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telescópio
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Apesar de inventado por Hans Lippershey, o primeiro telescópio com aplicação prática foi construído por Galileu com duas lentes convexas, em 1609. A evolução tecnológica destes dispositivos tem sido espantosa nos últimos tempos.
Existem basicamente dois tipos de telescópios: os refratores e os refletores. Os primeiros são constituídos por lentes (ou conjuntos de lentes); a objetiva faz convergir (refrata) para um ponto (o foco) a luz proveniente dos objetos celestes; nesse ponto é colocada uma outra lente, a ocular, que vai permitir que o olho humano observe uma parte do céu com uma dada ampliação.
Os telescópios refratores, se forem constituídos pelas duas lentes anteriormente mencionadas, sofrem de várias distorções de imagem, algumas delas chamadas aberrações. Entre estas destaca-se a aberração cromática, que consiste na formação do foco em diferentes pontos, consoante a radiação eletromagnética é mais próxima do azul ou do vermelho. Este problema causa grandes distorções na imagem, mas pode ser corrigido pela associação de várias outras lentes.
Galileu construiu o primeiro telescópio com aplicação prática, em 1609
Os telescópios devem estar associados a mecanismos que permitam acompanhar o movimento lento dos astros
Telescópio de pequenas dimensões: aparelho particularmente adequado às observações feitas por amadores
Os telescópios refletores são constituídos por um espelho côncavo, com a forma de paraboloide, que capta a luz proveniente do espaço e a focaliza num ponto. Nesse ponto deve ser colocada, novamente, uma pequena lente ocular que irá permitir observar a imagem captada. O primeiro telescópio refletor foi construído por Isaac Newton em 1668.
Os telescópios refletores têm grandes vantagens relativamente aos refratores: por um lado, não possuem várias das aberrações que os afetam; por outro, é bastante mais fácil a construção de um espelho parabólico do que de uma lente de vidro (que tem que ser trabalhada dos dois lados).
Estes dois tipos de telescópios captam (essencialmente) a radiação na gama de frequências do visível. Com a investigação em Astrofísica, os astrónomos aperceberam-se de que as estrelas emitiam radiação numa gama muito mais alargada do espetro do que o visível. Em particular, as estrelas são boas emissoras de ondas de rádio. Assim nasceram a Radioastronomia e os respetivos radiotelescópios. Estes aparelhos são constituídos por uma antena parabólica, mas a construção do paraboloide não necessita de tanto detalhe como a dos telescópios óticos. Estas observações têm a vantagem de poderem ser efetuadas mesmo durante o dia e até com a presença de nebulosidade. Com técnicas de interferometria (usando dois radiotelescópios), consegue-se uma precisão tal que são contabilizados os efeitos relativísticos.
O maior telescópio refrator do Mundo é o do Observatório de Yerkes, nos Estados Unidos, cuja objetiva tem um diâmetro de 1,02 m. O maior refletor ótico fica no Observatório de Mauna Kea no Hawai; o seu espelho tem um diâmetro de 9,82 m.
A necessidade de observar a distâncias cada vez maiores leva os astrónomos a construir telescópios cada vez mais potentes, logo de maiores dimensões. Atualmente é acentuada a preferência pelos telescópios refletores. Os que são destinados à observação na gama do visível necessitam de um grande detalhe no espelhamento e no polimento da superfície parabólica.
As diversas massas de ar em deslocamento produzem turbulências atmosféricas que perturbam seriamente a qualidade das imagens. Assim, foi lançado em 1990 o primeiro telescópio para o espaço, orbitando atualmente em torno da Terra - o Telescópio Espacial Hubble (HST). Com um espelho parabólico de 2,4 m de diâmetro e observando na gama do visível, este telescópio tem conseguido penetrar mais fundo no imenso cosmos.
Fazendo uso de recursos computacionais, já é possível, hoje em dia, utilizar telescópios debaixo da camada atmosférica evitando que esta perturbe a imagem que está a ser captada. Estas técnicas são chamadas ótica ativa e ótica adaptativa, que consistem, basicamente, na colocação de sensores na parte inferior do espelho que são controlados por um computador. Estes recursos permitem evitar deformações no próprio espelho (devidas às suas grandes dimensões) e compensam eventuais turbulências atmosféricas. Atualmente existe um telescópio deste género no Observatório Europeu do Sul (ESO), do qual Portugal é membro. É o chamado Telescópio da Nova Tecnologia (NTT) e o seu espelho tem 3,6 m de diâmetro. Está a ser construído um conjunto de quatro telescópios refletores com esta nova tecnologia, cada um dos quais com um espelho cujo diâmetro é de 8,2 m - o chamado Telescópio Muito Grande (VLT). Cada um destes quatro telescópios poderá funcionar isoladamente, mas se forem utilizados em conjunto são equivalentes a um telescópio com um espelho de 16,4 m de diâmetro. Este será o maior telescópio do mundo.
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Como referenciar
Porto Editora – telescópio na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-09 20:56:46]. Disponível em

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