Sigmar Polke
Pintor alemão, Sigmar Polke nasceu em 1941, em Oels, Silésia, na antiga Alemanha de leste e é uma das mais importantes figuras da geração que fez renascer a arte alemã do hiato provocado pelo período nazi.
Com a idade de 12 anos passou a viver na Alemanha ocidental estudando entre 1961 e 1967 na Staatliche Kunstakademie de Dusseldórfia sob a direção do artista alemão Joseph Beuys.
Polke ganhou notoriedade em 1963 quando, juntamente com o seu colega e amigo Gerhard Richter, realizou uma performance intitulada Realismo Capital, colocando-se eles próprios em disposição na vitrina de uma loja de mobiliário. Nesta altura o materialismo e a arte americana eram altamente promovidos.
Esta exposição foi o resultado de um movimento ironicamente chamado "Realismo Capitalista".
Os primeiros desenhos de Polke revelavam os seus processos de pensamento e a sua consciência, o seu incrível sentido de humor e a sua capacidade de manter uma liberdade de espírito quase infantil. Mais tarde apresentaria as suas ideias em termos cada vez mais metafísicos, mas mantendo sempre a capacidade de não se deixar levar pelo engano, armadilha e preconceito da sociedade, servindo-se apenas do riso, do ferrão da verdade e da sua fascinação e compreensão instintiva da mente humana que tenta agarrar-se a decisões morais e instintivas e distinguir entre o real e o fingido e a natureza essencial das imagens que continuamente mudam.
Encontrou a sua primeira inspiração nos locais mais vulgares, onde a imaginação e o subconsciente se encontram: em postais de paisagens costeiras e nas vinhetas de banda desenhada dos jornais ou mesmo em anedotas. Desenhava pessoas com cabeças do feitio de batatas ou de lâmpadas e gozava com gravatas e salsichas e inibições sexuais.
É em parte devido à base destes primeiros desenhos que se compreende o trabalho de Polke. A magia e magnificência de muitas das suas pinturas explicam-se nos movimentos da mente, que parecem fazer eco dos movimentos do universo. Mas as linhas de um desenho de Polke são sempre manifestamente linhas de pensamento, armas que cortam, revelando aquilo que foi desenhado e a mente do pensador interpretando-os de uma forma transparente.
A década de 1960 trouxe um movimento de expansão para fora da pintura, mas isto estimulou Sigmar Polke a criar uma obra em que a própria pintura é constantemente reinventada.
De facto, foram estas mesmas dúvidas sobre o papel da pintura e os seus processos que estiveram na base do seu trabalho, o seu caminho ziguezagueante, a sua ironia, e as suas técnicas cada vez menos compreensíveis. Os temas triviais do trabalho de Polke, a sua aplicação de imagens na tela que lembram a arte pop e a forma aberta e falta de estilo fazem lembrar o movimento Fluxus.
No entanto e acima de tudo, o trabalho de Polke é caracterizado por uma aproximação fortemente individual. Mas apesar da aproximação que se possa fazer à arte pop americana, Polke mostra um tipo de relação diferente. Em vez de tentar seduzir com as glórias da vida moderna, frequentemente distorce ou confunde a iconografia existente imbuindo-a de uma mensagem pessoal.
A sua paródia à política, convenções sociais e valores artísticos e culturais estabelecidos revelam um cinismo alegre sem precedentes.
Polke trabalha com uma grande variedade de meios variando também os estilos mas uma das características que mais distinguem o seu trabalho é a utilização do benday dot
(técnica de impressão por pontos usada pela imprensa jornalística e que foi, também, usada pelo artista americano Roy Lichtenstein).
Entre as exposições individuais de Sigmar Polke destacam-se a exposição na Tate Gallery de Liverpool (1995), Photoworks: When pictures vanish, no Museum of Contemporary Art, Los Angeles (1995), ou a exposição retrospetiva que apresentou o trabalho em papel (1963-1974) no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, em 1999.
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