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Reserva Natural do Estuário do Tejo
Criada a 19 de julho de 1976, segundo o Decreto-Lei n.º 565/76, a Reserva Natural do Estuário do Tejo ocupa uma área de 14 560 hectares. Esta abrange uma extensa superfície de águas estuarianas, zonas de sapal, salinas, vários mouchões e terrenos agrícolas. Os solos agrícolas são de origem sedimentar e os mouchões da Póvoa, Alhandra e Lombo do Tejo dão ao estuário uma configuração deltaica. Zona húmida de importância internacional como habitat de aves migradoras, o estuário é uma superfície plana em que as áreas interiores ocupam um espaço muito importante, correspondendo aos sapais e caniçais pouco mais de um décimo da superfície total da Reserva Natural.
A vegetação do sapal fornece uma base de alimentação para diversas espécies animais, e o lodo é local de uma vida animal abundante e complexa.
As espécies presentes no sapal distribuem-se de acordo com a sua maior ou menor resistência à salinidade, daí que no Tejo se possam observar desde a morraça (gramínea bem adaptada à imersão prolongada em águas salgadas e que bordeja os sapais formando, aqui e além, ilhotas na sua orla) a gramata e a gramata-branca, em pequenas elevações, e todo um conjunto de plantas que inclui a madorneira-bastarda, a sempre-noiva, o valverde-dos-sapais e o junção, além de povoamentos de caniço e de tábua-estreita em certos trechos da margem. A diversidade dos habitats - sapais, lodos, águas pouco profundas, salinas, pastagens e arrozais - contribuem de forma decisiva para a presença de uma avifauna variada. E assim o troço de estuário situado entre a vala de Samora e o monte de Pancas constitui uma área de importância fundamental como local de concentração de aves, quer migradoras quer sedentárias, razão primeira, aliás, que justifica a criação da Reserva Natural do Estuário do Tejo. Trata-se, com efeito, de uma das zonas húmidas mais importantes da Europa Ocidental, onde se concentram durante a época invernal largos milhares de aves provenientes, na sua maioria, do Norte da Europa e de entre as quais se destaca, pelo valor dos seus efetivos, o alfaiate. O estuário apresenta particular interesse para outras aves limícolas, como é o caso da tarambola-cinzenta, do perna-vermelha-comum e do maçarico, bem como do borrelho-de-coleira-interrompida, do borrelho-grande-de-coleira, do pilrito-de-peito-preto, do fuselho, do maçarico-real e da seixoeira. Por outro lado, é frequente verem-se no estuário do Tejo bandos de anatídeos, tais como a marrequinha, o piadeira, o colheiro, o arrábio e o pato-real - que nidifica na lagoa do mouchão do Lombo do Tejo. Finalmente, o ganso-bravo-comum surge por vezes na zona da Ponta da Erva e junto das salinas de Vasa-Sacos. Atraídas pela ocorrência húmida, pelos terrenos cultivados situados na sua bordadura e pelos pinhais e montados próximos frequentam também a Reserva Natural numerosas outras espécies, caso da cegonha, das garças - garça-boieira e garça-real - e de inúmeras aves de presa como o peneireiro-cinzento, a águia-sapeira e o tartaranhão-ruivo-dos-pauis. Uma referência última deve ser feita aos flamingos, oriundos do Norte de África que impressionam pelo seu porte e cor. Os migradores percorrem milhares de quilómetros à procura de melhores condições climáticas e zonas mais abundantes em alimento. Daí a razão de ser da Reserva Integral do Mouchão do Lombo do Tejo, destinada a proteger a nidificação dos patos, e da Reserva Integral de Pancas - zona de lamas e sapal -, destinada a dar proteção às aves limícolas. As zonas de remanso são locais privilegiados para a desova e criação de peixes e moluscos, que dali se deslocam para povoarem o rio e o mar. A fauna ictiológica está na origem da atividade piscatória, na maioria das vezes utilizando artes ilegais que provocam a captura de imaturos e destroem fundos com consequências evidentes para as potencialidades biológicas do estuário.
Para além da pesca há a caça, atividade tradicional na região, dada a presença de inúmeras espécies cinegéticas - tarambolas, galeirões, narcejas, entre outras.
A agricultura nesta área assume a forma de exploração intensiva, fazendo largo recurso aos produtos químicos - fertilizantes e pesticidas - sendo praticada em antigos salgados defendidos por diques da ação das marés. A pecuária baseia-se na criação do gado tradicionalmente apascentado na região, o cavalar e o vacum. A aquacultura, atividade recente e com tendências a expandir-se, centra-se nas marinhas desativadas de Saragoça.
