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Romeiro
Personagem da peça Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, o Romeiro apresenta-se como um peregrino, mas é o próprio D. João de Portugal. Os vinte anos de cativeiro transformaram-no e já nem a mulher o reconhece. D. João, de espetro invisível na imaginação das personagens, vai lentamente adquirindo contornos até se tornar na figura do Romeiro que se identifica como "Ninguém". O seu fantasma paira sobre a felicidade daquele lar como uma ameaça trágica. E o sonho torna-se realidade.
Na cena final do Ato Segundo, o vocábulo "Ninguém" funciona como a máxima concentração da ação: a fala do Romeiro transmite a sensação de vazio que lhe vai na alma: julgado morto, já não tem lugar naquela família; a sua própria mulher não o reconheceu e, no palácio que era seu, reconstruiu a sua felicidade... O Romeiro sente, por isso, que perdeu a sua própria identidade (Cena V, Ato III) no momento em que D. Madalena acreditou na sua morte...
A carga simbólica da identificação do retrato de D. João de Portugal está relacionada com a destruição do retrato de Manuel de Sousa Coutinho. A casa e o retrato de Manuel sucumbem ao fogo, enquanto que a figura de D. João se toma mais presente, no novo cenário do Ato Segundo, por intermédio do retrato, que evoca um passado ameaçador. Assistimos, nesse momento, à concentração de todas as emoções, de todos os sentimentos, de todos os sofrimentos e angústias como resultado do acumular de presságios que já faziam adivinhar este desenlace trágico.
Observa-se, ao longo da peça, a existência de uma atmosfera de superstição, nomeadamente desenvolvida em redor de D. Madalena, que neste momento sente que o destino é impiedoso e que se abate sobre a sua família, como castigo do seu pecado de ter amado Manuel de Sousa Coutinho ainda em vida de D. João de Portugal.
Na cena final do Ato Segundo, o vocábulo "Ninguém" funciona como a máxima concentração da ação: a fala do Romeiro transmite a sensação de vazio que lhe vai na alma: julgado morto, já não tem lugar naquela família; a sua própria mulher não o reconheceu e, no palácio que era seu, reconstruiu a sua felicidade... O Romeiro sente, por isso, que perdeu a sua própria identidade (Cena V, Ato III) no momento em que D. Madalena acreditou na sua morte...
A carga simbólica da identificação do retrato de D. João de Portugal está relacionada com a destruição do retrato de Manuel de Sousa Coutinho. A casa e o retrato de Manuel sucumbem ao fogo, enquanto que a figura de D. João se toma mais presente, no novo cenário do Ato Segundo, por intermédio do retrato, que evoca um passado ameaçador. Assistimos, nesse momento, à concentração de todas as emoções, de todos os sentimentos, de todos os sofrimentos e angústias como resultado do acumular de presságios que já faziam adivinhar este desenlace trágico.
Observa-se, ao longo da peça, a existência de uma atmosfera de superstição, nomeadamente desenvolvida em redor de D. Madalena, que neste momento sente que o destino é impiedoso e que se abate sobre a sua família, como castigo do seu pecado de ter amado Manuel de Sousa Coutinho ainda em vida de D. João de Portugal.
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Como referenciar
Porto Editora – Romeiro na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-12 16:52:20]. Disponível em
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