1 min
Sebastianismo
Morto D. Sebastião em Alcácer Quibir, e tendo sido Portugal anexado pela Espanha em 1580, Portugal estava perante o período mais negro da sua História: perdera toda a opulência e grandiosidade do início do século, com a batalha de Alcácer Quibir perdeu o melhor da sua juventude e dos seus militares, ficou endividado com o pagamento dos resgates e sofreu o domínio castelhano, que o vai oprimir. Nasce então uma versão particular de messianismo, sobretudo de influência judaica, o Sebastianismo: crê-se que toda esta opressão, todo este sofrimento, toda esta miséria, toda esta crise será vencida com o aparecimento de D. Sebastião (numa manhã de nevoeiro...), que libertará Portugal dos castelhanos e da sua opressão e lhe restituirá a antiga grandeza. Defende-se que D. Sebastião não morreu nem podia ter morrido. E aparecem então os falsos "D. Sebastião", tendo sido presos uns e mortos outros. Este sonho é sustentado e difundido por várias pessoas e de várias maneiras, em que sobressaem as Trovas do Bandarra de Trancoso - e, já no nosso século, a Mensagem de Fernando Pessoa. Primeiro clandestinamente, depois mais à luz do dia, esse movimento influencia a revolta do Manuelinho de 1637, em Évora, e vai propiciar o 1.o de dezembro de 1640, pelo entusiasmo posto na sua execução e pela confiança que a todos transmite.
O Sebastianismo transforma-se num mito: quando há épocas de crise aparece como uma esperança de melhores dias, de mais justiça e de maior grandeza. O mito (como é próprio dos mitos) foi sendo adaptado às realidades de cada momento. Em 1640, por alturas da restauração da independência nacional, era D. João IV o "Encoberto".
O Sebastianismo transforma-se num mito: quando há épocas de crise aparece como uma esperança de melhores dias, de mais justiça e de maior grandeza. O mito (como é próprio dos mitos) foi sendo adaptado às realidades de cada momento. Em 1640, por alturas da restauração da independência nacional, era D. João IV o "Encoberto".
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Sebastianismo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-09 11:17:50]. Disponível em
Outros artigos
-
D. João IVMonarca português, nasceu em Vila Viçosa a 19 de março de 1604 e a partir de 29 de outubro de 1630 t...
-
MensagemA Mensagem é a única obra completa publicada em vida de Fernando Pessoa. Contém 44 poemas, escritos ...
-
TrancosoAspetos Geográficos O concelho de Trancoso, do distrito da Guarda, localiza-se na região Centro (NUT...
-
PortugalGeografia País do Sudoeste da Europa. Situado na parte ocidental da Península Ibérica, abrange uma s...
-
Alcácer QuibirPraça marroquina onde, a 4 de agosto de 1578, o exército português, sob o comando de D. Sebastião, s...
-
HistóriaA História na Antiguidade Os autores clássicos, como Heródoto, Tucídides e Políbio entre os gregos, ...
-
EspanhaGeografia País do Sudoeste da Europa. Ocupa a maior parte da Península Ibérica e inclui também os ar...
-
odómetroUm odómetro consiste num instrumento usado para a medição da distância percorrida por um navio, poss
-
Padroado Ultramarino PortuguêsO padroado ultramarino português abrangia, no início do século XV, as igrejas do Norte de África e a
-
MisericórdiasInstituições criadas com o intuito de prestar assistência aos necessitados. Têm já mais de cinco séc
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Sebastianismo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-09 11:17:50]. Disponível em