< 1 min

Sonetos
favoritos

Segunda edição revista e aumentada, reunindo sonetos compostos entre 1901 e 1916, com uma carta-prefácio de Guerra Junqueiro. Refletindo influências de Antero de Quental e de um misticismo próximo da corrente da Renascença Portuguesa, as composições giram em torno de problemáticas ontológicas e metafísicas: a questão de Deus ("Meus pobres versos!... Eis o que transuda/ Da dor oculta da minh'alma inquieta,/ Que chora trespassada pela seta/ Desta interrogação: - Jesus ou Buda?"), a impenetrabilidade do mistério da existência, a busca incessante de "O Absoluto, o Não Ser, o Ser liberto" ("- Minha origem qual é, e a minha essência?/ Serei o próprio Deus a quem procuro?/ Onde te escondes, Deus? Eu te conjuro/ A que apareças! - disse a Consciência." A irresolução de tais dilemas é geradora de uma frustração existencial que se estende à consciencialização dos próprios limites da arte: "Prisioneira da humana contingência,/ Que dessa estranha raiva de impotência,/ Da chama dolorosa em que te abrasas,// Que te queima, mas nunca te ilumina,/ A Morte te fabrique duas asas,/ E, miserável, torna-te divina!". O lirismo amoroso surge em algumas das composições mais recentes ("Intangível", "Gratia plena", "Boca"), bem como a evocação pitoresca das paisagens algarvias.
Partilhar
  • partilhar whatsapp
Como referenciar
Porto Editora – Sonetos na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-18 05:59:06]. Disponível em