A safra do sal regista uma quebra evidente, mas, noutro âmbito, o salgado mantém toda a sua importância como suporte alimentar de várias espécies de aves, que tiram partido dos recursos alimentares existentes nos diferentes tanques que compõem uma salina.
As espécies presentes no sapal distribuem-se de acordo com a sua maior ou menor resistência à salinidade, daí que no Tejo se possam observar desde a morraça (gramínea bem adaptada à imersão prolongada em águas salgadas e que bordeja os sapais formando, aqui e além, ilhotas na sua orla) a gramata e a gramata-branca, em pequenas elevações, e todo um conjunto de plantas que inclui a madorneira-bastarda, a sempre-noiva, o valverde-dos-sapais e o junção, além de povoamentos de caniço e de tábua-estreita em certos trechos da margem. A diversidade dos habitats - sapais, lodos, águas pouco profundas, salinas, pastagens e arrozais - contribuem de forma decisiva para a presença de uma avifauna variada. E assim o troço de estuário situado entre a vala de Samora e o monte de Pancas constitui uma área de importância fundamental como local de concentração de aves, quer migradoras quer sedentárias, razão primeira, aliás, que justifica a criação da Reserva Natural do Estuário do Tejo. Trata-se, com efeito, de uma das zonas húmidas mais importantes da Europa Ocidental, onde se concentram durante a época invernal largos milhares de aves provenientes, na sua maioria, do Norte da Europa e de entre as quais se destaca, pelo valor dos seus efetivos, o alfaiate. O estuário apresenta particular interesse para outras aves limícolas, como é o caso da tarambola-cinzenta, do perna-vermelha-comum e do maçarico, bem como do borrelho-de-coleira-interrompida, do borrelho-grande-de-coleira, do pilrito-de-peito-preto, do fuselho, do maçarico-real e da seixoeira. Por outro lado, é frequente verem-se no estuário do Tejo bandos de anatídeos, tais como a marrequinha, o piadeira, o colheiro, o arrábio e o pato-real - que nidifica na lagoa do mouchão do Lombo do Tejo. Finalmente, o ganso-bravo-comum surge por vezes na zona da Ponta da Erva e junto das salinas de Vasa-Sacos. Atraídas pela ocorrência húmida, pelos terrenos cultivados situados na sua bordadura e pelos pinhais e montados próximos frequentam também a Reserva Natural numerosas outras espécies, caso da cegonha, das garças - garça-boieira e garça-real - e de inúmeras aves de presa como o peneireiro-cinzento, a águia-sapeira e o tartaranhão-ruivo-dos-pauis. Uma referência última deve ser feita aos flamingos, oriundos do Norte de África que impressionam pelo seu porte e cor. Os migradores percorrem milhares de quilómetros à procura de melhores condições climáticas e zonas mais abundantes em alimento. Daí a razão de ser da Reserva Integral do Mouchão do Lombo do Tejo, destinada a proteger a nidificação dos patos, e da Reserva Integral de Pancas - zona de lamas e sapal -, destinada a dar proteção às aves limícolas. As zonas de remanso são locais privilegiados para a desova e criação de peixes e moluscos, que dali se deslocam para povoarem o rio e o mar. A fauna ictiológica está na origem da atividade piscatória, na maioria das vezes utilizando artes ilegais que provocam a captura de imaturos e destroem fundos com consequências evidentes para as potencialidades biológicas do estuário.
Para além da pesca há a caça, atividade tradicional na região, dada a presença de inúmeras espécies cinegéticas - tarambolas, galeirões, narcejas, entre outras.
A agricultura nesta área assume a forma de exploração intensiva, fazendo largo recurso aos produtos químicos - fertilizantes e pesticidas - sendo praticada em antigos salgados defendidos por diques da ação das marés. A pecuária baseia-se na criação do gado tradicionalmente apascentado na região, o cavalar e o vacum. A aquacultura, atividade recente e com tendências a expandir-se, centra-se nas marinhas desativadas de Saragoça.
A safra do sal regista uma quebra evidente, mas, noutro âmbito, o salgado mantém toda a sua importância como suporte alimentar de várias espécies de aves, que tiram partido dos recursos alimentares existentes nos diferentes tanques que compõem uma salina.
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Como referenciar
Porto Editora – Reserva Natural do Estuário do Tejo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-10 00:59:56]. Disponível em
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