Reinos Islâmicos de África
No final da Idade Média, durante o período dos grandes impérios sudaneses, o modo de vida dos grupos sociais mais baixos, pastores e pescadores, decorreu de forma praticamente inalterada. As importações de bens, nomeadamente de artigos de luxo, eram apanágio, quase exclusivo, das classes dirigentes; os camponeses desenvolviam uma economia de subsistência, e estavam sujeitos a periódicas recolhas de impostos e a razias ocasionais que reduziam muitos deles à escravatura. O Islamismo encontrava-se mais divulgado nas zonas urbanas, era a religião de alguns governantes e de imigrantes estrangeiros. Contudo, pelos finais do século XV, os nómadas árabes Kunta começaram a estabelecer os primeiros contactos e, em meados do século XVI, a irmandade Qadiriyya, à qual pertenciam os Kunta, começou a espalhar o islamismo pelo Sudão ocidental. Por essa mesma época, os Fulani, povo de pastores nómadas, avançavam a pouco e pouco para leste, para a região de Futa Toro no Senegal, convertendo muita gente à fé islâmica.
É também durante esta altura que ocorre uma transformação estrutural no que diz respeito à expansão dos credos e práticas religiosas: o Islamismo transforma-se numa religião abrangente, muito mais do que uma religião de Estado, era uma religião pessoal. Assistia-se então a uma perda de prestígio deste credo entre as classes dominantes, surgindo mesmo algumas dinastias de religião não muçulmanas até ao século XVIII. Devem, por isso, realçar-se alguns movimentos reformadores entre os Fulani, os Mandingo, os Soso ou os Tukolor. Muitas das velhas dinastias destes povos foram derrubadas, surgindo, em seu lugar, diversos estados teocráticos que elegem como uma das preocupações prioritárias a expansão do Islão para novas áreas.
Nos estados Hausa, Shehu Usuman Dan Fodio, um professor muçulmano liderou uma revolta entre os Fulani e, entre 1804 e 1810, os governantes Hausa foram depostos, sendo substituídos por novas dinastias. No entanto, a tentativa de avanço sobre Bornu foi reprimida pelo líder religioso al-Kanemi. De início, o novo império Fulani foi dividido entre o irmão de Shehu, Abdullahi, e seu filho Muhamad Bello; mas, após 1817, Muhamad e os seus sucessores tornaram-se senhores absolutos do reino, sem qualquer tipo de partilha. Outro Estado teocrático formara-se também em Macina, em 1818, sob a liderança de Seku Ahmadu, um fulani muçulmano. Durante a sua governação este Estado converteu-se num império com autoridade sob a vasta zona do Níger, de Jenne a Timbuctu. Depois da sua morte, ocorrida em 1844, o poder passou para um dos seus filhos; contudo, em 1862, Macina caiu nas mãos de um outro reformador muçulmano, al-Hajj Umar, que criou um vasto império Tukolor na região da Senegâmbia, antes de morrer, em 1864.
É também durante esta altura que ocorre uma transformação estrutural no que diz respeito à expansão dos credos e práticas religiosas: o Islamismo transforma-se numa religião abrangente, muito mais do que uma religião de Estado, era uma religião pessoal. Assistia-se então a uma perda de prestígio deste credo entre as classes dominantes, surgindo mesmo algumas dinastias de religião não muçulmanas até ao século XVIII. Devem, por isso, realçar-se alguns movimentos reformadores entre os Fulani, os Mandingo, os Soso ou os Tukolor. Muitas das velhas dinastias destes povos foram derrubadas, surgindo, em seu lugar, diversos estados teocráticos que elegem como uma das preocupações prioritárias a expansão do Islão para novas áreas.
Nos estados Hausa, Shehu Usuman Dan Fodio, um professor muçulmano liderou uma revolta entre os Fulani e, entre 1804 e 1810, os governantes Hausa foram depostos, sendo substituídos por novas dinastias. No entanto, a tentativa de avanço sobre Bornu foi reprimida pelo líder religioso al-Kanemi. De início, o novo império Fulani foi dividido entre o irmão de Shehu, Abdullahi, e seu filho Muhamad Bello; mas, após 1817, Muhamad e os seus sucessores tornaram-se senhores absolutos do reino, sem qualquer tipo de partilha. Outro Estado teocrático formara-se também em Macina, em 1818, sob a liderança de Seku Ahmadu, um fulani muçulmano. Durante a sua governação este Estado converteu-se num império com autoridade sob a vasta zona do Níger, de Jenne a Timbuctu. Depois da sua morte, ocorrida em 1844, o poder passou para um dos seus filhos; contudo, em 1862, Macina caiu nas mãos de um outro reformador muçulmano, al-Hajj Umar, que criou um vasto império Tukolor na região da Senegâmbia, antes de morrer, em 1864.
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Como referenciar
Porto Editora – Reinos Islâmicos de África na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-08 13:31:50]. Disponível em
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