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Romance de Troia
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O Romance de Troia (Le Roman de Troie), composto por cerca de 30 000 versos, foi escrito por volta de 1160 pelo trovador Benoît de Sainte-Maure. O poema presta homenagem à obra de Homero, nomeadamente, à Ilíada e à Odisseia, dois poemas épicos da Antiguidade Clássica grega, cujos temas heroicos e romanescos estão na origem desta obra.

O termo "roman", em França, designava, por essa altura, uma narração em verso e, posteriormente, em prosa escrita, em romance ou romanço (língua falada na época, saída do latim popular oral e anterior ao francês antigo), e contava as aventuras fabulosas ou os amores de heróis imaginários ou idealizados, como são exemplo O Romance de Eneias, O Romance de Alexandre, O Romance da Rosa, entre outros. Ao contrário das canções de gesta, que eram para ser cantadas, os romances eram para ser lidos, em voz alta, perante um grupo de pessoas.

O Romance de Troia é um dos primeiros romances medievais, escritos no reino de Leonor de Aquitânia, que se debruça sobre as lendas e os mitos da Antiguidade. O Romance de Troia distingue-se pela narrativa de índole política e pela importância e desenvolvimento dado ao amor cortês, e incide sobre a inevitável destruição que provocam as forças irracionais da Fortuna e do Amor, os deuses que simbolizam o destino e o amor.

Esta obra relata a queda de Troia desde a sua origem, a partir dos erros do rei Laomedon, ao ser incorreto para com Hércules e Jasão, até à destruição final da cidade. Inclui as quatro histórias de amor: Jasão e Medeia, Páris e Helena, Troilos e Briseida (que inspirou vários escritores, como Boccaccio e Shakespeare), e Aquiles e Polixena. A história de amor de Aquiles por Polixena conta a paixão irracional do grego pela troiana, que aquele conheceu na altura do resgate do corpo do troiano Heitor. Aquiles, que tinha vingado a morte do amigo Pátroclos, com a morte de Heitor, recusava-se a devolver o corpo do troiano à família. Numa comitiva troiana para resgastar o corpo de Heitor, encontrava-se Polixena, uma das filhas de Príamo, por quem Aquiles se apaixonou. Querendo casar com a jovem, Aquiles prometeu atraiçoar os gregos e aliar-se aos troianos com a finalidade de obter o consentimento de Príamo. Numa emboscada, Aquiles foi morto por Páris, irmão de Polixena, os troianos recuperaram o corpo de Heitor e exigiram então que os gregos resgatassem o corpo de Aquiles. Esta é uma das versões da morte que Aquiles que surgiu, tardiamente, em relação à Ilíada. Outras acrescentaram que, antes da partida dos gregos, Polixena foi sacrificada sobre o túmulo de Aquiles, em memória do herói.

O Romance de Troia revela o interesse que os governantes medievais tinham pela mítica cidade que acreditavam ter existido e que estaria na origem do Império Romano. As Cruzadas contribuíram também para este renovado interesse sobre a Antiguidade Clássica e para a criação de histórias de amor, paixão, ambição, guerra e política que tinham lugar no Oriente.

Estes romances, inspirados na cultura e nos ideais cortesãos, ressuscitaram as lendas clássicas, acrescentando-lhes pormenores, análises e comentários relativamente aos personagens e feitos.

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Porto Editora – Romance de Troia na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-12 00:57:10]. Disponível em
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