangue servia para purificações rituais que asseguravam a fecundidade da terra e do povo. O espetáculo vinha por acréscimo.
As procissões que estão na origem das representações teatrais também tinham o mesmo fim. Os próprios combates dos gladiadores foram introduzidos, por exemplo, nos jogos fúnebres. No início do século II a. C. surgem os espetáculos de feras e, depois, os que misturavam animais e seres humanos.
A educação também assumia particular importância nos jovens: eram-lhes ensinadas a escrita e a leitura por um pedagogo, geralmente um grego culto. É a estes que se deve a aculturação rápida dos costumes gregos de pensamento e de vida. O jovem, principalmente o de origem nobre era, assim, instruído sobre os melhores modelos a seguir. O professor tinha como objetivo a formação de grandes oradores para os debates no forum. Estava-lhe, assim, imposta também a instrução jurídica e a cultura em geral. De vital importância para o dia a dia dos romanos eram as termas ou banhos públicos. Estas, para além da sua função na higiene pessoal, funcionavam como verdadeiros centros sociais e lúdicos. Para além dos banhos propriamente ditos, as termas possuíam ainda jardins, ginásios, biblioteca, teatro, etc., oferecendo aos romanos a possibilidade de um completo centro de saúde, relaxe e convívio. Todavia, a vida quotidiana dos habitantes de Roma desenrolava-se segundo leis e a um ritmo que lhes eram característicos.
Nas restantes cidades do Império, a vida era diferente, sem tantos vícios ou ociosidade como na capital.
Trabalhar em Roma significava, devido aos gostos dos imperadores e aos inúmeros jogos, uma maior liberdade e ócio do que nas províncias - Roma não deixou de ser um modelo ideal para todo o Império.
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Como referenciar
Porto Editora – Quotidiano de Roma na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-01-23 16:02:47]. Disponível em
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