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relações humanas
O Movimento das Relações Humanas surge como reação contra a Organização Científica do Trabalho, tendo-se dedicado, fundamentalmente, ao estudo das condições de trabalho sobre o rendimento.
Tendo como mentor Elton Mayo (1880-1949), os trabalhos mais conhecidos são os empreendidos, entre 1927-1930, na Western Electric, em Hawthorne.
Nesta pesquisa, podem-se assinalar, de modo sintético, três aspetos basilares que chamaram a atenção dos investigadores:
1) durante 5 anos, 5 operárias, trabalhando num compartimento isolado e submetidas voluntariamente a mudanças constantes de horários, pausas, modo de pagamento, etc., tiveram sempre uma produtividade crescente, mesmo quando as condições de trabalho pioravam; as relações interpessoais estabelecidas nesse grupo de operárias e entre elas e o seu supervisor surgiu como a explicação para a situação observada;
2) através de uma grandiosa fase de entrevistas (cerca de 22 000 pessoas), descobriu-se que os trabalhadores se interessavam mais pela possibilidade de se exprimirem, de modo informal, como pessoas do que por expor queixas ou modos de mudar os aspetos negativos do seu trabalho;
3) mediante a observação participante de operários masculinos, destacou-se a relevância do papel dos grupos informais e dos líderes espontâneos sobre a produtividade e a satisfação dos trabalhadores.
Os estudos empreendidos evidenciaram a importância da coexistência da organização formal (lógica de custos e eficiência) com a informal (lógica de sentimentos e afetos). Desse modo, retirou-se a conclusão de que a conduta dos indivíduos no trabalho não poderia ser inteiramente compreendida se não se tomasse em linha de conta a organização informal dos grupos e as relações entre essa e a organização total da empresa.
Surge o Homo socius (Homem social), que tem necessidades de reconhecimento, de respeito, de pertença e de identificação com um grupo a quem transmite o seu contributo, não sendo motivado, em exclusivo, pela maximização das vantagens financeiras.
Segundo a Escola das Relações Humanas, a liderança informal exerce uma influência notável sobre o comportamento dos funcionários. Assim, os líderes informais, consubstanciando expectativas e normas do grupo e mantendo o controlo estrito sobre o comportamento do mesmo, conduziam os operários a trabalhar como um grupo social coeso e integrado.
Uma nova conceção de empresa aparece também, devendo ser preocupação desta a distribuição da satisfação aos seus trabalhadores, dando-lhes um sentimento de pertença, e não apenas destinar-se à fabricação de produtos.
As críticas principais à Escola de Relações Humanas são:
a) apesar de criticar as premissas da OCT, não questionou a extrema divisão do trabalho operário que o taylorismo havia preconizado, atuando mais como uma dissimulação de uma situação estruturalmente desigual. Para alguns autores, a abordagem das Relações Humanas é, por isso, considerada mais como uma compensação ou complemento do que uma contradição com a Organização Científica do Trabalho;
b) inadequada visualização dos problemas das relações industriais, designadamente do conflito entre gerentes e trabalhadores, tendo-se perspetivado o conflito como indesejável e, consequentemente, descurado as funções relevantes do conflito nas relações entre funcionários e administração;
c) excessiva ênfase nos grupos informais, particularmente na sobrevalorização da coesão grupal, enquanto condição de incremento da produtividade;
d) enfoque manipulativo e demagógico das relações humanas, pois estas facilitam o exercício de uma ordem autoritária nas empresas, sendo que os métodos participativos de gestão de mudanças podem conduzir os trabalhadores a mudanças para pior das situações por eles conhecidas;
e) vícios metodológicos (nomeadamente, a limitação do campo experimental) e parcialidades nas conclusões retiradas da experiência de Hawthorne.
Tendo como mentor Elton Mayo (1880-1949), os trabalhos mais conhecidos são os empreendidos, entre 1927-1930, na Western Electric, em Hawthorne.
Nesta pesquisa, podem-se assinalar, de modo sintético, três aspetos basilares que chamaram a atenção dos investigadores:
1) durante 5 anos, 5 operárias, trabalhando num compartimento isolado e submetidas voluntariamente a mudanças constantes de horários, pausas, modo de pagamento, etc., tiveram sempre uma produtividade crescente, mesmo quando as condições de trabalho pioravam; as relações interpessoais estabelecidas nesse grupo de operárias e entre elas e o seu supervisor surgiu como a explicação para a situação observada;
2) através de uma grandiosa fase de entrevistas (cerca de 22 000 pessoas), descobriu-se que os trabalhadores se interessavam mais pela possibilidade de se exprimirem, de modo informal, como pessoas do que por expor queixas ou modos de mudar os aspetos negativos do seu trabalho;
3) mediante a observação participante de operários masculinos, destacou-se a relevância do papel dos grupos informais e dos líderes espontâneos sobre a produtividade e a satisfação dos trabalhadores.
Os estudos empreendidos evidenciaram a importância da coexistência da organização formal (lógica de custos e eficiência) com a informal (lógica de sentimentos e afetos). Desse modo, retirou-se a conclusão de que a conduta dos indivíduos no trabalho não poderia ser inteiramente compreendida se não se tomasse em linha de conta a organização informal dos grupos e as relações entre essa e a organização total da empresa.
Surge o Homo socius (Homem social), que tem necessidades de reconhecimento, de respeito, de pertença e de identificação com um grupo a quem transmite o seu contributo, não sendo motivado, em exclusivo, pela maximização das vantagens financeiras.
Segundo a Escola das Relações Humanas, a liderança informal exerce uma influência notável sobre o comportamento dos funcionários. Assim, os líderes informais, consubstanciando expectativas e normas do grupo e mantendo o controlo estrito sobre o comportamento do mesmo, conduziam os operários a trabalhar como um grupo social coeso e integrado.
Uma nova conceção de empresa aparece também, devendo ser preocupação desta a distribuição da satisfação aos seus trabalhadores, dando-lhes um sentimento de pertença, e não apenas destinar-se à fabricação de produtos.
As críticas principais à Escola de Relações Humanas são:
a) apesar de criticar as premissas da OCT, não questionou a extrema divisão do trabalho operário que o taylorismo havia preconizado, atuando mais como uma dissimulação de uma situação estruturalmente desigual. Para alguns autores, a abordagem das Relações Humanas é, por isso, considerada mais como uma compensação ou complemento do que uma contradição com a Organização Científica do Trabalho;
b) inadequada visualização dos problemas das relações industriais, designadamente do conflito entre gerentes e trabalhadores, tendo-se perspetivado o conflito como indesejável e, consequentemente, descurado as funções relevantes do conflito nas relações entre funcionários e administração;
c) excessiva ênfase nos grupos informais, particularmente na sobrevalorização da coesão grupal, enquanto condição de incremento da produtividade;
d) enfoque manipulativo e demagógico das relações humanas, pois estas facilitam o exercício de uma ordem autoritária nas empresas, sendo que os métodos participativos de gestão de mudanças podem conduzir os trabalhadores a mudanças para pior das situações por eles conhecidas;
e) vícios metodológicos (nomeadamente, a limitação do campo experimental) e parcialidades nas conclusões retiradas da experiência de Hawthorne.
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Como referenciar
Porto Editora – relações humanas na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-05 06:25:11]. Disponível em
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